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Monday, June 24, 2013

Notas sobre a onda de protestos no Brasil.

Bruno Braga.



1. Não. Os protestos não são uma manifestação DO POVO. Eles não são espontâneos. Porque é necessário haver – por trás deles – um grupo minimamente organizado que decida pelo menos a convocação e a pauta de reivindicações. A expressão mais forte deste grupo – e este é o caso - é a “militância” [1]. Por óbvio, pessoas alheias a este núcleo aderem ao protesto pelo entusiasmo e repletas de boas intenções. No entanto, estas pessoas não influenciam o núcleo organizado; pelo contrário, são estimuladas e conduzidas por ele. Elas não determinam a pauta de exigências e – conseqüentemente - estão excluídas do grupo que apresenta e negocia esta pauta diretamente com as autoridades.

2. Não. Os protestos não são APARTIDÁRIOS.

(a). Os grupos protagonistas podem se apresentar sem uma sigla ou escudo. Mas, muitos dos seus integrantes – sobretudo, organizadores – têm filiação partidária.
(b). A realização de um projeto – e de uma reivindicação – precisa ser promovida a partir das instâncias de poder. Este processo, necessariamente, envolve o contato e o acordo com autoridades políticas – que, por exigência legal, devem estar filiadas a um partido.
(c). Em última instância, os grupos protagonistas dos protestos – se não têm uma relação direta com os partidos – têm pelo menos uma identificação com os partidos revolucionários de esquerda. Estes partidos serão fatalmente os representantes de suas reivindicações nas instâncias de poder [2]. 

3. Não. Os protestos não são DEMOCRÁTICOS.

(a). Eles carregam uma exigência “revolucionária”, de rompimento com as estruturas – e valores - sociais e políticas.
(b). As manifestações herdaram a orientação PSICOPATA de um de seus principais modelos inspiradores: Che “El Chancho” PORCO Guevara [3]. O revolucionário que não escondia os “princípios democráticos” que o norteavam: “Meus amigos o são enquanto concordam politicamente comigo” – e fuzilava no paredão quem dele discordasse.
(c). Os grupos protagonistas dos protestos – sobretudo os Universitários – têm uma orientação revolucionária Socialista-Comunista. Por exemplo, o Movimento Passe Livre. Esta orientação, contudo, é incompatível com a “Democracia”. 
(d). Estes grupos utilizam a PALAVRA “Democracia” em um SENTIDO completamente distinto daquele pelo qual a maioria das pessoas a entende. Para eles, “democracia” significa a hegemonia de suas próprias idéias e princípios. E quando pregam o poder da “sociedade civil organizada” através do “controle popular”, estão exigindo o domínio total sobre as instituições administrativas, políticas e civis.
(e). Enfim, o núcleo que GEROU esta onda de protestos – que o FOMENTA – e que o REPRESENTARÁ diante das autoridades - é RADICAL e TOTALITÁRIO, e está vinculado, sobretudo, à ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA latino-americana.

4. Não. Os protestos não são pela LIBERDADE. Pelo contrário, os grupos organizados e protagonistas não exigem apenas o “controle popular” das instituições – quer dizer, o seu próprio império. A Polícia DEVE lhes permitir fazer o que bem quiserem. A Justiça DEVE reconhecer como “direito” todos os seus caprichos. Como estes grupos se auto-proclamam os autênticos representantes DO POVO, eles exigem também o “controle popular” dos mecanismos de expressão cultural e da imprensa. Quer dizer, reclamam uma produção artística que os glorifiquem, e vedam – preliminarmente – toda e qualquer crítica que contra eles possa ser feita.

5. Não. Os protestos não são PACÍFICOS.

(a). A violência é um elemento integrante da equação. O processo promove a desestabilização e se alimenta do caos e da desordem – ele lucra com a violência. Porque a violência é o fator de pressão contra as autoridades.
(b). Não é possível separar uma “minoria” violenta do núcleo protagonista dos protestos. Porque – em última instância – tanto os que se dizem “pacíficos”, quanto os “radicais”, fazem as mesmas exigências e reivindicações. Neste sentido, não há diferença entre o que aborda uma pessoa com uma arma em punho e outra que despista sua intenção: “Olha, senhor, eu não quero roubar...”.    
(b). Os protestos não são pacíficos. Eles justificam paralisações – e até a violência - em nome DO POVO. Assim, obrigam a participar das manifestações quem não tem o menor interesse nelas.   
(c). Os protestos NÃO SÃO PACÍFICOS porque, ainda que não produzissem caos e quebradeira, o núcleo protagonista que os promovem – TODOS os grupos representativos ligados a ele – TODOS defendem o ABORTO – quer dizer, defendem o ASSASSINATO DE CRIANÇAS INDEFESAS.

