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Sunday, February 26, 2012

Sinceridade e Conhecimento.


Bruno Braga.



Aquele que nunca se enfrentou diante do espelho, ou que encarando os próprios olhos de sua face refletida, não foi capaz de reconhecer, para si mesmo – “Eu sou uma farsa” – não sabe o que é sinceridade. E esta é uma deficiência que compromete os que se dedicam à busca da Verdade, seja nos dilemas da vida particular, ou nos diversos campos investigação intelectual. Porque um autoexame sincero do próprio interior revela ao indivíduo que se lança em qualquer domínio do conhecimento algo, nele mesmo, de mentira, falsidade, farsa, fingimento, afetação, histrionismo, perfídia, fraude – enfim, elementos, tensões, nódulos que obstaculizam a aproximação da Verdade, e que servem ao sujeito apenas como uma roupagem, uma máscara, um disfarce para as suas fraquezas e deficiências, ou um adorno que inflama a sua vaidade, o seu orgulho e egoísmo. Este fundo obscuro permanece como uma sombra, mesmo que sobre ele se dedique um esforço absurdo de compreensão. De qualquer maneira, enfrentá-lo, e reconhecê-lo, é estar consciente daquilo que é preciso dominar para expressar cada uma das conquistas individuais na esfera intelectual. Esta tarefa se inicia com as perguntas mais simples e modestas: “o que eu de fato sei sobre esta questão?”; “se sei alguma coisa, há algo que aqui acrescento por minha própria conta?”; “o que eu exagerei?” “o que eu omiti, e sobre o que eu menti?”; “quais são os interesses que se ocultam por trás deste comportamento?” – “Entre estes interesses, há algum que seja superior à busca da Verdade?”

Porém, o autoexame não é suficiente. Se o indivíduo identifica em si mesmo o elemento da farsa e da mentira, se ele reconhece os seus erros, equívocos e tropeços, mas é incapaz de assumir a responsabilidade sobre as suas concepções, comprometer a própria pessoa com a busca da Verdade e com a expressão do que modestamente encontrou, então ele não sabe o que é o autêntico conhecimento.


(*) Nota.

As “Confissões”, de Santo Agostinho, são uma ilustração real e efetiva sobre o que é a sinceridade.


Indicações.

BRAGA, Bruno. A lucidez dos momentos traumáticos [http://dershatten.blogspot.com/2011/10/lucidez-dos-momentos-traumaticos.html].

______. O artifício de negar “a” Verdade para afirmar as “suas próprias” verdades [http://dershatten.blogspot.com/2011/09/o-artificio-de-negar-verdade-para.html].

______. As dimensões do debate intelectual: Dialética e Erística [http://dershatten.blogspot.com/2011/09/as-dimensoes-do-debate-intelectual.html].

Wednesday, February 22, 2012

Fato consumado.

Bruno Braga.


Um personagem que já frequentou algumas vezes este espaço é assunto novamente - Dimas Enéas. Na última semana, uma mensagem redigida por ele, e com o carimbo de uma foto na qual estampa um largo sorriso, circulou pela internet. Nela Dimas pede ajuda ao destinatário – que teve sua identidade preservada – para a contratação de um funcionário para o Departamento de Comunicação da Prefeitura Municipal de Barbacena. Para que fosse admitido, o candidato ao posto teria que cumprir uma exigência extravagante: além do pré-requisito fundamental para a função – “escrever bem” – ele deveria ser “politicamente articulado e do nosso campo político” (PT-PMDB) [1].

O privilégio concedido a aliados é uma prática comum para os que detêm o poder político – no entanto, é um hábito oculto, por ser absolutamente censurável. No caso em tela, o que causou escândalo, e uma série de manifestações e críticas, foi determinar e tornar público, sem qualquer constrangimento, pudor ou embaraço, uma exigência partidário-político-ideológico para uma função técnica. Embora esta mensagem possa ter implicações jurídicas e legais, repercussão no plano político e eleitoral, ela poderia ser examinada sob o ponto de vista intelectual e cultural.

