Novo comentário.
Bruno Braga.
Logo abaixo, em itálico, dou publicidade ao comentário referente ao texto "Ande como um egípcio", da autoria de Dimas E. Soares Ferreira, postado no site "Barbacena Online" [http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=5949&inf=8]. O comentário foi enviado para o site em 18 de Abril; porém, não foi publicado no espaço apropriado. Ao Conselho Editorial do site, através de contato feito em 21 de Abril, foi solicitada a fundamentação para a não publicação do comentário – no entanto, não houve resposta por parte dos responsáveis. Sendo assim, neste espaço, torno publico o referido comentário.
Cordialmente,
Bruno Braga.
Belo Horizonte, 27 de Abril de 2011.
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Caro Dimas,
No início do seu texto você pretende contar um pouco da História. Porém, a sua narração suprime elementos fundamentais para a compreensão dos fatos, além falsificar vários outros.
Por que você não menciona que o Sindicalismo, junto com o Movimento Estudantil e o Movimento Camponês – e a luta armada - foi um dos braços da Revolução Comunista que se pretendia desencadear no Brasil? E que as Forças Armadas reagiram a esta tentativa de se instaurar no país a "Ditadura do Proletariado"?
Por que você suprime da sua narração o "milagre econômico brasileiro" ocorrido durante o regime militar? Aliás, período sobre o qual Lula diz o seguinte: "Se houvesse eleições, o Médici ganhava. [...] A popularidade do Médici no meio da classe trabalhadora era muito grande. Ora, por quê? Porque era uma época de pleno emprego. Era um tempo em que a gente trocava de emprego na hora que a gente queria. Tinha empresa que colocava perua para roubar empregado de outra empresa" (in "Memória Viva do Regime Militar". Record, 1999).
Você afirma que "A hegemonia de classe, como já dizia Marx, é o primeiro passo para o fascismo e o totalitarismo". Mas o que seria a hegemonia do poder de tendência marxista-leninista instaurado hoje no Brasil? Lembro a você que o Comunismo-Socialismo também é uma forma de Totalitarismo.
A sua interpretação dos acontecimentos nos Estados Unidos demonstra um completo desconhecimento dos fatos. Ao contrário do que você afirma, é o movimento conservador – que tem como um de seus representantes o "Tea Party" – uma reação ao domínio dos "liberais", que lá são os esquerdistas. Reação esta que tem amplo apoio da população norte-americana. Aliás, pintar os Republicanos ou Conservadores como "radicais" e "insanos" é simplesmente reproduzir os estereótipos da mídia esquerdista norte-americana, que representa apenas metade, repito, metade dos americanos.
Inúmeros pontos da sua narração histórica, Dimas, poderiam ser contestados. A dúvida que fica é se você a constrói enquanto Cientista Político – procurando contar, como diz von Ranke, os fatos como eles realmente acontecerem – ou como militante, enquanto "intelectual orgânico" e agente de influência do "Partido". Se você decidir pelo primeiro caminho, há muitos pontos no texto que precisam ser corrigidos – no entanto, se escolhe a segunda via, a sua narrativa atende, com o recurso do artifício, perfeitamente os seus propósitos.
Grande abraço.
Bruno Braga.
Belo Horizonte, 18 de Abril de 2011.
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