6. Não. Os protestos não são uma forma de exigir UMA VIDA MELHOR PARA O POVO. Este resultado é acidental. Porque a reivindicação substancial das manifestações – antes de qualquer resultado expressivo - é a concessão de poder a uma elite revolucionaria, ou o fortalecimento daquela que já o detém.

(a). Sim, é verdade, o padrão político-social do Brasil é precário – e há sim um intenso sentimento de insatisfação. No entanto, são os mesmos grupos que fomentam este sentimento, que protagonizam os protestos e manifestações, e, principalmente, que oferecem as soluções. (a1) De um lado estão organizações de universitários e estudantes, sindicatos, ONG’s, representações de minorias – que são tentáculos de partidos políticos; (a2) De outro estão partidos políticos – ou entidades ligadas a eles -, que são os mecanismos de realização de projetos e reivindicações. Portanto, qualquer reforma implicará no fortalecimento – na concentração de poder – dos mesmos grupos. E O POVO – quer dizer, a população – é somente o fator de disputa destes AGENTES.
(b). O PT é - entre os AGENTES - o mais poderoso e organizado. O partido domina uma ampla rede de organizações universitárias e estudantis, ONG’s, sindicatos, representações de minoria, etc. Tem sobre elas não só o poder de determiná-las, mas também o de mobilizá-las.
(c). O PT abriga em seus quadros uma série de correntes dentro da esquerda. Por isso, pode assumir qualquer projeto sob este espectro – inclusive os mais radicais. Se neste quadro – que inclui os protestos – há alguma distinção de bandeiras e siglas, não há, porém, divergência quanto à substância do projeto – todos são revolucionários. Estes grupos e partidos estão juntos no Foro de São Paulo – a entidade criada por Lula e por Fidel Castro com o objetivo de fomentar o Socialismo-Comunismo na América Latina.
(d). É preciso observar que PT precisou maquiar o seu RADICALISMO para alcançar o poder. No entanto, nunca abandonou as suas propostas - a realização delas sempre foi cobrada por correligionários, militantes, esquerdistas e revolucionários. Quando Lula foi vaiado no Fórum Social Mundial, Hugo Chávez o defendeu pedindo paciência, porque enquanto ele dirigia uma Ferrari, o “Chefe” só podia dirigir um Fusca. Em outras palavras, o processo revolucionário no Brasil seria desenvolvido lentamente. Contudo, esta onda de protestos pelo Brasil seria “a grande oportunidade histórica” para acelerar este processo, como anunciou a Presidente da República.

7. Dilma Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional sobre os protestos. Considerou que “se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política, poderemos fazer melhor e mais rápido muita coisa que o Brasil ainda não conseguiu realizar por causa de suas limitações políticas e econômicas”. Ressaltou a necessidade de construir “uma AMPLA e PROFUNDA REFORMA POLÍTICA, que amplie a PARTICIPAÇÃO POPULAR” e de aproveitar “o vigor” das manifestações para “produzir mais mudanças, MUDANÇAS que beneficiem o CONJUNTO DA POPULAÇÃO BRASILEIRA”. E destacou a sua posição de liderança neste processo: “irei conversar, nos próximos dias, com os chefes dos TRÊS PODERES PARA SOMARMOS ESFORÇOS”.     

(a). Cabe destacar que o PT já apresentou projetos com reformas estruturais. Sob o disfarce do “controle” e da “participação popular”, propôs a subordinação do Judiciário, a “regulamentação” da imprensa – e se esforça para promover o Abortismo e o Gayzismo. Porém, pelos mecanismos adequados, sempre encontrou resistência, principalmente da OPINIÃO PÚBLICA – que é majoritariamente conservadora. Mas, Dilma Rousseff e TODA A ESQUERDA LATINO-AMERICANA vêm nos protestos protagonizados por seus próprios grupos a “grande oportunidade histórica” para AVANÇAREM o macabro PROCESSO REVOLUCIONÁRIO. Porque os seus projetos e pretensões serão apresentados como A VONTADE DO POVO às autoridades políticas – à Presidente da República que anunciou, irá receber os “líderes das manifestações”, “representantes das organizações de jovens”, das “entidades sindicais”, dos “movimentos de trabalhadores” e das “associações populares”.  