Por uma destas ironias do acaso, o primeiro artigo de Dimas Enéas que comentei tinha o título “Barbacena e sua encruzilhada” [2]. O estimulo para redigir aquele comentário surgiu das observações sobre o artigo feitas por outros leitores, que elogiavam a isenção da análise do autor e sugeriam, inclusive, a sua candidatura a um posto público na cidade. Valendo-me de critérios objetivos, rastreando a formação e a orientação ideológica de Dimas Enéas, a sua posição no tabuleiro do jogo político, esforcei-me para esclarecer que a alegada “imparcialidade” do articulista era apenas uma maquiagem que escondia objetivos e interesses – e que não era necessário que Dimas ocupasse um cargo de autoridade política, porque no tabuleiro do jogo ele já era um agente político enquanto “Intelectual” (Cf. Anexo, que traz a reprodução integral das minhas observações).

Depois que a minha análise foi postada, alguns leitores se manifestaram. Fui chamado de “ultrapassado”, “antigo”, “preconceituoso”, “ciumento”, “invejoso”, “hipócrita” – alguém que discursa com “ódio”, “rancor”. Houve quem afirmasse que sou destas pessoas que “ficam o tempo todo vendo chifre em cabeça de macaco” – por causa das críticas feitas aos “revolucionários”, sobretudo aos Socialistas-comunistas. Aconteceu, também, que o segundo comentário que redigi, no qual me dispus a esclarecer alguns pontos controversos, e contestar as críticas às minhas primeiras considerações, não foi postado pelo Conselho Editorial do portal “Barbacena Online”, encarregado da análise prévia dos textos, antes de publicá-los [3].

Não – este relato não é uma lamentação: ele é apenas a exposição do percurso de um esforço de compreensão dos fatos, e da confirmação dos seus termos pela divulgação da comprometedora mensagem de Dimas Enéas. Simultaneamente este desdobramento revela algo preocupante sobre os envolvidos: eles se afastaram do pressuposto fundamental de suas atividades, a busca da Verdade, o esforço sério e honesto pelo conhecimento. Este elemento aparece corrompido em um agente político que assina artigos como “cientista”; em um portal de notícias que deveria estar comprometido com a informação e livre expressão do leitor, mas que filtra seus comentários. E, mesmo os leitores merecem a denúncia, porque com desprezo pelo esforço intelectual, incapazes de reconhecer uma análise objetiva dos fatos, preferem aquilo que acolhe os seus sentimentos e carências - por isso eles são encantados por discursos que reivindicam a “democratização”, a “socialização”, a “liberdade de imprensa” e “revolução das mídias sociais”, proferidos pelos mesmos que exigem para a contratação de um jornalista, que o candidato ao posto seja “politicamente articulado e do nosso campo político (PT-PMDB)” [Dimas Enéas].

Depois de um ano do primeiro comentário (Cf. Anexo), a análise nele contida está consumada. Mas, quantos virão a público para assumir a sua responsabilidade? Quem reconhecerá o seu erro, o seu equívoco? Quantos admitirão que privilegiaram a sua artificial reputação de “bom moço”, de pretenso “defensor dos pobres e oprimidos”, da “liberdade” e da “democracia”, em detrimento da discussão objetiva, do conhecimento e da busca da Verdade? Não – não é para mim que precisam prestar contas, nem reconhecer o acerto da minha análise política – mas, sim, para o público com o qual dizem estar comprometidos.  


(*) Nota.

Entrei em contato com Dimas Enéias para que ele pudesse esclarecer os fatos. Em e-mail enviado em 18 de Fevereiro de 2012, ele explicou que não ocupa cargo de confiança ou comissionado na Prefeitura de Barbacena, e que não é membro da Executiva do PT na cidade – disse, sim, que é membro do Diretório do partido na cidade, e que participa das “discussões e articulações políticas há décadas”. Ele acrescenta que não havia a intenção de “arranjar emprego público para X ou Y”, atender “apadrinhamentos” ou “clientelismo” – embora considere que não poderia indicar para o trabalho alguém que estivesse afinado ao campo político da oposição (PSDB), porque o profissional deveria atuar junto às mídias sociais respondendo as questões postas sobre a atual gestão pública municipal. Dimas acrescenta que apenas atendia a um pedido de uma amiga, responsável pelo setor de comunicação da Prefeitura de Barbacena: contratar um jornalista para atuar na área das mídias sociais.  

