Bruno Braga.
A declaração de Frei Betto reproduzida no artigo “Surto infausto” revela uma preocupação constante de um dos braços do movimento revolucionário: “Reinventar o Socialismo” [1]. Estas reinvenções já eram promovidas desde Stálin, que, enquanto definia para os soviéticos “o socialismo em um único país”, simultaneamente patrocinava os movimentos nacionalistas e a revolução cultural pelo mundo. Com a sofisticação das estratégias, Ernesto Laclau é um exemplo contemporâneo para aqueles que ainda pensam a partir de estereótipos e caricaturas, demonstrando que a subversão não se dá apenas por meio insurrecional, mas se infiltra até mesmo na linguagem, com a resignificação do vocabulário [2]. Porque o que importa para o processo revolucionário não é o conteúdo das suas propostas, mas a constante elaboração de mecanismos de concentração de poder. Assim, alguns membros da brigada “inimiga” são integrados ao movimento – como os capitalistas “aliados” -, e parte dos perseguidos de outrora são absorvidos e cooptados.
Uma das mais recentes e destacadas frentes do movimento revolucionário aparece perfeitamente caracterizada por um de seus líderes. Ele, que não esconde suas influências, tem uma filiação político-partidária sugestiva - Partido Socialismo e Liberdade. Além disso, discursa no mesmo tom do ilustre “Comandante”:
“Eu sei que já escrevi o meu nome na história [...]” [3].
O verniz de palavras de justiça e igualdade para a sua “minoria”, o brado afetado e histérico contra o preconceito e a discriminação, escondem o ardil, os artifícios, e os falsos pretextos, para a construção do “mundo maravilhoso” e “colorido” – que para ser realizado implica a desconstrução deste mundo mesmo, e a imposição de controle, restrições e privilégios: como a imunidade à crítica comportamental, a “Bolsa Gay”, e até uma exótica proposta de pesquisa sobre a “Homofobia ambiental” [4]. Medidas estritamente necessárias, acreditam os revolucionário, pois, do alto de sua privilegiada sabedoria, eles estão certos sobre o que é melhor para uma sociedade de ignorantes [5].
Assim se desdobra o ininterrupto processo revolucionário, com seus mais novos e obstinados guerrilheiros vestidos e trajados a caráter.
Obs. Para que não haja nenhum mal-entendido: para os que não conseguem distinguir a Homossexualidade do Movimento Gay, Cf. BRAGA, Bruno. “Família do ‘Novo Milênio’?” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/08/familia-do-novo-milenio-bruno-braga.html].
Referências.
[1] BRAGA, Bruno. “Surto infausto” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/01/surto-infausto.html].
[2] LACLAU, Ernesto. Hegemony & Socialist Strategy: Towards a Radical Democratic Politics. Editora Verso: London/New York, 1985.
[3] Jean Wyllys em entrevista para a Revista “Rolling Stone” [http://www.rollingstone.com.br/edicao/59/a-cruzada-libertadora-de-jean-wyllys].
[4]. Cf. Respectivamente, PL-122/06 e Promoção da Cidadania e dos Direitos Humanos de LGBT [http://portal.mj.gov.br/sedh/homofobia/planolgbt.pdf], Itens 1.2.33 e 1.4.10.
[5] Estas são suas próprias palavras. Cf. http://www.youtube.com/watch?v=ixm4R63vKt8&feature=player_embedded
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