Bruno Braga.
De
acordo com os defensores da “Comissão da Verdade”, o Brasil precisa ter como
referência o exemplo de países sul-americanos para constituir a sua própria
comissão. Por causa da frequência com que é citada por estes militantes, a experiência da Argentina nesta
questão é, para eles, uma fecunda fonte de inspiração. No entanto, algum curioso já se
dispôs a espiar o que de fato está acontecendo na terra dos “hermanos”?
Em
2003 o veterano da Guerra das Malvinas, Coronel Horacio Losito, foi processado
por violação dos direitos humanos - atualmente ele cumpre pena. O depoimento
dele, dentro daquele processo, é esclarecedor. As declarações do Coronel podem
servir de alerta para os militares brasileiros – para o público em geral elas
são uma elucidação sobre o ardil desta comissão dita “da Verdade”. O depoimento
é longo, porém, indispensável para compreender, não apenas o que se passa na
Argentina, mas no próprio Brasil (o idioma não será um obstáculo para
acompanhá-lo).
Porém,
os trabalhos da “Comissão da Verdade” poderão ser ampliados – e mais uma vez a
fonte de inspiração é a vizinha sul-americana. O deputado argentino Remo
Carlotto, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Garantias, participou do
5o Encontro Latino-americano Memória, Verdade e Justiça – evento realizado em
Março deste ano, em Porto Alegre. Em entrevista para o portal “Carta Maior” [1],
Carlotto revela que na Argentina há um movimento para punir, não apenas os
militares, mas as empresas e setores sociais que os apoiaram ou foram deles cúmplices.
Sobre isto o entrevistador observa que há “um outro traço em comum às ditaduras
que tivemos em nossos países, a participação de grupos empresariais, entre eles
grandes grupos de comunicação”. Nestes termos, a julgar pela fonte de inspiração
que se transformou a experiência argentina, a “Comissão da Verdade”
provavelmente não se contentará com a desmoralização dos militares – por via
indireta, uma ambição antiga pode, enfim, ser satisfeita: o controle da
imprensa. Da mesma forma que o pensamento revolucionário se infiltra em todas
as dimensões da existência com o objetivo de “resignificá-las”, a “Comissão”,
promovida por revolucionários, revisará a história do país para realizar o ambicioso
projeto de engenharia social de um grupo – por trás do encantador escudo da
“Verdade” se esconde um ávido desejo de hegemonia.
Referências.
Sugestões.
BRAGA,
Bruno. Verdade mutilada – Primeira parte
[http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/v-behaviorurldefaultvmlo.html]; Verdade mutilada – Segunda parte [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html]; Verdade mutilada – Terceira parte – Mea
culpa [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_11.html].
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