“A
história da revolta, no mundo ocidental, é inseparável da história do
Cristianismo”, Albert Camus [1].
A
renúncia do Papa Bento XVI e o processo de sucessão do Sumo Pontífice tornaram-se
uma funesta oportunidade para potencializar um sentimento que, disseminado na
cultura moderna, alimenta a autodivinização do homem: a “revolta” – que do
plano do indivíduo adquire expressão na atividade política e social.
Uma
“revolta” – observa Camus - só se faz contra alguém. Em um mundo tão cheio de
tensões, repleto de obstáculos à vontade insaciável do homem, a noção do deus
pessoal, criador e, consequentemente, responsável por todas as coisas, fornece
um sentido ao protesto humano [2]. Então, com manifestações e motins, o “homem
revoltado” reivindica para si – e para os seus – um poder demiúrgico para criar
e erguer o reino da sua vontade - fundado sobre a pedra da matéria e proclamado
em nome da “Ciência”. Uma autodivinização que atingiu a dimensão catastrófica
com o Nazismo e a escala, não do “genocídio”, mas do “democídio”, com o ainda
ativo – e expressivo - Socialismo-Comunismo [3].
O
Cristianismo – a religião do deus pessoal e criador – faz o indivíduo erguer a
cabeça e o olhar para alto - sem abandonar este mundo, ao qual deve consagrar a
própria vida para merecer o outro. Para o revoltado – ou para o revolucionário
– esta é uma “blasfêmia” intolerável. O cristão deve ser submetido – dobrar o
pescoço e olhar para baixo como o animal -, sujeitar-se à elite governante e
iluminada, que anuncia à massa de ignaros o “novo mundo”. Os regimes da autoglorificação
colocaram o cristão diante de uma escolha: renunciar a fé ou morrer – e muitos
tombaram gritando “Viva Cristo Rei!”. Políticos e ativistas modernos - e seus
entusiastas - pretendem recolhê-lo dentro do templo, onde deve permanecer
calado sobre a civilização da qual a sua fé é um dos pilares, ou reduzir a sua
crença a uma, entre inúmeras outras, formas de satisfação e contentamento, um mecanismo
de realização dos desejos mundanos.
Não
há dúvida de que a Igreja Católica é a maior expressão do Cristianismo. O Papa é
a pessoa que a representa e dá a ela unidade. Em uma cultura da rebeldia e da
revolta, eles são acusados como os responsáveis pelos males do mundo. Enfrentam
protestos e manifestações. São achincalhados e ridicularizados. Não há um só
grupo entre os “paladinos dos novos tempos” que não os denuncie de obstar o
“progresso da humanidade”. O feminismo, a militância gayzista, os abortistas, o
secularismo, organizações sociais e partidos políticos revolucionários, o ecologismo
– todos berram, esgoelam contra a Igreja Católica e contra o Papa,
frequentemente acusando-os de algo que não fizeram ou que não pregaram.
A
renúncia e a sucessão de Bento XVI potencializaram o sentimento de “revolta” daqueles
que - não apenas se organizam em grupos políticos e sociais, também de
jornalistas, “intelectuais”, formadores de opinião, “teólogos progressistas”, e
até do cidadão que acredita ser ele um autêntico “agente de transformação” – estão
ansiosos para verem a “modernização” da Igreja Católica e a escolha de um Papa
adequado ao “mundo moderno”. É marca do “homem revoltado”, que pretende
transformá-los em instrumentos para a realização de seus caprichos e vontades,
quando não de seus ambiciosos projetos de poder – é o surto da autodivinização
contra o qual Bento XVI bravamente se opôs:
“Falar
para encontrar aplausos, falar orientando-se segundo o que os homens querem
ouvir, falar em obediência à ditadura das opiniões comuns, é considerado uma
espécie de prostituição da palavra e da alma. A ‘castidade’ à qual o apóstolo
Pedro faz alusão não é submeter-se a estes protótipos, não é procurar aplausos,
mas procurar a obediência à verdade” [4].
Notas.
[1].
CAMUS, Albert. “O homem revoltado”. Editora Record: Rio de Janeiro, 2003. p.
45.
Vídeo
– em Português - da última Audiência geral do Papa Bento XVI, realizada na
Praça São Pedro, 27 de Fevereiro de 2013. Depois dele o texto lido pelo Sumo
Pontífice, do qual destaco, antes, alguns trechos:
“Amar
a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas,
tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos”.
[...]
“Papa
nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão
grande que toca o coração”.
[...]
“O
que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou
humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de
Jesus Cristo, que nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase
tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num
tempo em que muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva
hoje!”
[...]
“Não
abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado”.
PAPA
BENTO XVI
AUDIÊNCIA
GERAL
Praça
de São Pedro Quarta-feira, 27 de
Fevereiro de 2013
Venerados Irmãos no Episcopado e no Presbiterado! Ilustres Autoridades! Amados irmãos e irmãs!
Agradeço-vos por terdes
vindo em tão grande número a esta minha última Audiência Geral.
De coração, obrigado!