Acrescento que este espaço está aberto a qualquer um dos interessados que pretenda esclarecer a questão.


Referências.

[1]. O que aparece entre aspas são as palavras do próprio Dimas.

[2]. O artigo pode ser acessado no link [http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=5451&inf=11]. No entanto, aqui ele aparece “higienizado”: com a reformulação do portal “Barbacena Online”, os comentários dos leitores foram abolidos. Portanto, a minha referência é uma cópia de segurança da antiga publicação.

[3]. Este segundo comentário foi publicado neste blog com o título “Dois comentário” [http://dershatten.blogspot.com/2011/03/dois-comentarios.html].


[Anexo]

. Primeiro comentário sobre o artigo “Barbacena e sua encruzilhada”, de Dimas Enéas Soares Ferreira.

Seria pertinente fazer duas observações, fundadas não apenas no texto de Dimas E. Ferreira, mas também nos comentários subseqüentes.

A primeira diz respeito à alegada “imparcialidade” do autor em seu artigo. Dimas não abre mão de suas convicções político-partidárias – a esquerda social-comunista, representada pelo PT. Se o autor não o faz diretamente como em textos anteriores, trata, neste, de velar, ocultar, ou higienizar seu direcionamento político. De qualquer maneira é possível identificá-lo na dissertação apresentada. O autor faz uso de um vocabulário próprio do esquerdismo; é o caso, por exemplo, da aplicação do termo “elite”, sobretudo associado a “elite empresarial”. A partir desta visão estereotipada traça uma “narrativa histórica” para justificar toda sua “engenharia social”, materializada em propostas político-sociais. Se em um momento Dimas acena com uma surpreendente “parceria” entre o “mercado” e o poder público, para mitigar o seu enérgico esquerdismo de outrora, é preciso lembrar que o próprio Marx observa o Capitalismo como uma etapa fundamental para o projeto Socialista-Comunista, porém um Capital de “potência social” (MARX, “Manifesto do Partido Comunista”, 2002, p. 61). Esta “potência social”, justamente a proposta do autor do artigo, significa a aplicação do capital em duas frentes: não apenas na esfera dita “social”, mas no fortalecimento da estrutura do poder, quer dizer, do próprio partido que rege e orienta as políticas públicas.

Outra consideração que aponta a “parcialidade” de Dimas Ferreira é a sua proposta para dissolver uma pretensa estrutura “classista” (mais uma vez o vocabulário e a leitura histórica marxista: “A história de todas as sociedades que existiram até hoje é a história da [luta de classes]”, MARX, 2002, p. 45). Para isso oferece o “multiculturalismo”, com um propósito aparentemente absurdo: instaurar uma “democracia” fundada na “diferença”, quer dizer, estabelecendo “diferenças étnicas, culturais, de opção sexual, de crença, etc” (nas próprias palavras do autor) – um programa nítido de “discriminação reversa”, no tratamento “diferenciado” de tais minorias. Acontece que, se este propósito absurdo fere o bom senso, é completamente justificável do ponto de vista da “estratégia esquerdista”. Existe, por parte da esquerda, um imenso esforço para “construir novas minorias”, estabelecidas por diferenças muitas vezes “forjadas” e “artificiais”. Contudo, este é um esforço recompensado pela realização do projeto, que facilita as manobras do poder político, já que transforma as “minorias” em “grupos de pressão”, e as suas lideranças, conseqüentemente, em agentes políticos. Nestes termos, os grupos e suas respectivas lideranças passam a contribuir com a grande força, e o diferencial, da esquerda, a “militância” – porque manifestações, protestos, e, principalmente, reivindicações, não são feitos por cidadãos comuns, que resolvem sair de suas casas para ocupar praças públicas, mas sim por entidades, por grupos organizados, que orientam toda a ação. Assim, para o espectador desatento, estas manifestações podem parecer a “voz do povo”, quando na verdade são os anseios de um grupo, ou de um Partido (Cf. Ernesto Laclau & Chantal Mouffe. Hegemony & Socialist Strategy: Towards a Radical Democratic Politics).