CONCLUSÃO. O caos instaurado por esta onda de protestos pelo Brasil – uma situação artificialmente gerada e fomentada - tem um único beneficiário: o movimento revolucionário. Dele, o PT é o AGENTE mais poderoso, influente e organizado. É o único que reúne condições objetivas para promover qualquer reivindicação – no plano político tem o posto mais alto do Executivo, e no Legislativo possui uma base aliada que formalmente sustentaria qualquer determinação governamental. Todas as reformas estruturais – e culturais – que agora aparecem como sendo DO POVO estão inseridas em seu projeto de concentração de poder. A população inocentemente o alimenta com protestos e manifestações. Porém, se esta situação for definitivamente aproveitada como “a grande oportunidade histórica”, a população será a sua principal vítima. Porque neste quadro de possibilidades, a direção de mais força – e que adquiriu um enorme apelo - é radical, totalitária, é revolucionária.



Referências.

[1]. BRAGA, Bruno. “Nota sobre o poder e o disfarce revolucionário” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/06/nota-sobre-o-poder-e-o-disfarce.html].

[2]. Idem.


[3]. Documentário “Che, Anatomia de um mito” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/06/filmografia-che-anatomia-de-um-mito.html].

Thursday, June 20, 2013

Protesto em Barbacena-MG - Abortismo e Gayzismo.

Bruno Braga.



MANIFESTAÇÃO EM BARBACENA. Para aqueles que aderirem à pauta do manifesto, é necessário esclarecer que ela contém reivindicações – às esferas Municipal, Estadual e Federal – que estão associadas ao Movimento abortista e ao Movimento Gayzista [Cf. (1) Destaques na imagem; (2) Programa completo (http://www.facebook.com/events/468269756596680/permalink/470118286411827/)]. (*) Obs. “Movimento gayzista” se refere, não à “homossexualidade”, mas à exploração da “sexualidade” como princípio de organização política e de engenharia social.  

Abaixo - em itálico - está a reprodução do pedido de esclarecimento enviado a um dos organizadores do manifesto: 

Sr. Thiago Martins. 

É necessário que o Sr. esclareça para o público – na condição de organizador do evento, filiado ao PT – que aquele que aderir a esta pauta estará apoiando itens ligados ao: (I) Movimento abortista, no termo “contra o Estatuto do Nascituro” (que pretende resguardar a vida da criança); (II) Movimento gayzista, no termo de “patologização do homossexualidade (sic) e afins” (expressão que constitui falsa publicidade, porque faz referência explícita a uma questão do debate público que não trata de “cura gay”).

Atenciosamente,

Bruno Braga.

Tuesday, June 18, 2013

Nota sobre o poder e o disfarce revolucionário.

Bruno Braga.



A “Militância” é um dos maiores poderes – senão o maior – dos partidos revolucionários. A capacidade de, (1) por um lado, mobilizar grupos que se auto-proclamam OS autênticos REPRESENTANTES DO POVO, e, (2) por outro, postar um número de “Intelectuais”, “formadores de opinião”, professores e “especialistas”, propagandistas – todos engajados –, que apresentam a manifestação para o público como se fosse de fato uma MANIFESTAÇÃO POPULAR.

Sim, entre estes “apresentadores” – e entre os próprios participantes do manifesto - existem os “companheiros de viagem”, que “embarcam” no artifício do discurso auto-proclamatório dos “porta-vozes do povo”. Eles não enxergam – ou fingem não enxergar – as cores das bandeiras e as siglas dos partidos. Ou, na falta desses, ou de qualquer outro símbolo de referência, não suspeitam sequer de que para a realização de uma “mobilização” e de uma MANIFESTAÇÃO é necessário haver, por trás dela, uma ORGANIZAÇÃO.

A princípio, não importa se a organização é estabelecida em nome de um partido. Porque os braços dos partidos são atuantes: sindicatos, associações representativas, ONG’s, organizações estudantis, grupos de minorias, etc., etc. A maquiagem da “Sociedade civil organizada”. Porém, todos compartilham o mesmo ideal revolucionário de concentração de poder. A hegemonia de seus grupos sob o pretexto de “democracia popular” e “controle social” das estruturas administrativas. O estabelecimento de uma Cultura padrão – idéias, opiniões e comportamento – para toda a sociedade.


Uma preocupação dos organizadores dos manifestos tem sido se apresentar como APARTIDÁRIOS. Mas, se o disfarce não cai à primeira vista, quando fica constatado que têm uma carteirinha do partido, um recurso útil é tomar o discurso. Os próprios revolucionários pregam que toda “ação” é “política”. Por esta premissa – e por uma exigência mesmo do sistema legislativo nacional –, é necessário estabelecer uma relação partidária para que o projeto seja realizado no plano público e social. Esta relação pode não ser direta, pelo mandato de um representante-organizador, mas é fixada – pelo menos – com acordo e contato com um partido ou político que represente o projeto revolucionário nas instâncias de poder.