Sinto-me verdadeiramente comovido e vejo a Igreja viva! E acho que devemos
dizer obrigado também ao Criador pelo bom tempo que nos dá agora, ainda no
Inverno.
Como fez o Apóstolo Paulo
no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto em meu coração que devo sobretudo
agradecer a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim
alimenta a fé no seu Povo. Neste momento, alarga-se o horizonte do meu espírito
e abraça toda a Igreja espalhada pelo mundo; e dou graças a Deus pelas
«notícias» que pude receber, nestes anos de ministério petrino, acerca da fé no
Senhor Jesus Cristo, da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o
faz viver no amor, e da esperança que nos abre e orienta para a vida em
plenitude, para a pátria do Céu.
Sinto que tenho a todos
comigo na oração, num presente que é o de Deus, onde reúno cada encontro, cada
viagem, cada visita pastoral. Reúno tudo e todos na oração, para os confiar ao
Senhor, pedindo-Lhe que tenhamos pleno conhecimento da sua vontade, com toda a
sabedoria e inteligência espiritual, e possamos comportar-nos de maneira digna
d’Ele, do seu amor, dando frutos em toda a boa obra (cf.Col1, 9-10).
Neste momento, reina em
mim uma grande confiança, porque sei, sabemos todos nós, que a Palavra de
verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e
renova, dá frutos por todo o lado onde a comunidade dos fiéis o escuta e acolhe
a graça de Deus na verdade e na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a
minha alegria.
Quando, no dia19 de Abril de quase oito anos atrás,
aceitei assumir o ministério petrino, uma certeza firme se apoderou de mim e
sempre me acompanhou: esta certeza de que a Igreja vive da Palavra de Deus.
Naquele momento, como já disse várias vezes, as palavras que ressoaram no meu
coração foram: Senhor, porque me pedis isto…, uma coisa imensa!? Este é um
grande peso que me colocais sobre os ombros, mas se Vós mo pedis, à vossa
palavra lançarei as redes, seguro de que me guiareis, mesmo com todas as minhas
fraquezas. E, oito anos depois, posso dizer que o Senhor me guiou
verdadeiramente, permaneceu junto de mim, pude diariamente notar a sua
presença. Foi um pedaço de caminho da Igreja que teve momentos de alegria e
luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos
na barca no lago da Galileia: o Senhor deu-nos muitos dias de sol e brisa
suave, dias em que a pesca foi abundante; mas houve também momentos em que as
águas estavam agitadas e o vento contrário – como, aliás, em toda a história da
Igreja – e o Senhor parecia dormir. Contudo sempre soube que, naquela barca,
está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa,
mas é d’Ele. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente
também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma
certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que, hoje, o meu coração transborda
de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a
sua consolação, a sua luz, o seu amor.
Estamos noAno da Fé, que desejei precisamente
para reforçar a nossa fé em Deus, num contexto que parece colocá-Lo cada vez
mais de lado. Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a
entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços
nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço.
Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho
por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a
alegria de ser cristão. Numa bela oração, que se recita diariamente pela manhã,
diz-se: «Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo com todo o coração. Agradeço-Vos por
me terdes criado, feito cristão...». Sim! Estamos contentes pelo dom da fé; é o
bem mais precioso, que ninguém nos pode tirar! Agradeçamos ao Senhor por isso
mesmo todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama,
mas espera que também nós O amemos!
Mas não é só a Deus que
quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de
Pedro, embora recaia sobre ele a primeira responsabilidade. Eu nunca me senti
sozinho, ao carregar as alegrias e o peso do ministério petrino; o Senhor
colocou junto de mim tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à
Igreja, me ajudaram e estiveram ao meu lado. E em primeiro lugar vós, amados
Irmãos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram
preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de
Estado que me acompanhou fielmente ao longo destes anos; a Secretaria de Estado
e a Cúria Romana inteira, bem como todos aqueles que, nos mais variados
sectores, prestam o seu serviço à Santa Sé: são muitos rostos que não
sobressaem, permanecem na sombra, mas precisamente no silêncio, na dedicação quotidiana,
com espírito de fé e humildade, foram para mim um apoio seguro e fiável. Um
pensamento especial para a Igreja de Roma, a minha diocese! Não posso esquecer
os Irmãos no Episcopado e no Presbiterado, as pessoas consagradas e todo o Povo
de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens,
sempre senti grande solicitude e profundo afecto; mas também eu amei a todos e
cada um sem distinção, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada
Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Todos os
dias tinha presente cada um de vós na oração, com o coração de pai.
Depois, queria que a minha
saudação e o meu agradecimento chegassem a todos: o coração de um Papa abraça o
mundo inteiro. E queria expressar a minha gratidão ao Corpo Diplomático junto
da Santa Sé, tornando presente a grande família das nações. Aqui penso também a
todos aqueles que trabalham por uma boa comunicação, e agradeço-lhes o seu
serviço importante.
Neste
momento, queria agradecer verdadeiramente do coração também às inúmeras
pessoas, de todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram comoventes sinais
de atenção, amizade e oração. Sim! O Papa nunca está sozinho, pude
experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão grande que toca o coração.
