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Tuesday, April 17, 2012

Inspirando-se nos "hermanos".

Bruno Braga.


De acordo com os defensores da “Comissão da Verdade”, o Brasil precisa ter como referência o exemplo de países sul-americanos para constituir a sua própria comissão. Por causa da frequência com que é citada por estes militantes, a experiência da Argentina nesta questão é, para eles, uma fecunda fonte de inspiração. No entanto, algum curioso já se dispôs a espiar o que de fato está acontecendo na terra dos “hermanos”?

Em 2003 o veterano da Guerra das Malvinas, Coronel Horacio Losito, foi processado por violação dos direitos humanos - atualmente ele cumpre pena. O depoimento dele, dentro daquele processo, é esclarecedor. As declarações do Coronel podem servir de alerta para os militares brasileiros – para o público em geral elas são uma elucidação sobre o ardil desta comissão dita “da Verdade”. O depoimento é longo, porém, indispensável para compreender, não apenas o que se passa na Argentina, mas no próprio Brasil (o idioma não será um obstáculo para acompanhá-lo).


 


Porém, os trabalhos da “Comissão da Verdade” poderão ser ampliados – e mais uma vez a fonte de inspiração é a vizinha sul-americana. O deputado argentino Remo Carlotto, presidente da Comissão de Direitos Humanos e Garantias, participou do 5o Encontro Latino-americano Memória, Verdade e Justiça – evento realizado em Março deste ano, em Porto Alegre. Em entrevista para o portal “Carta Maior” [1], Carlotto revela que na Argentina há um movimento para punir, não apenas os militares, mas as empresas e setores sociais que os apoiaram ou foram deles cúmplices. Sobre isto o entrevistador observa que há “um outro traço em comum às ditaduras que tivemos em nossos países, a participação de grupos empresariais, entre eles grandes grupos de comunicação”. Nestes termos, a julgar pela fonte de inspiração que se transformou a experiência argentina, a “Comissão da Verdade” provavelmente não se contentará com a desmoralização dos militares – por via indireta, uma ambição antiga pode, enfim, ser satisfeita: o controle da imprensa. Da mesma forma que o pensamento revolucionário se infiltra em todas as dimensões da existência com o objetivo de “resignificá-las”, a “Comissão”, promovida por revolucionários, revisará a história do país para realizar o ambicioso projeto de engenharia social de um grupo – por trás do encantador escudo da “Verdade” se esconde um ávido desejo de hegemonia.  


Referências.



Sugestões.

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