Bruno Braga.
Ao
Sr. Newton Siqueira, colunista do Portal “Barbacena Online”, Membro da Academia
Barbacenense de Letras e Assessor Leonístico de assuntos Culturais e
Comunitários, sobre o item II – “O verdadeiro sentido da liberdade” - do seu
artigo “Eleições” [1].
Acreditar
que um vídeo desencadeou protestos, violência e destruição pelo Oriente Médio,
é o mesmo que comparar o poder destrutivo de um peido com o de uma bomba de
fissão nuclear. A consideração que fez sobre os fatos não apenas ofende o senso
das proporções, mas despreza a própria observação das ocorrências, e dizem o
contrário de documentos e informações que já previam o acontecido. Em outras
palavras, o vídeo foi apenas um pretexto para justificar uma ação previamente
arquitetada por grupos islâmicos revolucionários.
Quando
você exige desculpas dos americanos – que, aliás, foram generosamente dadas –,
está, simultaneamente, se colocando como instrumento de uma estratégia sutil: a
reivindicação de um privilégio. Porque células destes grupos revolucionários
islâmicos sentenciam, não apenas no Oriente Médio, mas dentro do território
americano, a “morte ao Ocidente e morte ao Grande Satã”; queimam livremente em
praça pública a bandeira do país que os acolheu; e lá mesmo, nos Estados Unidos,
fundam campos de treinamento para ações terroristas.
Mas
a questão não se resume a isso, Sr. Siqueira. Não falta gente para defender a
“hipersensibilidade” muçulmana, estrategicamente estimulada pela histeria
revolucionária; no entanto, raros são aqueles que denunciam o massacre de
cristãos no Oriente Médio. Lá, Sr. Siqueira, os cristãos não são alvo de
piadinhas bobocas, a religião deles não é ridicularizada em charges de jornais
ou em filmes idiotas - eles estão sendo mortos, Sr. Siqueira, sim, mortos pelo
simples fato de serem cristãos.
Ademais,
a ilustração do Frei Betto é completamente descabida. Não é preciso colocar a
cara do demônio no Cristo Redentor para ofender os cristãos, porque o paralelo
que o próprio Frei Betto certa vez fez já é um insulto: comparar um genocida como Fidel
Castro, um ogro responsável pela morte de mais de cem mil pessoas, a Jesus. E
diga, Sr. Siqueira, quantas vezes Frei Betto protestou contra o fuzilamento de
cristãos em Cuba? Fiéis que tinham que escolher: renunciar a sua fé ou serem
mortos – e eles decidiram tombar gritando “Viva Cristo Rei!”
Enfim,
Frei Betto não é somente um hipócrita, nem apenas uma pessoa perturbada – ele
não é sequer um “Frei” -, mas é, enquanto “Intelectual”, um agente político
comprometido com um projeto de poder, do qual faz parte a estratégica defesa da
“hipersensibilidade” – e o controle da liberdade de expressão, para os seus
adversários e opositores, claro -, que você está reproduzindo, Sr. Siqueira.
Atenciosamente,
Bruno
Braga.
Belo
Horizonte, 30 de Setembro de 2012.
Referências.
[1].
Newton Siqueira de Araújo Lima, “Eleições”. Portal “Barbacena Online”, 29 de
Setembro de 2012 [http://www.barbacenaonline.com.br/noticias.php?c=9548&inf=11].