O Papa pertence a todos, e muitíssimas pessoas se sentem estreitamente unidas a
ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado,
dos líderes religiosos, dos representantes do mundo da cultura, etc. –, mas
recebo também muitíssimas cartas de pessoas simples que me escrevem
simplesmente com o seu coração e me fazem sentir o seu afecto, que brota do
facto de estarmos unidos com Jesus Cristo, na Igreja. Estas pessoas não me
escrevem como se faz, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se
conhece; mas escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o
sentido de um vínculo familiar muito afectuoso. Aqui pode-se tocar com a mão o
que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários,
mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que
nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase tocar com as
mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num tempo em que
muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva hoje!
Nestes últimos meses,
senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na
oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais
justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena
consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade
de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas
difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós
mesmos.
Permiti-me, aqui, voltar
mais uma vez àquele19 de Abril de2005. A
gravidade da decisão esteve precisamente no facto de que, daquele momento em
diante, me comprometera sempre e para sempre com o Senhor. Sempre: quem assume
o ministério petrino deixa de ter qualquer vida privada. Pertence sempre e
totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida fica, por assim dizer, totalmente
despojada da dimensão privada. Pude experimentar, e estou a experimentá-lo
precisamente agora, que um recebe a vida precisamente quando a dá. Eu disse,
antes, que muitas pessoas que amam o Senhor, amam também o Sucessor de São
Pedro e estão-lhe afeiçoadas; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs,
filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa
comunhão; é assim, porque deixou de se pertencer a si mesmo, pertence a todos e
todos pertencem a ele.
Mas o «sempre» é também um
«para sempre»: não haverá mais um regresso à vida privada. E a minha decisão de
renunciar ao exercício activo do ministério não revoga isto; não volto à vida
privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não
abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado. Deixo
de trazer a potestade do ofício em prol do governo da Igreja, mas no serviço da
oração permaneço, por assim dizer, no recinto de São Pedro. Nisto, ser-me-á de
grande exemplo São Bento, cujo nome adoptei como Papa. Ele mostrou-nos o
caminho para uma vida, que, activa ou passiva, está votada totalmente à obra de
Deus.
Agradeço a todos e cada um
ainda pelo respeito e compreensão com que acolhestes esta decisão tão
importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, através da oração e
da reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que procurei
diariamente viver até agora, e quero viver sempre. Peço que me recordeis diante
de Deus, e sobretudo que rezeis pelos Cardeais, chamados a uma tarefa tão
relevante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Que o Senhor o acompanhe com
a luz e a força do seu Espírito!
Invocamos a materna
intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, pedindo-Lhe que acompanhe
cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a Ela nos entregamos, com profunda
confiança.
Queridos amigos! Deus guia
a sua Igreja; sempre a sustenta mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca
percamos esta visão de fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja
e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, habite sempre a
jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está
perto de nós e nos envolve com o seu amor. Obrigado!
Da
janela de seus aposentos o Papa Bento XVI celebrou o seu último “Angelus”, e
declarou para o público que lotou a Praça São Pedro no Vaticano: não abandonará
a Igreja; pelo contrário, continuará a servi-la com a mesma dedicação e com o
mesmo amor com o qual fez até agora.
Este
é o vídeo – traduzido para o português – da celebração do último dia 24 de
Fevereiro. Depois dele o texto – em italiano – lido pelo Papa Bento XVI
(Meditação sobre o Evangelho da Transfiguração, Lc. 9, 28-36).
BENEDETTO
XVI
ANGELUS
Piazza
San Pietro
Domenica, 24 febbraio 2013
Cari fratelli e sorelle!
Grazie per il vostro
affetto!
Oggi, seconda domenica diQuaresima, abbiamo un Vangelo
particolarmente bello, quello della Trasfigurazione del Signore. L’evangelista
Luca pone in particolare risalto il fatto che Gesù si trasfigurò mentre
pregava: la sua è un’esperienza profonda di rapporto con il Padre durante una
sorta di ritiro spirituale che Gesù vive su un alto monte in compagnia di
Pietro, Giacomo e Giovanni, i tre discepoli sempre presenti nei momenti della
manifestazione divina del Maestro (Lc5,10; 8,51; 9,28). Il Signore, che
poco prima aveva preannunciato la sua morte e risurrezione (9,22), offre ai
discepoli un anticipo della sua gloria. E anche nella Trasfigurazione, come nel
battesimo, risuona la voce del Padre celeste: «Questi è il figlio mio,
l’eletto; ascoltatelo!» (9,35). La presenza poi di Mosè ed Elia, che
rappresentano la Legge e i Profeti dell’antica Alleanza, è quanto mai
significativa: tutta la storia dell’Alleanza è orientata a Lui, il Cristo, che
compie un nuovo «esodo» (9,31), non verso la terra promessa come al tempo di
Mosè, ma verso il Cielo. L’intervento di Pietro: «Maestro, è bello per noi
essere qui» (9,33) rappresenta il tentativo impossibile di fermare tale
esperienza mistica. Commenta sant’Agostino: «[Pietro]…sul monte…aveva Cristo
come cibo dell’anima. Perché avrebbe dovuto scendere per tornare alle fatiche e
ai dolori, mentre lassù era pieno di sentimenti di santo amore verso Dio e che
gli ispiravano perciò una santa condotta?» (Discorso78,3:PL38,491).
