Bruno Braga.
Anotações
de estudo.
“O
socialismo brasileiro e da América Latina como um todo tem muitas
características nacionalistas e étnicas em si mesmo. O fator religioso católico
e a síntese das crenças religiosas populares são elementos muito importantes no
presente despertar da nova identidade soberana no Brasil. É, em alguns
aspectos, comparável com o renascimento geopolítico, cultural e espiritual da
Rússia moderna”.
A
consideração acima é parte da conclusão apresentada por Aleksandr Dugin no
debate com o professor Olavo de Carvalho (Cf. “Os EUA e a Nova Ordem Mundial”:
Um debate entre Alexandre Dugin e Olavo de Carvalho. Vide Editorial:
Campinas-SP, 2012. p. 213). Dugin - o seu Eurasianismo e Nacional-Bolchevismo –
alimentam e conduzem as ambições imperiais do Presidente da Rússia, Vladimir
Putin.
É
verdade, não há uma citação expressa. No entanto, é inegável que a matriz do
“socialismo brasileiro e da América Latina” enaltecidos pelo cientista político
russo é o Foro de São Paulo - a organização fundada por Lula-PT e por Fidel
Castro para organizar o movimento revolucionário SOCIALISTA-COMUNISTA
latino-americano. Um projeto de poder que hoje dita as regras no continente e
que pavimenta a sua aproximação com a Rússia de Putin.
Quanto
ao “fator religioso católico” e à “síntese das crenças religiosas populares”
observados por Dugin, a referência subentendida é – não a Igreja Católica – mas
a Teologia da Libertação. Porque ela está na base daquele “socialismo
brasileiro e da América Latina”. A Teologia da Libertação foi um dos instrumentos
utilizados para erguê-los, servindo para politizar a fé e fazer ardilosamente dos
fiéis colaboradores do movimento revolucionário. O ex-Presidente Luiz Inácio
confessa a importância desse engodo teológico na ascensão do projeto de poder
SOCIALISTA-COMUNISTA latino-americano [1]. E Ion Mihai Pacepa – ex-agente do
serviço secreto da Romênia comunista, e que participou ativamente do projeto –
revela a sua origem: a Teologia da Libertação foi forjada pela KGB [2].
Ademais.
Basta rastrear as atividades dos “apóstolos” da teologia revolucionária para
constatar o esforço despendido para fabricar uma “nova” Igreja, uma “nova” fé,
sob o pretexto de se adequar à realidade do “povo” latino-americano com a
incorporação de um conjunto de crenças ditas “populares” e até “indígenas”. É o
mesmo processo que Dugin considera “muito importante” para o despertar da “nova
identidade soberana no Brasil”, algo “comparável com o renascimento
geopolítico, cultural e espiritual da Rússia moderna” – um produto artificial
que está, pelo que foi dito até aqui, associado à realização de uma projeto de
poder.
As
observações feitas devem ser objeto de estudo e investigação - inclusive a
“teologia” embutida nas teses e nos planos de Aleksandr Dugin. Neste artigo,
Robert Zubain indica já no título do seu texto qual é a natureza dela: “Dugin’s
Evil Theology”: His Eurasianism is a satanic Cult – “A Teologia do Mal de
Dugin”: O seu Eurasianismo é um culto satânico (tradução livre) (Cf. [http://www.nationalreview.com/article/380614/dugins-evil-theology-robert-zubrin]).
E uma citação do próprio cientista político russo não deixa dúvidas:
“O
reino do Nacional-Bolchevismo, ‘Regnum’, o Império do Fim, é a realização
perfeita da maior revolução da história continental e universal. É o retorno
dos Anjos, a ressurreição dos heróis, a revolta do coração contra a ditadura da
razão. Esta última revolução é a ocupação do Acéfalo, do Acéfalo portador da
Cruz, da Foice e do Martelo, coroado pela suástica eterna”.
Nestes
termos, é fundamental recordar as revelações de Fátima praticamente às vésperas
do seu centenário:
[...]
“virei pedir a CONSAGRAÇÃO DA RÚSSIA AO MEU IMACULADO CORAÇÃO e a comunhão
reparadora nos primeiros sábados. SE ATENDEREM AOS MEUS PEDIDOS, A RÚSSIA
CONVERTER-SE-Á E TERÃO PAZ; SE NÃO, ESPALHARÁ SEUS ERROS PELO MUNDO, PROMOVENDO
GUERRAS E PERSEGUIÇÕES À IGREJA” [...]. Trecho da segunda parte da mensagem que
Maria revelou aos pastorinhos em Fátima. Mensagem reconhecida oficialmente pela
Igreja Católica, embora o pedido de Nossa Senhora – Consagrar a Rússia ao seu
Imaculado Coração – ainda não tenha sido realizado.
REFERÊNCIAS.
[1].
BRAGA, Bruno. “Não, a guerra não acabou”. Apenso III – Lula confessa que a
Teologia da Libertação foi fundamental para a sua promoção política e a do PT [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/07/nao-guerra-nao-acabou.html].
Ver também o depoimento do ex-Presidente do Paraguai, Fernando Lugo, em “O
engodo da libertação e o poder” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/10/o-engodo-da-libertacao-e-o-poder.html].
[2]. PACEPA, Ion Mihai. “A Cruzada religiosa
do Kremlin”. Front Page Magazine, 2009. Trad. Bruno Braga [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/04/a-cruzada-religiosa-do-kremlin.html].
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