Sunday, June 16, 2013

Notas sobre a Comissão da MENTIRA - I.

Bruno Braga.



I.



Um episódio macabro que a Comissão da Verdade – que pretende consagrar a Mitologia Revolucionária como a história oficial do país – não irá investigar.

José Dirceu – ex-líder estudantil, agente cubano, COMUNISTA, PETISTA, MENSALEIRO-QUADRILHEIRO – e, - segundo um documento de 1970 - SEQUESTRADOR E TORTURADOR:

“O soldado da Força Pública Paulo Ribeiro Nunes e o estudante do Mackenzie João Parisi Filho, membro do CCC [Comando de Caça aos Comunistas], descobertos enquanto se passavam por militantes do movimento estudantil, foram levados vendados ao Conjunto Residencial da USP, o Crusp, onde os apartamentos 109, 110 e 111 do bloco G eram utilizados como uma “delegacia informal” da turma de Dirceu. Lá, foram interrogados e mantidos em cárcere privado (…) A Parisi, porém, foi dado tratamento de inimigo de guerra, segundo relato do delegado do DOPS Alcides Cintra Bueno Filho, em documento de 18 de agosto de 1970:
“Por determinação do ex-líder estudantil Jose Dirceu de Oliveira e Silva, concretizou-se o sequestro do então universitário João Parisi Filho, da Universidade Mackenzie. João Parisi Filho foi levado para o Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo, onde permaneceu em cárcere privado por vários dias, submetido a sevicias. Nesse conjunto residencial, Parisi foi conduzido vendado e algemado, onde foi submetido a interrogatório, sob ameaça de morte. A vítima permaneceu presa durante dias, em condições desumanas. Após ter passado por esses atos de atrocidade, o estudante Parisi foi conduzido de olhos vendados para a copa do quinto andar do pavilhão G, onde foi trancafiado por uma noite e dois dias, permanecendo nesse local todo esse tempo deitado, com as mãos algemadas e presas ao cano da pia daquela dependência. Nessa situação, foi encontrado por duas empregadas que fazem a limpeza”. (CABRAL, Otávio “Dirceu. A Biografia”).  


Leituras sugeridas.


BRAGA, Bruno. “A delinqüência sob o véu do heroísmo” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/a-delinquencia-sob-o-veu-do-heroismo.html].




II.


“O Governo estava defendendo o país de pessoas que estavam querendo tomar o país à força, com as armas nas mãos. Nós podíamos ter virado uma Cuba se isso tivesse acontecido” [...] “Eu estava acobertando pessoas talvez que estavam querendo tomar esse país à força”.

Entrevista de Amado Batista para Marília Gabriela, 27 de Maio de 2013. O cantor conta como foi torturado e confessa: “Eu acho que eu mereci”. Um depoimento sincero, que soa como uma ofensa para uma “entrevistadora” idiotizada pela mitologia revolucionária. Marília Gabriela se revolta contra tudo aquilo que rompe com a sua idealização, que fere os seus estereótipos. Ela já não atua como jornalista – em um esforço para conhecer as coisas como elas de fato são ou foram -, e sim como militante. Como fez sobre o Gayzismo com o Pastor Silas Malafaia (Cf. BRAGA, Bruno. “Silas, de frente com Gabi” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/02/silas-de-frente-com-gabi.html]).



III.



Criméia Schmidt de Almeida é “viúva” de guerrilheiro comunista André Grabois. Ela esteve no Araguaia com seu companheiro. Ficou grávida. Por determinação, as revolucionárias que engravidassem deveriam abortar. No entanto, Criméia foi privilegiada porque vivia com o filho do chefe militar da guerrilha: deixou o combate para dar à luz. Acabou presa, e afirma que foi “torturada” pelos militares durante a gravidez. A denúncia, contudo, destoa da foto abaixo, que foi tirada logo depois do parto, ainda no Hospital de Brasília. Em outra imagem, o batismo do filho, realizado pelo Capelão Militar. O enxoval do bebê foi comprado pelo Exército brasileiro. Houve festinha e até contribuição em dinheiro. Uma semana depois da celebração, o General Bandeira ordenou que Criméia fosse levada – junto com o filho – à casa de seus pais. Ele cedeu o próprio carro e designou um motorista. Criméia, porém, deixou o filho com os avós e retomou as atividades subversivas (MACIEL, 2011, pp. 170, 273-276). Criméia hoje trabalha, sem nenhum pudor, para rasgar a Lei da Anistia e, com isso, punir os “torturadores”.