Meditando questo brano del
Vangelo, possiamo trarne un insegnamento molto importante. Innanzitutto, il
primato della preghiera, senza la quale tutto l’impegno dell’apostolato e della
carità si riduce ad attivismo. NellaQuaresimaimpariamo
a dare il giusto tempo alla preghiera, personale e comunitaria, che dà respiro
alla nostra vita spirituale. Inoltre, la preghiera non è un isolarsi dal mondo
e dalle sue contraddizioni, come sul Tabor avrebbe voluto fare Pietro, ma
l’orazione riconduce al cammino, all’azione. «L’esistenza cristiana – ho
scritto nelMessaggioper
questa Quaresima–
consiste in un continuo salire il monte dell’incontro con Dio, per poi
ridiscendere portando l’amore e la forza che ne derivano, in modo da servire i
nostri fratelli e sorelle con lo stesso amore di Dio» (n. 3).
Cari
fratelli e sorelle, questa Parola di Dio la sento in modo particolare rivolta a
me, in questo momento della mia vita. Grazie! Il Signore mi chiama a “salire
sul monte”, a dedicarmi ancora di più alla preghiera e alla meditazione. Ma
questo non significa abbandonare la Chiesa, anzi, se Dio mi chiede questo è
proprio perché io possa continuare a servirla con la stessa dedizione e lo stesso
amore con cui ho cercato di farlo fino ad ora, ma in un modo più adatto alla
mia età e alle mie forze. Invochiamo l’intercessione della
Vergine Maria: lei ci aiuti tutti a seguire sempre il Signore Gesù, nella
preghiera e nella carità operosa.
A
Folha Online publicou neste domingo uma reportagem sobre o cartunista Laerte –
conhecido também por seu exótico “transgênero” - e sua irmã Marília Coutinho
que poderia muito bem enriquecer o relatório da “Comissão da Verdade”, não
tivesse a comissão o propósito de consagrar a versão revolucionária dos fatos e
falsificar a História de um país [1].
Destaco
os trechos do artigo referentes ao tópico “Sexo e Política”, que têm como pano
de fundo o Socialismo-Comunismo.
“As
buscas de Laerte e Marilia começaram na política. Os dois fizeram parte do
Partido Comunista na década de 1970 e a militância deixou marcas profundas em
ambos.
Marilia
tinha 15 anos e praticava esgrima quando entrou no partido, em 1978. Chegou a ser campeã brasileira aos 14 anos,
mas abandonou o esporte quando começou a levar a militância mais a sério. ‘No
Partidão, achavam que aquilo era um desvio pequeno-burguês. Aí, abandonei o
esporte’, diz.
No ano seguinte, entrou
para a Convergência Socialista, hoje PSTU. Suas primeiras experiências sexuais
aconteceram com líderes partidários das duas organizações. ‘Sexo fazia parte da
política’, diz. ‘Eu estava despertando para a sexualidade e, de repente, tinha
que transar para fazer parte do grupo’, conta. ‘Depois, fui estuprada, no PSTU,
na Convergência. Fui expropriada de mim mesma’.
Laerte
só soube que a irmã tinha passado por problemas no partido muitos anos depois. ‘Eu
também passei por constrangimentos, mas com ela foi uma coisa violentíssima’. O cartunista, hoje um bissexual assumido,
diz ter bloqueado seu lado homossexual. Em uma campanha para eleições sindicais
na década de 1980, chegou a desenhar um personagem da oposição como um gigante
gay, usando a homofobia como arma política.
‘Fazer
parte daquele movimento foi fundamental para o meu processo criativo, mas
sufoquei uma parte de mim para viver como o ‘tio Stálin’ achava certo’, diz,
referindo-se ao ditador soviético Joseph
Stálin (1878-1953), que perseguiu os homossexuais na União Soviética durante
seu governo, dos anos 1920 até a sua morte.
Laerte
militou no Partidão entre 1973 e 1985. Largou quando percebeu ‘um movimento
cultural, de quadrinhos, que era o que queria fazer’.
Marília
saiu da militância em 1981 e, no mesmo ano, recebeu o diagnóstico de psicose
maníaco-depressiva. Chegou a tomar 11 remédios ao mesmo tempo. Envolveu-se com
drogas, ‘maconha, ácido, álcool, o que caía na minha’, passou por ‘desastres
conjugais’ e um ‘parêntese de felicidade’: o nascimento da filha Melina, em
1989. Em 2005, tentou o suicídio”.
[...]
(os destaques são meus).
***
Heitor
de Paola menciona um caso semelhante ao de Laerte e de sua irmã. Da esposa que
abandonou um “companheiro” depois que ele expôs a “necessidade revolucionária”
de ela estar disponível para satisfazer sexualmente outros militantes
clandestinos que não tinham como fazê-lo sem risco, fora da organização [2].
