Bruno Braga.
Eu acho importantíssimo e
acho que ela merece a divulgação que está tendo.
Eleonora
Menicucci é Ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres. Certa vez
relembrou, com nostalgia, o treinamento clandestino que promovia na Colômbia:
dilacerar fetos – segundo ela mesma, uma “coisa muito linda” [1]. Agora
Menicucchi aplaude a “bonita” – na avaliação da Ministra - “Marcha das Vadias”
[2]. O exame deste movimento, no entanto, deve ir além da consideração
estética, já que ele tem efetivas repercussões práticas.
A
“Marcha das Vadias” é um movimento feminista internacional que pretende coibir
a violência sexual contra a mulher. Acontece que, no mesmo ato em que
reivindicam respeito, as manifestantes expressam a intolerância que não se vê
naqueles que elas acusam de promovê-la. Os protestos evidenciam – não apenas pela
estética, mas pelas próprias ações - que a honra e a integridade física da
mulher são apenas adornos retóricos. A propósito, seria pertinente sondar
quantas mulheres - mulheres de fato - marcham nestes protestos.
De
qualquer modo, o que se pretende com manifestações deste tipo é um poder
ilimitado. Um poder que permita às militantes – e aos simpatizantes - fazerem o
que bem quiserem. Por exemplo: desfigurar imagens e manipular símbolos
religiosos com o nítido propósito de insultar a crença e a fé; invadir, como
aconteceu recentemente no Rio de Janeiro, uma Igreja – uma militante, com os
seios à mostra diante do altar, esbravejava pela liberação do aborto na
companhia de suas companheiras e amazonas guardiãs dos direitos humanos, da
honra e da moral feminina [3].
O
ocorrido no Rio de Janeiro é simbólico. É a representação concreta de um
ambicioso desejo de autodivinização, maquiado por bandeiras de protestos e
exigências de direitos – uma das credenciais de projetos revolucionários dos
quais o feminismo é somente um dos tentáculos.
Porém,
as leis deste país, pelo menos formalmente, ainda estão em vigor. As “vadias” excederam
o direito legítimo de manifestação – de levantar, inclusive, a mesma bandeira
abortista da Ministra Menicucci. Elas cometeram um crime, e a conduta delas
está tipificada no Código Penal: perturbação de cerimônia ou prática de culto
religioso, vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso (Art.
208).
Existe
um abismo entre a livre expressão e o crime. Algo que o “politicamente correto”
– artifício revolucionário - se esforça para maquiar com rótulos que imunizam os
protestos e movimentos das críticas. Qualquer oposição é imediatamente coibida:
“Machista”! “Reacionário”! No entanto, seria pertinente que cada mulher
examinasse o feminismo da “Marcha das Vadias” para além dos estereótipos da
cartilha revolucionária: quantas, de fato, se veem representadas por isto?
(Foto).
Referências.
[1].
BRAGA, Bruno. Teste de sensibilidade – Um resultado provável [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/03/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_18.html].
[2].
Cf. Folha de São Paulo, 31 de Maio de 2012 [http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/1098539-ministra-das-mulheres-diz-que-marcha-das-vadias-e-importantissima.shtml].
[3].
O Globo, 26 de Maio de 2012 [http://oglobo.globo.com/rio/marcha-das-vadias-leva-400-pessoas-as-ruas-de-copacabana-acaba-em-confusao-5032086].
5 comments:
Penso que é desnecessária nossa atenção, principalmente repercutir aqui no Brasil o que não nos diz respeito. Diz respeito a Deus e ao estado norte americano esse tipo de manifestação de quem, como diz o autor do próprio texto, não representa ninguém além delas mesmas. Ou seja, tratemos este tipo de "movimento" como deve ser tratado, pelo rigor da lei. Não vejo motivo para alarde.
Caro Alexandre,
Uma observação fundamental. Os protestos e manifestações considerados no artigo merecem, sim, atenção. Porque não estão restritos aos Estados Unidos, como você coloca – são movimentos internacionais com um propósito muito bem definido: servirem de agentes de transformação para grupos que, com a colaboração deles, objetivam a concentração do poder. Por isso é importante considerar o movimento para além da esfera jurídica, e tomá-los também sob a perspectiva política e cultural.
Cordialmente,
Bruno Braga.
Belo Horizonte, 13 de Junho de 2012.
Isso que vc colocou é muito sério e relevante e as camadas realmente cultas da sociedade deviam se ater mais: o movimento feminista está nos levando para o abismo e não aceita críticas.Acompanho o movimento desde os anos 90 e ele se deteriorou muito,hoje o foco é degradar todas nós,nos reduzir á mercadorias sexuais.Até Valesca Popozuda hoje é considerada nossa representante.E querem que não sejamos vistas como objeto como?Infelizmente parece que não há grupos fortes para oposição....com isso,seguimos todas afundando na lama.
Oi Hayashi.
Agradeço o comentário sobre o texto.
Agora, satisfação maior do que a mensagem é saber que você compreendeu a gravidade do problema, sobretudo em um dos seus pontos fundamentais: o de que estes movimentos feministas não representam as mulheres de fato.
Abraço,
Bruno Braga.
Belo Horizonte, 08 de Julho de 2012.
Uma coisa deve ser dita: não existe feminismo radical (ou seja lá qual forem as denominações; tudo o que existe é o feminismo, uma praga como todos os outros "ismos" presentes na história da humanidade. Parabéns pela postagem!
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