Thursday, June 13, 2013

Comissário ou baderneiro?

Bruno Braga.



Belisário dos Santos Junior, advogado de “Direitos Humanos” e de ex-presos políticos. Vice-presidente da Comissão da Verdade da OAB-SP. Logo abaixo - entre aspas - está a transcrição de parte de sua intervenção na audiência promovida pela Comissão da Verdade de São Paulo, no dia 10 de Junho de 2013. No arquivo de áudio - disponibilizado depois da transcrição - o trecho correspondente pode ser ouvido a partir do tempo [01:28:28].

O evento tinha como tema a Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no “Caso Araguaia”, e contou com a presença de Rosa Maria Cardoso, atual coordenadora da Comissão Nacional da Verdade. O trecho do discurso do “doutor” Belisário é mais uma amostra das atividades – uma especificamente programada para o dia 09 de Agosto - e dos métodos utilizados por este grupo, que está comprometido com a consagração da mitologia revolucionária. Depois de ler e ouvir esta passagem, fica uma pergunta: o Dr. Belisário fala como um comissário, encarregado de investigar a história do país, ou como um militante baderneiro e revolucionário?


[...] “A minha fala começa pelo COMERCIAL, porque depois pode não dar tempo. No dia 09 de Agosto - na semana do advogado – a Ordem dos Advogados do Brasil, a Assembléia Legislativa e a Comissão da Verdade, o Núcleo de Memória dos Ex-presos políticos e Resistência, o Ministério Público Federal, a Comissão da Verdade, vão INVADIR O PRÉDIO DA JUSTIÇA MILITAR, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, com... [Interrupção: “Belisário, que horas?”] Boa notícia, né? Boa notícia... Nós precisamos combinar com a Rosa [Maria Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade], que ela está anotando aqui. Mas ela vai dizer que horas é. Claro, a Rosa vai à frente. [Interrupção: “Belisário, porque às 10 da manhã tem o lançamento do site “Brasil Nunca Mais Digital” na Procuradoria Geral da República”]. NA SAÍDA A GENTE INVADE [Interrupção: “Nós temos que combinar, fazer um bem bolado, porque a Comissão Nacional da Verdade a gente espera que possa estar presente no ato, a Procuradoria virá...]. E os estudantes pediram que a gente fizesse uma sessão anterior, na Faculdade de Direito, e de lá sairiam muitos estudantes para a OCUPAÇÃO, PARA SEMPRE. É, vamos bolar essa hora... Vocês serão avisados. Faremos o centro de comunicação aqui, pela Comissão da Verdade, que nos avisa a todos de tudo, muitas vezes, muitas vezes... Eu leio os e-mails profissionais, e leio todos os e-mails da Comissão da Verdade, enfim, mas é importante, e procuro seguir todos. Então vocês vão ser avisados. É dia 09 de Agosto. A data está acertada porque dependia da Comissão Nacional da Verdade e a Rosa [Maria Cardoso] acertou essa data. A OAB aceitou essa data. O SPU aceitou essa data. Porque a Ana Maria dos Anjos, ela vai nos ajudar a INVADIR A JUSTIÇA MILITAR, recuperando a Justiça Militar para nós. Recuperando para a sociedade, recuperando, enfim, pra história. A Ordem dos Advogados do Brasil entendeu de patrocinar essa iniciativa. A Ordem estará junto. Os ex-presos políticos estarão juntos. A Secretaria de Cultura do Estado estará junto. A Secretaria de Cultura do município estará junto. Quer dizer, será uma coisa, uma política pública não-governamental e governamental, acima dos partidos e dos probleminhas e problemões que às vezes existem entre os partidos. Nós vamos fazer isso, uma atividade, então... Eu queria dizer que porque muitas pessoas que criaram essa confusão toda, o Marlon [Weichert], a Rosa [Maria Cardoso] de certa forma, o Adriano [Diogo, Deputado Estadual PT-SP, Presidente da Comissão da Verdade de São Paulo], o Maurice Politi não sei se está aqui, mas seguramente estão aqui vários dos que motivaram isso. Então, esse é o lugar certo para a primeira notícia, enfim. Legal, né? VAMO OCUPAR, VAMO OCUPAR. A imagem que eu tenho é exatamente o que a gente quis fazer durante anos, quer dizer, todos do lado de fora da Justiça Militar, do lado de dentro só a segurança, E A GENTE ENTRA. E a segurança não sai, porque o ambiente ali é interessante. Tem uma placa caída em frente, se vocês passarem: “Área de Segurança do Estado”. Ela está caída de ponta-cabeça, né, enfim... Como talvez tenha ficado a Justiça Militar. Não serão convidados por óbvio os ex-juízes militares. Não aceito provocação” [...].