No
final de 2012 um grupo LGBT distribuiu um “Gibi” no IFRJ (Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro). O material – pretensamente
“didático” - escandalizou alunos, pais e a direção da instituição. Ele era tão
obsceno que uma reportagem jornalística teve dificuldade para encontrar uma imagem
que pudesse ser exibida na televisão (Cf. vídeo ao final do texto).
Os
responsáveis pela elaboração do “gibi” entendem por orientação “didática”
coisas do tipo: “gozar com prazer e segurança [...] a qualquer hora, em
qualquer lugar, de qualquer maneira e com qualquer um”; e “dicas” de como fazer
sexo sem camisinha de forma segura.
Depois
da repercussão, o presidente do grupo LGBT “Arco Íris de Cidadania” afirmou que
o material – esclarece ele, destinado apenas para público gay - foi distribuído
de maneira acidental. Uma desculpa tão esfarrapada que o próprio formato – uma
revista em quadrinho, e uma linguagem própria para a juventude - já seria
suficiente para denunciar. Ademais, a direção do IFRJ explicou como o “gibi”
foi distribuído dentro da escola e sem a sua autorização: aconteceu em um
evento cultural promovido pelo instituto, no qual o grupo LGBT montou um
estande e forneceu o material aos participantes.
O
episódio ilustra o “didatismo” do Movimento gayzista [1], que sob o pretexto de
combater o “preconceito”, a “discriminação”, e promover o “esclarecimento”,
reivindica o poder para interferir na formação de jovens e adolescentes.
Nota.
[1].
Não confundir a homossexualidade com o Movimento gayzista. Este último é a
transformação da sexualidade em princípio de organização política e de
engenharia social.
Em
um artigo intitulado “A palavra dos mortos” [1] o deputado federal e ativista
gay – Jean Wyllys – dispôs-se a defender o levantamento panfletário promovido pelo
Grupo Gay da Bahia (GGB), que denuncia o assassinato de 336 gays, lésbicas e
travestis no Brasil em 2012 [2].
O ilustre
deputado dispara uma série de estereótipos - “conservador”, “reacionário”,
“fundamentalista cristão” – contra os que contestaram o levantamento do GGB.
Recurso ordinário de manifestações militantes. Mas, além do artifício comum,
Jean se coloca em uma posição privilegiada, que o ilumina na exclamação da
sentença carregada com um peculiar – senão exótico - espírito “democrático” e
“tolerante”:
“Não
repetirei aqui todos ‘argumentos’ dessa
gente – até porque seu preconceito ou má fé não precisa de mais espaço que já tem!” (os destaques são meus).
O
deputado gayzista é de uma generosidade comovente. Ele desce até o raso da
ignorância para dar uma amostra de sua luz sapiencial e demonstrar a estreiteza
do intelecto – ou a má-fé – dos que contestaram os números do GGB. Quer dizer, para
Jean toda e qualquer oposição é – automaticamente – demonstração de burrice ou malícia
de embusteiro.
Adverte
o deputado gayzista: as estatísticas do GGB não afirmam “apenas” o assassinato
de 336 homossexuais no ano passado; elas denunciam a “motivação homofóbica” dos
crimes, ou seja, pessoas que foram mortas porque eram gays, lésbicas, travestis,
ou em “circunstâncias em que a orientação sexual e/ou identidade de gênero
contribuiu/contribuíram decisivamente para o homicídio”.
Acontece
que a “motivação homofóbica” não é determinada no levantamento do GGB. Não há
nos dados apresentados a especificação da “motivação” de cada um dos crimes, isto
é, o esclarecimento de que foram cometidos por pessoas perturbadas que nutrem
um ódio mortal contra homossexuais. O próprio responsável pelo material se
esquiva quando é questionado sobre a “motivação” dos crimes: “quando o
movimento negro, os índios, ou as feministas divulgam suas estatísticas, não se
questiona se o motivo foi racismo ou machismo”. Porém, mesmo assim, Jean pressupõe
que todos – todos - os homicídios tiveram “motivação homofóbica”.
Ademais,
o que o deputado gayzista quer dizer com “circunstâncias em que sua orientação
sexual e/ou identidade de gênero contribuiu/contribuíram decisivamente
para o homicídio”? (o destaque é meu). “Contribuir”, aqui, tem um sentido tão
elástico quanto o conceito de “homofobia” construído por Luiz Mott, o “decano”
do Movimento gayzista. Ampliados e manipulados com os aspectos “cultural”,
“institucional”, “individual”, “linguístico” e “social”, a construção teórica é
capaz de artificialmente transformar o assassinato de um gay - executado por
outro gay - em crime de “homofobia”. Por exemplo, denunciando como crime
“homofóbico” o assassinato de um gay por outro porque a vítima não teve amparo “institucional”
ou porque o assassinato é o resultado das circunstâncias “culturais”, de um
suposto preconceito generalizado contra gays [3].