A segunda observação a ser feita refere-se à atuação política do autor do artigo, discutida em alguns comentários anteriores. Além de diretor do Sinpro Minas e professor da Epcar e da Unipac (“Nota da Redação”), Dimas, como informa [x] (08.02.2011), foi dirigente da CUT Zona da Mata, membro do Conselho Municipal de Educação, e é membro do PT, Partido dos Trabalhadores. Através destas atividades Dimas já exerce um papel político, e de grande influência – ele não necessita de um mandato político, porque atua em uma esfera de importância fundamental, a esfera cultural. Desde que Antonio Gramsci se tornou o guru do Social-Comunismo, e do esquerdismo, o “intelectual orgânico” passou a desempenhar um papel imprescindível para a tomada e para a manutenção do poder – comprometido com o partido, ele não visa a “verdade objetiva”, mas atua como agente de influência psicológica, na formação das idéias, dos pensamentos, do imaginário das pessoas, modificando hábitos e criando expectativas: é o que o próprio Gramsci chama, de uma forma bastante peculiar, de “senso comum”. Em outras palavras, o “intelectual orgânico” não tem nenhuma preocupação com a compreensão da realidade efetiva, nem com a honestidade intelectual, mas está completamente engajado na defesa dos “interesses do Partido”. Para articular a teoria gramsciana com a questão em tela, basta recordar que, Dimas é articulista, professor Universitário, diretor de sindicato e, sobretudo, membro do “Partido”, do PT.

Então, feitas as devidas observações, Dimas Ferreira não é “imparcial” como foi alegado nos comentários precedentes, e continua, embora neste texto de maneira um pouco mais velada, sua atividade incansável de militante. Poder-se-ia questionar se ele está consciente de toda a estratégia esquerdista, definida nos bastidores pelo alto escalão do Partido – no entanto, a julgar por suas credenciais, é difícil acreditar que Dimas seja apenas um “Polieznyi”, termo utilizado por Lênin para referir-se aos “intelectuais ocidentais”.

Bruno Braga – Barbacena – Publicado no portal “Barbacena Online” em 11 de Fevereiro de 2011 [11:09:51].

 

Sunday, February 19, 2012

Paraísos artificiais.

Bruno Braga.


A faculdade humana de abstração possui a propriedade de reproduzir a realidade experienciada em um estofo distinto da sensibilidade, em conceitos. O resultado deste trabalho precisa preservar sua referência à própria realidade de onde ele se originou e à qual está associado - caso contrário, a teia de conceitos se distancia do mundo concreto, e aquele que nela se apoia se perde na “alienação” de um mundo puramente “ideal”.

Em alguns momentos da história, e dentro dos principais campos do conhecimento, esta “desorientação” foi denunciada – por exemplo: na Ciência, com a polêmica mecanicista; na Filosofia, com as abstrações de Hegel; e até mesmo no domínio da Religião, com a discussão sobre os universais. Para evitar o rompimento definitivo com a realidade, o recurso seria fazer “o caminho de volta” – não afastar os conceitos, nem rebaixar a abstração, mas, sim, remetê-los, novamente, ao que lhe dá fundamento, à experiência efetiva. Este procedimento fica claro com uma ilustração no domínio da Religião – a orientação para a “conversão”: estudar antes a vida dos santos que a própria Bíblia; porque, assim, a pessoa conhece diretamente uma existência real e concreta, como a sua mesma, em uma amplitude que envolve os momentos de virtude e também os de perversidade, mesquinhez, conflito, contradições, fraquezas. Deste modo tornar-se-ia evidente a tensão inafastável da vida, e, por isso, a existência religiosa não fica reduzida à negação do mundo, e nem a um louvor alucinado a Deus, mas abarcaria a luta contra as dificuldades inerentes à própria existência, impostas pelos obstáculos e fatalidades externos, ou pela própria carne – afinal, “não é acaso uma luta a vida do homem sobre a Terra?” [1].