     

Sunday, June 09, 2013

Notas sobre a Comissão da MENTIRA.

Bruno Braga.


Para efeito de registro, eu publico aqui algumas notas que postei sobre a Comissão da Verdade – quer dizer, da MENTIRA – no Facebook. Elas estão separadas em itens para facilitar uma eventual referência posterior.


I.

Publicidade para a Comissão da Verdade – quer dizer, para a Comissão da Mentira. A Secretaria de Comunicação da Presidência da República (SECOM) investiu R$ 4,5 milhões em uma campanha publicitária para divulgar as atividades e o trabalho deste grupo cujo propósito é – não a pesquisa e a investigação históricas – mas fazer da mitologia revolucionária a história oficial de um país.

A publicidade será realizada na TV aberta, na TV por assinatura, e inclui peças em sites, jornais e revistas. Mas, se de acordo com a SECOM, o objetivo desta campanha é “divulgar a sua atuação [a da Comissão da Verdade] e mobilizar a sociedade para que PARTILHE INFORMAÇÕES, DADOS E DOCUMENTOS RELATIVOS AO PERÍODO DE 1946 A 1988, DE FORMA A ESCLARECER CIRCUNSTÂNCIAS SOBRE ESTE PERÍODO DA HISTÓRIA”, então, a própria Presidente da República tem por obrigação colaborar. Dilma Rousseff até hoje não esclareceu onde foram parar os mais de dois milhões de dólares que a VAR-Palmares - o grupo de terroristas do qual era integrante – subtraiu do cofre da amante do ex-Governador de São Paulo, Adhemar de Barros.



II.

“A CNV [Comissão Nacional da Verdade], através de seu trabalho e relatório contundente, não duvidem, reconstituirá a realidade e a veracidade dos crimes negados por seus autores diretos e mandantes. DEPOIS DO RELATÓRIO, SE FARÁ VERDADE SOBRE OS CRIMES DA DITADURA, E SE ESTARÁ MAIS PERTO DO QUE NUNCA PARA QUE A IMPUNIDADE DOS MANDANTES E AUTORES DESSES CRIMES NÃO MAIS PREVALEÇA”.

O discurso de Paulo Sérgio Pinheiro foi proferido durante um seminário realizado pelo Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD) [13.05.2013], e fazia referência ao primeiro aniversário da Comissão da Verdade. O destaque – que é meu - serve para observar que o propósito declarado desta Comissão da MENTIRA é – não apenas consagrar a Mitologia revolucionária como a História de um país -, mas rasgar a Lei da Anistia e subjugar de uma vez por todas as Forças Armadas. 

Um circo macabro que – confessa Pinheiro – conta “com o formidável apoio da presidenta Dilma Rousseff e de seu governo”.



III.

Em destaque, Maria Rita Kehl. Ela foi editora do jornal “Movimento”, publicação que fazia parte da “imprensa alternativa” durante o Regime Militar e que surgiu vinculada ao PC do B. Maria Rita – hoje – é integrante da Comissão da Verdade – quer dizer, da Comissão da MENTIRA -, que sob o pretexto de investigar as violações dos direitos humanos durante a ditadura, tem o objetivo de consagrar uma Mitologia revolucionária como História oficial do Brasil.     




IV.

“Não podemos considerar AUTO-ANISTIAS como válidas!”, Paulo Sérgio Pinheiro, coordenador da Comissão da Verdade (Cf. Vídeo abaixo a partir de 04:02).

Para desmentir o comissário, transcrevo parte de um artigo de Percival Puggina. O texto versa sobre a falácia das “Auto-anistias”, que é esgoelada pelo Sr. Pinheiro como verdade sacrossanta. Mais uma das fraudes deste “Circo da MENTIRA”, cujo propósito é consagrar a Mitologia revolucionária como História oficial do país.

“A simples palavra - auto-anistia - usada em substituição a Anistia, basta para sugerir que os congressistas de 1979 e de 1985 empenharam-se em aprovar preceitos que livrassem do acerto com a Justiça os agentes do regime que vigeu no país entre 1964 e 1985. A substituição de uma palavra pela outra tem o poder de substituir uma história por outra, bem diferente, ao gosto de quem consegue tirá-la da cartola e introduzi-la na cachola do distinto público. Feito isso, está pronto o serviço. A Anistia deixa de ser um instrumento jurídico de reconciliação nacional para se transformar em gesto canalha de quem, valendo-se do poder que detinha, legislou em causa própria para livrar a cara. Como são poucos os que conhecem história, a explicação do vocábulo se contenta com afirmar seu significado: a Anistia foi uma auto-anistia dos militares. Feito! Não há a menor necessidade de apresentar provas, ou indícios consistentes ou depoimentos testemunhais que convalidem aquilo que é afirmado. 

