Bruno
Braga.
“Sr., do we get to win this
time?”
De
dentro da penitenciária – condenado por arrasar uma cidade inteira [1] - o ex-Green Beret surpreende o Coronel
questionando-o se, diferentemente do passado, esta seria a oportunidade da
vitória: em troca da liberdade ele havia aceitado a missão de retornar ao Vietnã.
Esta é a trama do filme Rambo II [2].
A
histeria antiamericana promovida por “Intelectuais”, formadores de opinião e
palpiteiros prontamente reduziu a película a um esforço para promover a
redenção dos Estados Unidos - através das telas do cinema – pela suposta derrota
ocorrida no campo de batalha.
A
trave ideológica nos olhos da militância “Anti-imperialista”, no entanto, cegou-a
para a grave denúncia que o filme apresentava contra as próprias autoridades
norte-americanas: elas abandonaram os soldados de seu país. Assim, um personagem
da ficção era apagado: “Murdock”, o coordenador da operação de reconhecimento –
fotografar os campos vietnamitas -, que a aborta quando o seu enviado realmente
resgata um prisioneiro de guerra. Mas, além disso, se obstruía preliminarmente a
tentativa de verificar qualquer correspondência desta trama com a realidade.
Em
1979 o Marine Robert Garwood retornava aos Estados Unidos. Ele revelou na
frente das câmeras que não era o último prisioneiro de guerra vivo no Vietnã. O
testemunho de Garwood foi envolvido por uma atmosfera de controvérsia, já que
ele poderia reascender um conflito que aparentemente havia sido encerrado – aquelas
revelações acabaram inspirando o filme de Sylvester Stallone (Conferir o vídeo
no final do artigo).
Se
ainda havia dúvidas, suspeitas ou desconfianças, Michael D. Benge confirmaria a
presença de prisioneiros de guerra no Vietnã, pois ele mesmo fora um deles
(1968-1973) [3]. Benge acusa as autoridades de seu país - principalmente John
Kerry e John McCain - de desprezarem os soldados americanos que ainda estão
vivos na Ásia.
As
informações fornecidas por Benge coincidem com a caracterização produzida no filme
“Rambo”: as celas nas quais os soldados eram mantidos presos; os tipos de
tortura às quais eram submetidos; e as transferências periódicas dos presos – o
campo no qual o herói americano encontra prisioneiros, e resgata um deles,
deveria estar vazio e assim ser fotografado. Contudo, Benge acrescenta um dado
que não está presente na película: o “Cuban Program”.
Cubanos
treinaram norte-vietnamitas em técnicas e métodos de tortura. A prática –
promovida também pelos instrutores – tinha o objetivo de fazer os prisioneiros
americanos confessarem “crimes de guerra”. Estas confissões seriam utilizadas
como propaganda no julgamento dos Estados Unidos no Tribunal de Crimes de
Guerra de Bertrand Russell. Segundo Benge, um dos torturadores cubanos estaria
participando do governo dos irmãos Castro. E mais, o envolvimento de Cuba com
prisioneiros americanos não estaria restrito ao Vietnã – ele se estende a Laos,
ao Camboja e compromete a própria ilha.
Dito
isto, a missão de Rambo - embora uma ficção nas telas do cinema - tem um correspondente
na realidade. No final do filme o herói americano afronta o traidor Murdock
para que ele cuide do resgate dos prisioneiros que ainda permanecem vivos no
Vietnã – o mesmo apelo feito por um verdadeiro prisioneiro de guerra, Michael
D. Benge, às autoridades do seu país.
Referências.
[1]. Cf. “First Blood” (1982).
[2]. Cf. “Rambo: First Blood Part II” (1985).
[3]. Cf. FrontPage Magazine, “The POW We Left Behind”,
by Jamie Glazov (2005) [http://archive.frontpagemag.com/readArticle.aspx?ARTID=7585].
Material complementar.
Testimony of Michael D. Benge before the House
International Relations Committee chaired by the Honorable Benjamin A. Gilman,
November 4, 1999 / Cuban War Crimes Against American POW’s during the Vietnam
War, Michael D. Benge [http://northwestvets.com/spurs/benge.htm].
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