O “caminho de volta” seria uma sugestão pertinente também para os debates públicos. É o caso da discussão sobre as drogas, porque a vertente que batalha pela discriminalização ou legalização delas construiu um discurso permeado de abstrações como “direitos”, “liberdade de escolha”, “novas formas de experiências e de prazeres”. Mas, qual a referência real e concreta destas abstrações?

Entre inúmeros outros, dois testemunhos podem contribuir para a compreensão do problema: os de Christiane F. e o de Jim Carroll [2] - que mergulharam profundamente na experiência com as drogas e viveram, de fato, todas as consequências do vício: não apenas a dependência, mas a prostituição, a degradação física e moral. 

O que a droga fez com estas, e milhares de outras, vidas não é uma questão conceitual – uma justificação de teses e teorias – mas é o resultado concreto da experiência com entorpecentes. Definitivamente, o “paraíso conceitual” é o melhor dos mundos – porém, o mundo real e concreto é de uma brutalidade, de uma crueldade, impiedosas, que destroem qualquer “mundo ideal”. No caso das drogas a discussão pública está ameaçada por este distanciamento, tão alienante quanto a experiência profunda com os entorpecentes: algo que é sintomático, não para as pessoas em geral, que vivem a realidade efetiva, e que se opõem massiçamente à legalização e à discriminalização [3]; mas que denuncia, sim, o estado da intelectualidade, que molda os debates a partir de suas doces e encantadoras abstrações.  


Referências.

[1]. Jó 7, 1.

[2]. Para uma compreensão efetiva é indispensável assistir aos filmes: “Eu, Christiane F.”. Direção: Uli Edel, 1981; e “Diário de um Adolescente” (“The Basketball Diaries”). Direção: Scott Kalvert, 1995.

[3]. Cf. BRAGA, Bruno. "Eles falam em nome de quem?" [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/02/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html].

Friday, February 17, 2012

Comentário em Áudio "O real da Revolução digital".

Comentário em Áudio “O real da Revolução digital”.

Referências.
Bruno Braga.


I. Artigo.

BRAGA, Bruno. “A sobrevivência do ideal revolucionário” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/01/sobrevivencia-do-ideal-revolucionario.html].

II. Reportagens.

Folha Online, 13 de Fevereiro de 2012: a. “Filme ‘We are Legion’ mostra quem são os ativistas do grupo hacker Anonymous” [http://www1.folha.uol.com.br/tec/1047946-filme-we-are-legion-mostra-quem-sao-os-ativistas-do-grupo-hacker-anonymous.shtml]; b. “Leia entrevista com o diretor de ‘We are Legion’, filme sobre o Anonymous” [http://www1.folha.uol.com.br/tec/1046672-leia-entrevista-com-o-diretor-de-we-are-legion-filme-sobre-o-anonymous.shtml]; c. “Ataques do Anonymous no Brasil expõem forte divisão interna do grupo” [http://www1.folha.uol.com.br/tec/1047949-ataques-do-anonymous-no-brasil-expoem-forte-divisao-interna-do-grupo.shtml]; d. “Anonymous: Não há colmeia sem rainha; não há movimento sem líder” [http://www1.folha.uol.com.br/tec/1047950-anonymous-nao-ha-colmeia-sem-rainha-nao-ha-movimento-sem-lider.shtml].

III. Bibliografia.

BRIGHT, Peter. Unmasked.    

Wednesday, February 15, 2012

O real da Revolução digital.

Comentário sobre a atuação do grupo de ativistas hackers “Anonymous”.
Bruno Braga.

Sunday, February 12, 2012

O Sinal da Cruz.





O Sinal da Cruz.
Bruno Braga.


A cruz, se considerada como um símbolo, representa a Alma humana na extremidade inferior do seu eixo vertical, e no extremo superior, a dimensão Metafísica – no eixo horizontal estão os polos do Cosmos e da Sociedade. Erguida, “o eixo horizontal da cruz não se sustenta sem a sua estrutura vertical” [1]. O significado para este símbolo não é mera apologia religiosa – não é um simples louvor, mas uma reflexão, sim, sobre o mundo, sobre a existência real e concreta [2].