Jean
ainda afirma que os crimes contra os homossexuais não podem ser comparados com
os cerca de 50.000 homicídios ocorridos no Brasil todo ano. O deputado gayzista
está equivocado. Porque, se a motivação “homofóbica” dos crimes não é atestada,
então não há nenhum impedimento de somar estes crimes com o de todos os outros
brasileiros assassinados. Não há critério que justifique o isolamento dos
crimes cometidos contra gays – ele não é identificado.
Além
disso, o número apresentado pelo GGB – por si mesmo e na proporção com o número total de homicídios (50.000) - não é significativo para
alarmar um “banho de sangue gay” que justifique a engenharia social pretendida
com ele, algo envolve não apenas a modificação da legislação penal, mas a
reformulação de projetos educacionais infantis com material gayzista e a prática
de adoção de crianças.
Enfim,
Jean se levanta para defender os seus. Para isso recorre aos artifícios
utilizados pelo ativismo do qual faz parte, a militância gayzista que tem entre
os seus maiores representantes o próprio Grupo Gay da Bahia.
A
renúncia do Papa Bento XVI suscitou na mídia e em boa parte dos fiéis,
especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre
elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa "Profecia de São
Malaquias" que, segundo a lenda, anunciava o fim da Igreja e do mundo
ainda neste século. Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a
imaginação de inúmeras pessoas,a
verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já
demonstraram vários teólogos, inclusive o estimado monge beneditino, Dom
Estevão Bettencourt, na sua revista "Pergunte e Responderemos".
Mas não é sobre a profecia de São Malaquias que queremos falar
aqui. Nossa atenção, devido às circunstâncias, volta-se para as palavras dojovem teólogo da Baviera, Padre Joseph
Ratzinger, proferidas há pouco mais de 40 anos, logo após o término do Concílio
Vaticano II. Em um contexto de crise de fé e revolução cultural,
o então professor de teologia da Universidade de Tübingen via-se cada vez mais
sozinho diante da postura marcadamente liberal de seus colegas teólogos, como
por exemplo, Küng, Schillebeeckx e Rahner. Olhando também para os outros
setores da Igreja, Padre Ratzinger via nos "sinais dos tempos" um
presságio do processo de simplificação que o catolicismo teria de enfrentar nos
anos seguintes.
Uma Igreja pequena, forçada a abandonar importantes lugares de
culto e com menos influência na política. Esse era o perfil que a Igreja
Católica viria a ter nos próximos anos, segundo Ratzinger. O futuro papa estava
convencido de que a fé católica iria passar por um período similar ao do
Iluminismo e da Revolução Francesa, época marcada por constantes martírios de
cristãos e perseguições a padres e bispos que culminaram na prisão de Pio VI e
sua morte no cárcere em 1799. A Igreja estava lutando contra uma força, cujo
principal objetivo era aniquilá-la definitivamente, confiscando suas
propriedades e dissolvendo ordens religiosas.
Apesar da aparente visão pessimista, o jovem Joseph Ratzinger
também apresentava um balanço positivo da crise. O teólogo alemão afirmava que
desse período resultaria uma Igreja mais simples e mais espiritual, na qual as
pessoas poderiam encontrar respostas em meio ao caos de uma humanidade
corrompida e sem Deus. Esses apontamentos feitos por Ratzinger faziam parte de
uma série de cinco homilias radiofônicas, proferidas em 1969. Essas mensagens
foram publicadas em livro sob o título de "Fé e Futuro".
"A Igreja
diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma
grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade
renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo
rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. E descobrirão, então,
a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança
que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente"
Depois
de 40 anos desses pronunciamentos, o já então papa Bento XVI não mudou de
opinião. É o que pode-se concluir lendo um de seus discursos feitos para os
trabalhadores católicos em Freiburg, durante viagem apostólica a Alemanha, em
2011. Citando Madre Teresa de Calcutá, o Santo Padre constatava uma
considerável "diminuição da prática religiosa" e "afastamento
duma parte notável de batizados da vida da Igreja" nas últimas décadas. O
Santo Padre se pergunta: "Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá
ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente,
para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?"
O Papa alemão respondia que
sim, a Igreja deveria mudar, mas essa mudança deveria partir do próprio eu."Uma vez alguém instou a beata
Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na
Igreja.A
sua reposta foi: tu e eu!", ensinou. Bento XVI pedia no
discurso uma reforma da Igreja que se baseasse na sua"desmundanização",
corroborando o que explicou em outra ocasião a um jornalista, durante viagem ao
Reino Unido, sobre como a Igreja deveria fazer para agradar o homem moderno.
"Diria que
uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado,
porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios
números e, assim, o próprio poder. A Igreja está a serviço de um Outro: não
serve a si mesma, para ser um corpo forte, mas serve para tornar acessível o
anúncio de Jesus Cristo, as grandes verdades e as grandes forças de amor, de
reconciliação que apareceu nesta figura e que provém sempre da presença de
Jesus Cristo. Neste sentido a Igreja não procura tornar-se atraente, mas deve
ser transparente para Jesus Cristo e, na medida em que não é para si mesma,
como corpo forte, poderosa no mundo, que pretende ter poder, mas faz-se
simplesmente voz de um Outro, torna-se realmente transparência para a grande
figura de Cristo e para as grandes verdades que Ele trouxe à humanidade".