Quem conhece a história, no entanto, sabe que não foi assim que as coisas andaram. A partir de 1966 surgiram os primeiros movimentos em favor da Anistia. Quem participava dessa mobilização? Entre outros, Associação Brasileira de Imprensa, Ordem dos Advogados do Brasil, sindicatos, entidades estudantis, advogados de presos políticos, familiares de brasileiros no exílio e o MDB, partido político oposicionista. Como se pode perceber, ninguém pró-anistia falava pelas Forças Armadas. Seria um completo disparate imaginar isso. A campanha era conduzida pelos que estavam do outro lado. Passaram-se muitos anos até que em 1979 fosse votada a Lei de Anistia em tumultuada sessão do Congresso Nacional. O projeto do governo Figueiredo não anistiava quem tivesse participado de "terrorismo, assalto, sequestro e atentado pessoal". Para estes, as duras penas da lei. Mas havia uma emenda do deputado Djalma Marinho que anistiava a todos, ampla, geral e irrestritamente. Essa emenda, levada a votação, foi rejeitada por 206 votos a 201. Derrotada a emenda, o projeto do governo foi aprovado pelos votos das lideranças do governo e da oposição. Essa primeira Anistia, parcial, permitiu a volta ao Brasil da maior parte dos exilados, entre eles Leonel Brizola e Miguel Arraes. 

A campanha pela Anistia ampla, geral e irrestrita continuou, então, por mais seis anos. Empenharam-se nela as mesmas instituições e grupos políticos de antes, insatisfeitos com o fato de que os praticantes de crimes ditos de sangue tivessem ficado fora da lei de 1979. Foi apenas através da Emenda Constitucional Nº 26, que convocou a Constituinte, em 27/11/1985, que o Congresso Nacional, eleito em plena legitimidade democrática, inseriu o preceito que conferiu à Anistia o caráter amplo, geral e irrestrito pelo qual clamavam as oposições. Não há, ao longo dessa longa história que se estende por 19 anos, o menor traço ou gesto que possa ser lido como um anseio dos governos militares por se protegerem. A Anistia que tivemos foi aquela pela qual clamavam os opositores do regime. Ninguém se mobilizou por uma anistia ampla, geral e irrestrita, menos ampla, menos geral e menos irrestrita, que excluísse os agentes do Estado. Portanto, essa história de que houve uma auto-anistia é mais uma das tantas mentiras sacadas da cartola para ser inserida nas cacholas menos esclarecidas. Ou seja, para enganar quase todos. A Anistia foi concedida pelo Parlamento, portanto, não pode ser "auto" coisa alguma” (Cf. PUGGINA, “Da Cartola para a Cachola”).





V.

Depois de um ano de trabalho intenso para promover a Mitologia revolucionária e falsificar a História do Brasil, a Comissão da Verdade – quer dizer, da MENTIRA – apresentou um “balanço de atividades”. Sendo assim, resolvi fazer também um “balanço”. Relacionei os principais artigos publicados no Blog sobre o assunto.

Artigos.

BRAGA, Bruno. Falsificação da História [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/09/falsificacao-da-historia.html].
______. Comentário sobre a matéria de capa da Revista Brasileiros: “Subversivos” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/04/comentario-sobre-materia-de-capa-da.html].
______. Herdeiros da revolução, vítimas dos próprios pais [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/herdeiros-da-revolucao-vitimas-dos.html].
______. Espetáculo para a promoção da Mentira [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/espetaculo-para-promocao-da-mentira.html].
______. Pedagogia revolucionária e Comissão da MENTIRA [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/pedagogia-revolucionaria-e-comissao-da.html].
______. Uma Comissão – ESCRACHADAMENTE – da MENTIRA [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/uma-comissao-escrachadamente-da-mentira.html].
______. A História nas mãos de um sacerdote da revolução [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/a-historia-nas-maos-de-um-sacerdote-da.html].
______. Depoimento imprescindível: Ladislav Bittman [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/07/depoimento-imprescindivel-ladislav.html].