No entanto, com a modernidade, o esforço para compreender o significado da cruz foi substituído pelo empenho em quebrá-la. A dimensão superior da Metafísica deveria ser amputada para divinizar o eixo horizontal: o Cosmos, com o entronamento das Ciências empíricas; e a Sociedade, consagrada pelo Império das Ideologias de massa. Assim, as principais intermediárias entre a Alma e a Metafísica, isto é, a Religião e a Filosofia, estariam ameaçadas – se não é possível eliminá-las completamente, deveriam ser transformadas, reconfiguradas em sua essência, restando apenas um invólucro, os nomes - o jugo do eixo horizontal estaria consumado, o domínio da matéria e da utilidade.

Este é um projeto presunçoso, com o objetivo de reconstruir a própria estrutura da realidade, mas que, para ser realizado, exige a violação da autoconsciência individual para submetê-la à autoridade absoluta de um método dito “científico”, e às obscuras e indefinidas “função” e “utilidade social”.

A Ciência possui um valor inquestionável. Porém, divinizá-la seria consagrar um método que, na sua própria essência, seleciona e recorta a realidade total. A hipervalorização do social, por sua vez, esconde a imposição dos interesses de alguns “iluminados”, que se autoproclamam os guias da humanidade, sobre o único reduto no qual o homem preserva a sua liberdade – mesmo submetido às maiores dificuldades, sofrimentos e atrocidades, resta-lhe ainda a autoconsciência: esta mesma, na qual se realiza a compreensão de uma dimensão superior que sustenta a realidade da qual a ciência extrai os seus recortes investigativos, e que é a fonte e o norte para que o indivíduo e a sociedade se sustentem.

É esta a estrutura que consagra o esforço de fidelidade do homem à Verdade, ou ao Transcendente – sem que esteja subordinado à “direita” ou à “esquerda”, “Partidos” ou Governos. No entanto, não faltam empenho e recursos, senão para destruí-la, pelo menos para ocultá-la, porque enquanto o homem estiver voltado para o polo superior da cruz, não se entregará ao projeto revolucionário – redigido e traçado com método e utilidade social, um plano de “novo mundo” elaborado por uma casta de “Intelectuais” comprometidos com a “revolta”: a negação do mundo, da realidade e de seu fundamento; o rompimento do indivíduo consigo mesmo – em um delírio absurdo de autoglorificação.     


Referências.

[1]. Cf. BRAGA, Bruno. “O Mistério do Filho do Homem” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/12/o-misterio-do-filho-do-homem.html].   

[2]. O ateu não está absolutamente impedido de concordar com algumas concepções religiosas. Arthur Schopenhauer e Santo Agostinho estão bem próximos em pontos fundamentais. Embora em termos absolutamente distintos - o primeiro sob uma Vontade cega, obscura e insaciável; e o outro em Deus – eles apontam o fundamento metafísico do mundo, e o esforço da reconciliação, através da moral, com esta essência que atravessa o indivíduo desde o seu próprio interior. Cf. BRAGA, Bruno. “A convergência entre um Santo e um Ateu” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/11/convergencia-entre-um-santo-e-um-ateu.html].


Anexo.

. Ilustrações:

(a) Sobre a divinização da Ciência: “A consagração de um ateísta militante” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/01/consagracao-de-um-ateista-militante.html];

(b) A respeito do entronamento da Sociedade: “Entre o Mestre e o Intelectual” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/06/entre-o-mestre-e-o-intelectual.html]; “Culto a ‘El Chancho’” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/09/culto-el-chancho_01.html]; “Um teólogo militante sob suspeita” [http://b-braga.blogspot.com.br/2010/10/um-teologo-militante-sob-suspeita.html].

Saturday, February 11, 2012


Comentário em Áudio “Big Brother Violado”.

Referências.
Bruno Braga.

I. Legislação.
Lei 12.015, de 2009.
II. Filmografia.
1969 - O Ano que mudou nossas vidas (“1969”). Direção, Ernest Thompson. 1988.
Cultural Marxism – The Corruption of America. Direção, James Jaeger. 2010. [Documentário].

Wednesday, February 08, 2012

Big Brother Violado.


Comentário sobre o suposto caso de estupro no Big Brother Brasil 12.

Bruno Braga.