Esses textos ajudam-nos a entender os recentes fatos e interpretar os
pedidos de reforma da Igreja pedidos por Bento XVI nos seus discursos
pós-renúncia. De maneira alguma esses pedidos fazem referência a uma abertura
da Igreja para exigências ideológicas do mundo moderno, como quiseram sugerir
alguns jornalistas. Muito pelo contrário, o Papa fala de uma purificação da
ação pastoral da Igreja diante do homem moderno, de forma que ela se livre dos
ranços apregoados pelo modernismo. Trata-se de conservar a fiel doutrina de Cristo
e apresentá-la de modo transparente e sem descontos. A Igreja enquanto tal é
santa, imaculada. Mas seus membros carecem de uma constante conversão e é neste
sentido que a reforma deve seguir. A Igreja precisa estar segura de sua própria
identidade que está inserida na sua longa tradição de dois mil anos, caso
contrário, toda reforma não passará de uma reforma inútil.
Fonte. Equipe
Christo Nihil Praeponere (Pe. Paulo Ricardo).
A
“Acadêmicos do Salgueiro” prestou uma funesta homenagem no desfile das escolas
de samba do Rio de Janeiro deste ano: venerou Che “El Chancho PORCO” Guevara na
avenida. Os integrantes da sua bateria – a “Furiosa” - além de jovens e crianças
- vestiram uma boina gravada com uma estrela vermelha, calçaram coturno – como
se fossem o próprio revolucionário [1].
No
entanto, a escola que se orgulha de ser a primeira a exaltar o negro nos
desfiles de carnaval, homenageou um racista. E o encantador “idealismo” revolucionário
que ela pretendia enaltecer era de fato uma “fantasia”, porque escondia a face
real do líder catinguento – do mesmo Che que proclamou:
“Um
revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar movida apenas pelo
ódio”.
Parte
do dinheiro utilizado para venerar o delinquente assassino vem de um recurso ao
Ministério da Cultura, pasta então ocupada por Ana de Hollanda, irmã do ilustre
Chico Buarque que já cantou com entusiasmo “Hasta Siempre Comandante Che
Guevara”. Braço administrativo do governo Socialista-Comunista do PT, o
Ministério da Cultura generosamente autorizou a escola de samba “Acadêmicos do
Salgueiro” a captar R$ 4.939.520,00 por meio da Lei Rouanet [2].
Os
destaques em vermelho são meus.
A
Salgueiro não vendeu o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro – ficou em
quinto lugar. Mas, apesar do resultado, estava feita a “folia do ‘idiota
latino-americano’”, e foi realizado mais um “culto a El Chancho” [3] – o Porco
louvado como herói revolucionário.
A
entrevista que o Pastor Silas Malafaia concedeu a Marília Gabriela – exibida
pelo SBT no dia 03 de Fevereiro – rendeu não apenas um alto índice de audiência
para os padrões da emissora e do programa; ela forneceu para o telespectador
uma amostra clara - senão obscena - de como as celebridades “intelectualizadas”
abraçam e defendem instintivamente as causas “progressistas”.
Malafaia
não estava “de frente com Gabi”, a entrevistadora. Uma profissional, que para o
esclarecimento do público, utiliza perguntas elaboradas com sagacidade ou uma
conversa conduzida com perspicácia para extrair o máximo das ideias e posições
do seu entrevistado. Não. “De frente com Silas” estava Marília Gabriela, que
assumiu o papel de ativista, utilizando a sua atividade profissional para defender
e fazer publicidade das causas “modernas”, sobretudo as da militância gayzista
[1].
Marília
Gabriela fez deboche – ironia. Interrompeu o Pastor inúmeras vezes. Exaltou-se
diante das respostas – e contra Malafaia reproduziu todos os estereótipos esgoelados
pelo ativismo gay. O Pastor não se intimidou. Marília Gabriela, intransigente –
e revoltada – esbravejou. No espaço das considerações finais, Malafaia proferiu
uma “palavra” – e com um gesto de arrogância, travestido de generosidade,
Marília Gabriela pediu para que o “seu deus” perdoa-se Malafaia.
O
“pecado” do Pastor foi enfrentar – sem temor - os “dogmas” do “politicamente
correto”. Para a elite de “Intelectuais” modernos e para o “beatiful people” –
como Marília Gabriela -, estes são princípios imaculados. Contestá-los - como contestar
projetos gayzistas - é motivo de “escândalo”.
Não
é necessário concordar com toda a argumentação de Malafaia – pertinente na
maioria dos casos - nem frequentar a igreja dele – para perceber como a família
tradicional, a citação da Bíblia e a menção da Religião tornaram-se a
“blasfêmia” da modernidade. Porém, estes atos de “impiedade” ferem apenas uma minoria
de “paladinos da modernidade”, que – como porta-vozes de um vago e estranho
conceito de “Ciência” - se arrogam poderes demiúrgicos para remodelar todo o
conjunto da sociedade. A ativista Marília Gabriela acredita – crê piamente – que
faz parte desta vanguarda construtora de um obscuro “mundo maravilhoso”.
