Bruno Braga.
Agora
é oficial. A “Comissão da Verdade” emitiu uma resolução na qual define a
orientação dos seus trabalhos: investigar somente as violações dos direitos
humanos praticadas por “agentes públicos, pessoas a seu serviço, com ou no
interesse do Estado”. Em outras palavras, ela concentrará os seus esforços sobre
os militares que participaram do regime iniciado em 1964 [1].
Com
o processo de instalação e constituição desta “Comissão” - autoproclamada “da
Verdade” - não era preciso ser profeta ou vidente – nem ser um estudioso do
assunto ou possuir uma inteligência privilegiada - para reconhecer que o propósito
dela é montar uma farsa e gravá-la como a história de um país. Idealizar os
revolucionários e transformá-los em heróis da nação, apagando todos os crimes e
violências cometidos por eles: os sequestros, os assaltos a bancos, os
“justiçamentos” – inclusive de seus próprios companheiros -, os atentados a
bomba. A “Comissão”, por exemplo, não investigará o destino dos dois milhões de
dólares que foram subtraídos do cofre da amante do ex-Governador de São Paulo
Adhemar de Barros. Esta ação foi promovida pela VAR-Palmares, da qual fazia parte
“Estela”, quer dizer, “Luíza”, ou melhor, “Patrícia” ou “Wanda” – enfim, a Presidente
da República Dilma Rousseff, a mesma pessoa que nomeou os membros da Comissão, entre
eles a sua própria advogada durante o Regime Militar.
Acontece
que a orientação dos trabalhos definida na resolução em tela viola a própria
lei que instituiu a “Comissão da Verdade”, que não veda, pelo contrário,
determina também a investigação dos crimes cometidos pelos revolucionários. É o
que dispõem os artigos 1 e 3, inciso III, da lei 12.528 de 2011:
Art. 1. É criada, no âmbito da Casa Civil da
Presidência da República, a Comissão Nacional da Verdade, com a finalidade de
examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no
período fixado no art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a fim de efetivar o direito à memória e à
verdade histórica e promover a reconciliação nacional.
[...]
Art. 3, inciso III. Identificar e tornar públicos as
estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à
prática de violações de direitos humanos mencionadas no caput do art. 1o e suas
eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade (os grifos são meus).
Segundo
reportagem exibida no Jornal Nacional [2], a resolução foi aprovada por
unanimidade pelos membros da “Comissão da Verdade”. Portanto, se a suspeita sobre
a isenção e imparcialidade recaia apenas sobre alguns deles, esta decisão
unânime compromete a todos com a farsa.
A mesma
reportagem apresenta um depoimento dado pela Sra. Victória Grabois, Presidente
do grupo “Tortura Nunca Mais”, a respeito da resolução. Convicta, ela disse:
“nós, os opositores do Regime Militar, nós
não cometemos crime. Nós lutamos pela democracia,
e usamos todas as formas e meios de lutarmos pela democracia” (os grifos são meus). É mesmo, Sra. Grabois? Por qual “democracia”, a de
tipo Cubano e Chinês, que não apenas treinava os revolucionários, mas
fornecia-lhes armas, munição e dinheiro? É a “democracia” Socialista-Comunista
destes regimes que vocês queriam implantar no Brasil antes mesmo do Regime Militar?
A propósito, Sra. Grabois, o seu pai foi fundador e alto dirigente do PC do B.
Você poderia esclarecer o que uma delegação do Partido foi fazer na China em
1964? Era uma excursão turística para visitar as muralhas da China? Conhecer a
“Cidade Proibida”? Ou era um grupo que foi receber o conselho de Mao Zedong:
“Guerrilha, acima de tudo”?
Se
a Sra. Grabois não pretende responder estas questões, tampouco a “Comissão” –
dita da “Verdade” – irá promover uma investigação para solucioná-las. Nada mais
coerente, porque elas compartilham o mesmo propósito: falsificar a História do
Brasil, montando a narrativa idealizada dos revolucionários.
Referências.
[1].
Resolução N. 02 da Comissão Nacional da Verdade, publicada no Diário Oficial da
União em 17 de Setembro de 2012 [http://www.cnv.gov.br/integras/RESOLUCaO%20No%202%20-%20CNV.pdf].
Cf. Art. 1.
[2].
Cf. Jornal Nacional, 17 de Setembro de 2012 [http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2012/09/comissao-da-verdade-vai-investigar-apenas-crimes-de-agentes-da-ditadura.html].
Leitura sugerida.
BRAGA,
Bruno. Verdade mutilada.
Primeira
parte [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/v-behaviorurldefaultvmlo.html].
Segunda
parte [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html].
Terceira
parte – Mea culpa [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_11.html].
______. Reescrevendo a História [http://dershatten.blogspot.com.br/2011/04/reescrevendo-historia.html].
______. A Intentona de Escorel. Destaca um dos
integrantes da “Comissão da Verdade”, Paulo Sérgio Pinheiro [http://dershatten.blogspot.com.br/2011/07/intentona-de-escorel.html].
______. Surto infausto [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/01/surto-infausto.html].
______. Inspirando-se nos “hermanos” [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/04/inspirando-se-nos-hermanos.html].
Filmografia.
Documentário
“Reparação” [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/06/filmografia-documentario-reparacao.html].
Painel
“1964, A Verdade”, Clube Militar [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/07/anexo-entrevista-com-aristoteles.html].
2 comments:
Pois é, isso me lembra um período mais obscuro da história. Onde a classe que está no poder tenta manipular as informações para criar, mitos e heróis e fazer lavagem cerebral nas pessoas.
Quem sabe veremos por aí uma nova
"raça superior" os revolucionários Petistas?
Qualquer investigação, por mais imparcial e cheia de preconceito que seja, deve no mínimo ouvir aos dois lados para que o próprio leitor tire sua própria conclusão, mas parece que os Revolucionários não tem nada a ver com isso.
Heil Dilma.
Fala, Tel!
Veja, não é preciso surgir uma “raça superior”, e nem fazer referência aos nazistas. Porque revolucionários como estes, os Socialistas-Comunistas também têm a plena convicção – uma perturbação, na verdade - de que são ontologicamente superiores ao restante da humanidade. Eles são herdeiros diretos de Che “El Chancho” Guevara, que, em um surto de autoglorificação, proclamou o revolucionário como “o escalão mais alto da humanidade”.
Agradeço o comentário.
Abraço.
Bruno.
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