Sunday, February 05, 2012

Eles falam em nome de quem?

Bruno Braga.



Definitivamente, o número de adeptos que defendem e apoiam uma tese ou ideia não é o critério legítimo de aferição da Verdade. A grande massa pode ser conduzida pelo erro - um único homem pode ser o portador da Verdade, porque para buscá-la não é necessário somar partidários, mas examinar objetivamente as questões e os fatos. No entanto, quando certos temas são colocados na pauta das discussões públicas por pessoas e grupos que se impõem em nome do “povo”, e por isso reivindicam poder e autoridade para “transformar o mundo”, então é pertinente consultar os interessados – isto é, o próprio público. Afinal, os “revolucionários” também discursam em nome da “democracia”.

A agenda de transformações sociais tem alguns tópicos recorrentes que, julgam os idealizadores dela, são fundamentais para que se transforme em realidade o proclamado “mundo melhor”. São eles: o aborto; os interesses homossexuais; a descriminalização das drogas; o comércio e porte de armas. Se estes assuntos não são discutidos diretamente, alguns fatos e eventos servem como ponte para estimular os debates – por exemplo, o caso da reintegração de posse do prédio da Reitoria da USP e a ação de desocupação da “Cracolândia”, em São Paulo. Como pessoas e grupos tomam parte nestas questões em nome do “povo”, da “sociedade”, então, é necessário verificar se eles advogam legitimamente, isto é, se reproduzem a voz dos seus “protegidos”.

Sobre os tópicos gerais foi possível apurar: 

Aborto. 68% dos brasileiros são contra qualquer mudança na legislação que regulamenta o aborto [1]; e 72,7% são contra a legalização do aborto [2].

Interesses homossexuais. 55% dos brasileiros são contrários à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que reconheceu a união homoafetiva [3].

Descriminalização das drogas. 78,6% são contra a descriminalização das drogas [4]; e, mais especificamente, sobre a maconha, 76% são a favor da sua proibição [5].

Comércio e porte de armas. Em 2005, 63,94% dos brasileiros rejeitaram, através de um referendo, a proposta para proibir o comércio de armas de fogo e de munição [6].


Agora, sobre os fatos e eventos particulares verificou-se o seguinte:

Reintegração de posse da Reitoria da USP. 58% dos estudantes da USP são a favor do policiamento no Campus da Universidade [7].

Desocupação da “Cracolândia”. 82% dos moradores da cidade de São Paulo apoiam a ação [8].


Enfim, os dados apresentados revelam que os “revolucionários”, os “idealizadores do novo mundo”, não têm legitimidade para se proclamarem “defensores do povo”, porque eles não reproduzem as posições da própria “sociedade”. Acontece que, certos de que são a estirpe dos “iluminados”, detentores da suprema sabedoria intelectual, e sem qualquer mácula moral, eles se julgam capazes de traçar o destino da humanidade. Para que o transformador projeto de engenharia social seja realizado, não importam os mecanismos de obtenção de poder – se não o alcançam pela via “democrática”, vale a fraude, o artifício, e até mesmo a força. Esta militância ostensiva produz efeitos imediatos, pois através do barulho, do berro e da gritaria, o cidadão comum é constrangido e intimidado – confuso e sem voz, ele se torna um suposto “protegido”, é parte daquela “sociedade” em nome da qual os “revolucionários” proclamam o advento de um obscuro “mundo maravilhoso”.



Referências.

Thursday, February 02, 2012


Anexo – Duas fotos.
Bruno Braga.

Duas fotos para ilustrar o artigo publicado em 31 de Janeiro de 2012 – “Quem é Raúl Castro?” [http://dershatten.blogspot.com/2012/01/quem-e-raul-castro-bruno-braga.html].


Raúl Castro colocando a venda em um de seus próprios soldados em Sierra Maestra, condenado à morte por fuzilamento por um “Tribunal Revolucionário”. 




Em visita oficial, a presidente Dilma Rousseff - que participou de um grupo revolucionário armado que pretendia instaurar no Brasil o Socialismo-comunismo - ao lado de um dos fundadores e dirigente do regime que financiou a sua causa no passado: Raúl Castro.