Bruno Braga.
Caros, conquanto nem todos na guerra
possamos ser grandes –
uns, preexcelentes heróis; outros,
médios; alguns, de coragem
mais reduzida – ora cumpre que todos
se mostrem capazes,
como, sem dúvida, vedes que a luta o requer.
(HOMERO, Ilíada, XII, 269-272).
Assim
Ajaz exortou os gregos que evitavam entrar no combate contra os troianos. As palavras
eloquentes do grande herói não eram simplesmente um estimulo para enfrentar a
terrível batalha: ao mesmo tempo elas convocavam cada um dos temerosos
combatentes à sua própria autoconsciência, na qual deveriam se recolher. Ali,
na sua íntima solidão, eles identificariam as suas habilidades e virtudes
particulares, reconhecendo que, mesmo a mais humilde e modesta, seria indispensável
para compor a força total do exército. Esta apreensão interior exporia ao
guerreiro mesmo a importância da sua dedicação e do seu esforço, ainda que por
eles não fosse glorificado, que não recebesse os louros ou fosse recompensado
com os despojos de guerra. O esforço individual indispensável no campo de
batalha, independentemente de ser reconhecido como um grande ou como um herói.
Sugestão de leitura.
Sugestão de leitura.
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