“De
frente” com Jean Wyllys – Deputado federal e ativista gay - o comportamento de
Marília Gabriela é bem diferente. Sobram sorrisos e elogios: “ele não é bom
mesmo?!” [32:12] (Cf. Vídeo abaixo). O deputado gayzista tem licença para violar
a razão e estuprar o bom senso que, ainda sim, a entrevistadora, encantada,
diz: “é surpreendente” [16:22]. Jean tem salvo conduto para peidar – cagar - na
cara do telespectador, inventando que o material do “kit gay” não era destinado
a crianças, e Marília Gabriela o considera como alguém que “fez valer o seu
voto nele” [45:57] [2]. Marília Gabriela não o contesta, pelo contrário, ela o
apoia – inclusive citando as estatísticas forjadas do GGB [34:50] [3].
Este
é o modelo de “democracia” e “tolerância” cunhado por uma vanguarda “intelectualizada”,
que o traça embebedada por suas fantasias de “novo mundo”. Os que nele se
encaixam, afagos, sorrisos e elogios; aos considerados preliminarmente “ultrapassados”
e “reacionários”, gritaria, pedradas e pontapés. Quando Marília Gabriela expõe
a esperança de que o “o seu deus” perdoe Malafaia, ela não espera - ela já fez
o julgamento, tornou-se, ali, o Juiz e a Sentença. Sintoma flagrante de um
surto alucinatório típico dos entusiastas do “novo mundo” – a autodivinização que
reivindica poder para remodelar toda a sociedade.
***
Depois
da participação do Pastor Silas Malafaia no Programa “De frente com Gabi”, Eli
Vieira, doutorando em genética, Cambridge, divulgou um vídeo “didático”, que
repercutiu na internet. Nele o biólogo reivindica as fontes das pesquisas
citadas por Malafaia e apresenta outras que contestam os argumentos do Pastor.
Exigir
que Malafaia discriminasse precisamente as suas fontes - com citações e
bibliografias - é não saber diferenciar um programa popular de entrevistas de um
ambiente acadêmico ou da redação de um “paper”.
Porém,
Eli Vieira não sabe muito bem nem onde ele mesmo está. Recorre ao prestígio da
instituição onde desenvolve sua pesquisa – Cambridge – e coloca-se na posição
de porta-voz da “Ciência” – contra a Religião, como será visto mais à frente.
Mas, talvez por um lapso, o doutorando esquece que a Universidade tem raízes e
uma intensa atividade com a própria Religião.
Ademais,
Malafaia não pôde editar sua entrevista, como fez Eli Vieira com sua exposição
“didática”. Apesar deste privilégio, o biólogo demonstra reticência e hesitação
em alguns trechos – em outros, parece concordar, inclusive, com o próprio
Pastor.
Eli
Vieira reclama da “honestidade intelectual” de Silas Malafaia. Porém, o
doutorando de Cambridge cita um texto com pesquisas inconclusas: “Neste estágio
(de pesquisa), poucas conclusões podem ser extraídas com certeza, observando os
determinantes genéticos e ambientais da orientação” (Tradução livre da
conclusão do texto “Genetic and Environmental Influences on Sexual Orientation”,
de Khytam Dawook, J. Michael Bailey, e Nicolas G. Martin, p. 277 [http://genepi.qimr.edu.au/contents/p/staff/NGMHandbookBehGen_Chapter19.pdf]).
O
biólogo não se dá conta de um tropeço em sua “didática” exposição: ele discursa
durante todo o vídeo em termos de POSSIBILIDADE, e o concluí como FATO. E
recorre ao “consenso dos pares” – da “comunidade científica” – para fundamentar
o que não é sequer consenso [4].
Eli
Vieira ainda duvida da “imparcialidade” de Silas Malafaia. Mas, e o nobre
doutorando de Cambridge, é de fato “imparcial”? Eli Vieira é Presidente da Liga
Humanista Secular do Brasil (LHS), associação dedicada a “apoiar” e
“representar” o “secularismo”. Entre os seus membros eméritos está Jean Wyllys,
o ilustre Deputado federal e ativista gay. A Liga foi premiada, inclusive, com o
“Troféu Triângulo Rosa” – concedido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que é
presidido pelo “decano” do Movimento gayzista no Brasil, Luiz Mott [5].
Os
destaques em vermelho são meus.
Enfim,
Eli Vieira também é um “militante”, apesar de se colocar como paladino de uma “Ciência
imparcial”. Não, o doutorando de Cambridge é ativista. Suas causas são
utilizadas, inclusive, para fazer chacota com a sucessão do Papa Bento XVI – e com
o apoio de outra liderança gayzista, Toni Reis.
Os
destaques em vermelho são meus.
Notas.
[1].
Não confundir o homossexualismo com a Militância gayzista. Esta é a
transformação da sexualidade em princípio de organização política e de
engenharia social.