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Wednesday, August 06, 2014

Uma confissão dos "apóstolos da revolução".

Bruno Braga.
Nota publicada no Facebook em 04 de Agosto de 2014.
 
 


 
 
Você, fiel católico, desconfia do comportamento e do discurso de determinados padres, suspeita da postura da CNBB a respeito de certos temas, fica escandalizado com suas propostas e orientações, mas duvida que haja infiltração e da instrumentalização da Igreja? Acredita que isso é coisa "teoria da conspiração" ou "intriga da oposição"? Muito bem. Então Frei Betto e Leonardo Boff - dois dos principais "apóstolos da revolução" - confessam, eles mesmos, como promoveram ardilosamente um simulacro de teologia - a Teologia da Libertação -, que é um instrumento para corromper a fé e utilizar a Igreja Católica em favor de um projeto de poder, o projeto de poder PETISTA-SOCIALISTA-COMUNISTA.

I.
 
Ricardo Kotscho - No frigir dos ovos, essa briga vocês realmente perderam. A CNBB, hoje, é muito mais dom Eugênio do que dom Ivo e dom Paulo. Uma semana antes de morrer, o Antônio Callado deu uma longa entrevista e disse que, nos últimos cinqüenta anos, tinha participado de todas as lutas sociais e políticas do Brasil, sempre do lado certo. E aí, fazendo um balanço da vida: "Perdi todas". Você não se sente um pouco assim também?
 
Leonardo Boff - Acho que não. PORQUE MEXEMOS COM O APARELHO CENTRAL DA IGREJA... Mexemos, porque uma teologia, até chegar ao corpo central do Vaticano, demora três, quatro gerações. NÓS, NA METADE DE UMA GERAÇÃO, JÁ ESTÁVAMOS DENTRO DO VATICANO, quer dizer, mobilizamos o papa, os altos organismos tiveram de reagir em face da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO.

 
II.
 
Leonardo Boff - Fiz um juízo político, não pessoal. Uma coisa é você defender a sua biografia, romper e seguir seu caminho. COMO TODO O NOSSO GRUPO, o BETTO inclusive, era de INTELECTUAIS ORGÂNICOS DAS CEBs, E TÍNHAMOS NAQUELA ÉPOCA HEGEMONIA NA IGREJA – quem dava o discurso tinha grande articulação, se movimentava na sociedade, era essa Igreja da base, que era UMA COLIGAÇÃO DE UMA SÉRIE DE BISPOS E CARDEAIS que apoiavam as CEBs, e as CEBs acolhiam esses tipo de Igreja. Então, a minha preocupação era: o fundamental é preservar esse ensaio da Igreja da base e não a minha biografia.
 
Sérgio Pinto - Quer dizer, era uma militância mesmo...
 
Leonardo Boff - MILITÂNCIA. UMA COISA BEM PENSADA, em termos até de "até onde eu agüento sem perder a minha dignidade" e trazer um ganho pra essa Igreja da base. Então seria ruim eu romper com o Vaticano, e o Vaticano queria isso, porque seria fácil condenar e excluir, excomungar, e o povo diz: "Olha, assassino, ladrão, tudo bem, mas excomungado não. Porque a pior coisa que existe é ser entregue a Satanás direto, sabe? Então, a excomunhão é uma sombra terrível, um estigma fantástico. E, COMO SENTI O APOIO EXPLÍCITO DA CNBB e da própria ordem franciscana, fui ao diálogo com o Ratzinger levando duas maletas contendo 100.000 subscrições, do mundo inteiro, desde a Sibéria, Coréia, bispos, milhares de cristãos. E, quando comecei, disse: "Cardeal, não estou sozinho aqui, estou com estes 100.000". "Vocês é que manipularam assinaturas!" "Como, manipularam? Um bispo que é lá da cidade de Zagorsky, na Rússia, como é que vai ter contato comigo?" Quer dizer, A TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO NÃO ERA CAUSA MINHA, é a causa de uma geração, É UM MOVIMENTO. E saí convencido, devido à influência dos dois cardeais que me acompanharam, que o problema terminaria ali. E qual não foi a minha surpresa quando, no dia 1¼ de maio, todo paramentado para entrar na missa dos trabalhadores em Petrópolis, toca o telefone, era do Vaticano. Atendo e dizem: "Você se considere imediatamente demitido da cátedra de teologia, deposto da Revista Eclesiástica Brasileira, da coordenação editorial da Vozes, não pode mais falar, viajar, nem dar aula. Esta é a punição". Eu disse: "Então apelo ao direito canônico. Só entro na punição quando tiver os documentos na mão, porque oral não vale". "Então, os documentos seguirão." E desligaram. Aí vieram os documentos.
 
III.
 
Ricardo Kotscho - O papa não é uma rainha da Inglaterra?
 
Leonardo Boff - Não, ele escolhe. A força dele é poder escolher os seus assessores diretos, que é o chamado Corpo do Papa, pessoas que pensam e agem como ele. A quem ele delega todo poder.
 
Frei Betto - O projeto estratégico é dele?
 
Leonardo Boff - O projeto estratégico é dele. Por outro lado, há uma grande resistência da máquina, de quem está por baixo. Por exemplo, TEMOS TRÊS, QUATRO CARDEAIS DA CÚRIA ROMANA QUE FAZEM O NOSSO JOGO, QUE NOS DEFENDEM, EMPURRAM NOSSOS TEXTOS EM CIMA DOS CARDEAIS, MANDAM BRIEFINGS, A LUTA IDEOLÓGICA É BÁRBARA LÁ DENTRO.

 

NOTA.

. Revista "Caros amigos", Setembro de 1998. "Grandes entrevistas", com Leonardo Boff. A íntegra da entrevista pode ser lida aqui: [http://www.humaniversidade.com.br/boletins/entrevista_boff_a_igreja_mente.htm].

. Fonte da imagem: Christo Nihil Praeponere (pe. Paulo Ricardo).
 
 
ARTIGOS RECOMENDADOS.

BRAGA, Bruno. "A promoção efetiva da Teologia 'Socialista-Comunista' da Libertação" [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/a-promocao-efetiva-da-teologia.html].
______. "Não, a guerra não acabou" (Cf. especialmente o apenso III, no qual Lula, em vídeo, confessa a importância da Teologia da Libertação em sua promoção política) [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/07/nao-guerra-nao-acabou.html].
______. "A barbárie SOCIALISTA-COMUNISTA-BOLIVARIANA e a contribuição do 'apostolado da revolução'" (Cf. especialmente o item II, Leonardo Boff faz campanha para Dilma Rousseff, então candidata à Presidência da República [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/02/a-barbarie-socialista-comunista.html].

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