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Wednesday, September 19, 2012

Falsificação da História.



Bruno Braga.


Agora é oficial. A “Comissão da Verdade” emitiu uma resolução na qual define a orientação dos seus trabalhos: investigar somente as violações dos direitos humanos praticadas por “agentes públicos, pessoas a seu serviço, com ou no interesse do Estado”. Em outras palavras, ela concentrará os seus esforços sobre os militares que participaram do regime iniciado em 1964 [1].

Com o processo de instalação e constituição desta “Comissão” - autoproclamada “da Verdade” - não era preciso ser profeta ou vidente – nem ser um estudioso do assunto ou possuir uma inteligência privilegiada - para reconhecer que o propósito dela é montar uma farsa e gravá-la como a história de um país. Idealizar os revolucionários e transformá-los em heróis da nação, apagando todos os crimes e violências cometidos por eles: os sequestros, os assaltos a bancos, os “justiçamentos” – inclusive de seus próprios companheiros -, os atentados a bomba. A “Comissão”, por exemplo, não investigará o destino dos dois milhões de dólares que foram subtraídos do cofre da amante do ex-Governador de São Paulo Adhemar de Barros. Esta ação foi promovida pela VAR-Palmares, da qual fazia parte “Estela”, quer dizer, “Luíza”, ou melhor, “Patrícia” ou “Wanda” – enfim, a Presidente da República Dilma Rousseff, a mesma pessoa que nomeou os membros da Comissão, entre eles a sua própria advogada durante o Regime Militar.

Acontece que a orientação dos trabalhos definida na resolução em tela viola a própria lei que instituiu a “Comissão da Verdade”, que não veda, pelo contrário, determina também a investigação dos crimes cometidos pelos revolucionários. É o que dispõem os artigos 1 e 3, inciso III, da lei 12.528 de 2011:

Art. 1. É criada, no âmbito da Casa Civil da Presidência da República, a Comissão Nacional da Verdade, com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações de direitos humanos praticadas no período fixado no art. 8o do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, a fim de efetivar o direito à memória e à verdade histórica e promover a reconciliação nacional.
[...]
Art. 3, inciso III. Identificar e tornar públicos as estruturas, os locais, as instituições e as circunstâncias relacionados à prática de violações de direitos humanos mencionadas no caput do art. 1o e suas eventuais ramificações nos diversos aparelhos estatais e na sociedade (os grifos são meus).

Segundo reportagem exibida no Jornal Nacional [2], a resolução foi aprovada por unanimidade pelos membros da “Comissão da Verdade”. Portanto, se a suspeita sobre a isenção e imparcialidade recaia apenas sobre alguns deles, esta decisão unânime compromete a todos com a farsa.

A mesma reportagem apresenta um depoimento dado pela Sra. Victória Grabois, Presidente do grupo “Tortura Nunca Mais”, a respeito da resolução. Convicta, ela disse: “nós, os opositores do Regime Militar, nós não cometemos crime. Nós lutamos pela democracia, e usamos todas as formas e meios de lutarmos pela democracia” (os grifos são meus). É mesmo, Sra. Grabois? Por qual “democracia”, a de tipo Cubano e Chinês, que não apenas treinava os revolucionários, mas fornecia-lhes armas, munição e dinheiro? É a “democracia” Socialista-Comunista destes regimes que vocês queriam implantar no Brasil antes mesmo do Regime Militar? A propósito, Sra. Grabois, o seu pai foi fundador e alto dirigente do PC do B. Você poderia esclarecer o que uma delegação do Partido foi fazer na China em 1964? Era uma excursão turística para visitar as muralhas da China? Conhecer a “Cidade Proibida”? Ou era um grupo que foi receber o conselho de Mao Zedong: “Guerrilha, acima de tudo”?

Se a Sra. Grabois não pretende responder estas questões, tampouco a “Comissão” – dita da “Verdade” – irá promover uma investigação para solucioná-las. Nada mais coerente, porque elas compartilham o mesmo propósito: falsificar a História do Brasil, montando a narrativa idealizada dos revolucionários.


 Referências.

[1]. Resolução N. 02 da Comissão Nacional da Verdade, publicada no Diário Oficial da União em 17 de Setembro de 2012 [http://www.cnv.gov.br/integras/RESOLUCaO%20No%202%20-%20CNV.pdf]. Cf. Art. 1.


Leitura sugerida.

BRAGA, Bruno. Verdade mutilada.

______. A Intentona de Escorel. Destaca um dos integrantes da “Comissão da Verdade”, Paulo Sérgio Pinheiro [http://dershatten.blogspot.com.br/2011/07/intentona-de-escorel.html].

Filmografia.


2 comments:

Rafael Braga said...

Pois é, isso me lembra um período mais obscuro da história. Onde a classe que está no poder tenta manipular as informações para criar, mitos e heróis e fazer lavagem cerebral nas pessoas.

Quem sabe veremos por aí uma nova
"raça superior" os revolucionários Petistas?

Qualquer investigação, por mais imparcial e cheia de preconceito que seja, deve no mínimo ouvir aos dois lados para que o próprio leitor tire sua própria conclusão, mas parece que os Revolucionários não tem nada a ver com isso.

Heil Dilma.

Bruno Braga. said...

Fala, Tel!

Veja, não é preciso surgir uma “raça superior”, e nem fazer referência aos nazistas. Porque revolucionários como estes, os Socialistas-Comunistas também têm a plena convicção – uma perturbação, na verdade - de que são ontologicamente superiores ao restante da humanidade. Eles são herdeiros diretos de Che “El Chancho” Guevara, que, em um surto de autoglorificação, proclamou o revolucionário como “o escalão mais alto da humanidade”.

Agradeço o comentário.

Abraço.

Bruno.