______. Verdade mutilada.

______. A Intentona de Escorel. Destaca um dos integrantes da “Comissão da Verdade”, Paulo Sérgio Pinheiro [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/07/intentona-de-escorel.html].
______. A autovitimização de um frade dominicano [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/01/autovitimizacao-de-um-frade-dominicano.html].
______. Nos arquivos soviéticos, uma memória do Brasil [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/10/nos-arquivos-sovieticos-uma-memoria-do.html].
______. “O Astro”: um exemplo didático que caiu do céu [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/09/o-astro-um-exemplo-didatico-que-caiu-do.html].



Filmografia.



“The KGB Connections: An investigation Into Soviet Operations in North America” (1982), escrito e produzido por Martin Burke. [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/07/anexo-kgb-connections.html].


Entrevista.


   

Saturday, June 08, 2013

Guerrilha do Araguaia: relato de um combatente.

Bruno Braga.



MACIEL, Licio. “Guerrilha do Araguaia”: relato de um combatente. 2ª. Edição. Editora Schoba: São Paulo, 2011.  

Este livro é leitura indispensável para aqueles que querem de fato conhecer a Guerrilha do Araguaia. Nele, o Coronel Licio Maciel conta – através de sua experiência no combate – como os guerrilheiros pretendiam implantar o Comunismo no Brasil. Ele desfaz o mito de que os revolucionários eram apenas “idealistas”. Aponta o patrocínio e o treinamento que eles receberam de países comunistas. Os “justiçamentos” que promoveram contra seus próprios “companheiros” – e o de um jovem mateiro, brutalmente esquartejado na frente dos seus pais.

O Coronel Licio conta ainda sobre o tiro que recebeu no rosto depois de dar voz de prisão a uma revolucionária. Narra a detenção do “guerrilheiro de festim”: o Comunista-Mensaleiro-Petista José Genoíno, que sem tomar um bofetão, traiu os seus companheiros. E aponta a participação de Cláudio Fonteles – integrante da Comissão da Verdade, quer dizer, da MENTIRA – nas transmissões da Rádio Tirana dentro de um convento de padres.  

Sobre a Guerrilha do Araguaia, o relato do Coronel Licio Maciel é um documento fundamental. Principalmente para desconstruir a Mitologia Revolucionária – a de que os “heróis” guerrilheiros lutavam pela democracia, e não por uma macabra “ditadura do proletariado”.


Sugestão de leitura.

BRAGA, Bruno. “Como assim, Genoíno?” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/10/como-assim-genoino.html].



Tuesday, June 04, 2013

Metodologia do Instituto Datafolha acaba com a farsa dos "milhões" da Parada Gay.

Bruno Braga.


Os organizadores da Parada Gay-2013 – realizada neste domingo, 02 de Junho – propagandearam que o evento reuniu 3 milhões de pessoas em São Paulo. Estatística que foi reproduzida pelo Portal G1 [1].

No entanto, o Instituto Datafolha destruiu a publicidade gayzista [2]. A Parada Gay-2013 não teve um público de 3 milhões de pessoas, mas sim de 220 MIL. Uma redução de 18,5% com relação ao ano anterior, como mostra o gráfico abaixo.



O Datafolha empregou o mesmo método de contagem de público utilizado no ano passado para desmentir o ativismo gay. Em 2012, os organizadores da Parada Gay alardearam um público de 4 milhões de pessoas. Algo que seria fisicamente impossível, como demonstra abaixo o vídeo explicativo sobre a metodologia aplicada pelo instituto de pesquisa. A Parada Gay-2012 havia reunido 270 mil pessoas.


Enfim, está destruída mais uma farsa – entre tantas outras – para promover o gayzismo. Uma publicidade falsa que é construída não só forjando números [3]. Ela se faz com a própria exposição do evento para o público. Porque a Parada Gay é muito mais que uma tomada aérea da Avenida Paulista. E não é a romantização do gayzismo protagonizada por Daniela Mercury no “Fantástico” [4]. O programa “A Liga”, do ano passado, apresentou o que se passa no interior da Parada Gay, que é patrocinada com o dinheiro público.



Notas.



[3]. Ler também BRAGA, Bruno. “Números gayzistas” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas.html]; “Números gayzistas forjados, uma amostra didática” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas-forjados-uma-amostra.html].


[4]. Daniela Mercury recebeu 120 mil reais do governo da Bahia para se apresentar na Parada Gay-2013. Ela foi financiada pelo Petismo que está empenhado em promover a ideologia gay. Cf. Folha de São Paulo, 01 de Junho de 2013 [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/06/1288322-governo-da-bahia-gasta-r-120-mil-na-parada-gay-de-sao-paulo.shtml].