A
reportagem da revista Veja com o título acima não é nova. Mas, a reprodução
dela aqui, em itálico, tem um propósito específico: elucidar uma nota publicada
anteriormente sobre o grupo “Fora do Eixo”: “A exposição pública da Casa Fora
do Eixo Minas (com atividades em Barbacena-MG)” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/08/a-exposicao-publica-da-casa-fora-do.html].
***
Pablo Santiago Capilé Mendes, de 34 anos, vive em
dois mundos. No circuito Fora do Eixo (FdE), nome da comunidade que fundou e da
qual é líder com status de guru, ele diz ser politicamente apartidário e
defende a independência financeira do grupo a ponto de, dentro dele, fazer circular
um dinheiro de mentirinha, o card. A “moeda” serve para “remunerar” o trabalho
de cerca de centenas de jovens que moram nas 25 casas do FdE, espécie de
repúblicas de muros grafitados onde tudo é de todo mundo -- incluindo as
roupas, guardadas em um armário único e à disposição do primeiro que chegar.
Já no outro mundo em que vive, Capilé é um
“companheiro”, como se referiu a ele o presidente do PT, Rui Falcão, e o
dinheiro com que lida não só é de verdade como vem, em boa parte, dos cofres
públicos.
O mais recente empreendimento do Fora do Eixo, por
exemplo -- uma casa inaugurada em Brasília no mês de junho para hospedar
convidados estrangeiros e a cúpula da organização --, foi montado com dinheiro
da Fundação Banco do Brasil. A título de convênio, a fundação repassou à turma
de Capilé 204.000 reais destinados, segundo sua assessoria, a “estruturação do
local, salários de educadores e implementação de uma estação digital”. O Fora
do Eixo tem outras duas dezenas de casas espalhadas pelo Brasil em lugares como
Fortaleza, Porto Alegre e Belém do Pará. Não tão chiques nem tão bem
aparelhadas quanto a de Brasília, elas abrigam, no mesmo esquema da casa de São
Paulo, jovens que trabalham voluntariamente para a organização.
Parte deles atua no Mídia Ninja, grupo que ficou
conhecido por fotografar, filmar e transmitir pela internet em tempo real os
protestos de rua de junho. Outra parcela, bem maior, trabalha na organização e
na divulgação de atividades culturais, como os festivais de música -- o negócio
mais forte do Fora do Eixo, e o caminho mais curto para o dinheiro público.
Para chegar até ele, Capilé conhece bem os atalhos.
Fonte.
Veja [http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/o-ninja-do-pt].
A reportagem completa pode ser lida na edição impressa da revista (2334 – ano
46 – n. 33).
Anexos.
I.
Trecho
do bate-papo entre o filósofo Olavo de Carvalho e Lobão. Aqui eles conversam
sobre o Fora do Eixo e a atuação de seu líder e representante, Pablo Capilé – o
esforço do grupo para acabar com os Direitos Autorais e a relação íntima com o
PT, confessada pelo próprio presidente do partido, Rui Falcão.
II.
Lobão
irá gravar a “homenagem” que fez a Pablo Capilé e ao “Fora do Eixo”. O cantor –
que já executa a música em seus shows – fará o registro de “Eu não vou deixar”
(Cf. Vídeo). Composição na qual contesta e denuncia o “coletivo” capitaneado
por Capilé, que são alvos de inúmeras acusações - farra com o dinheiro público;
instrumento de grupos e partidos revolucionários, sobretudo do PT; promoção do
crime propriamente dito.
[...].
“Mané querendo mudar o mundo
Engenheiro social
Tungando a grana de artista
Inventando edital
Direito autoral ele também não quer,
Mas eu não vou deixar
Engenheiro social
Tungando a grana de artista
Inventando edital
Direito autoral ele também não quer,
Mas eu não vou deixar
Patrulha e desespero,
Evangelho coletivo
Doutrina de carola estatizado e vendido
Rebelde chapa-branca quer que eu cale
Mas eu não vou deixar
Evangelho coletivo
Doutrina de carola estatizado e vendido
Rebelde chapa-branca quer que eu cale
Mas eu não vou deixar
De bem intencionados
Eu não aguento mais
Tem otário se achando valente
Mas quando me vê, mija pra trás
Eu não aguento mais
Tem otário se achando valente
Mas quando me vê, mija pra trás
Acabou sua pilantragem, sabe
por quê?
Porque eu não vou deixar”.
Porque eu não vou deixar”.