Cliff Kincaid.
Accuracy in Media, 26 de Maio de 2015.
Tradução. Bruno Braga.
Fazendo a pesquisa e o trabalho investigativo que os grandes meios de comunicação norte-americanos abandonaram, uma organização chamada "American Life League" (ALL) descobriu evidências terríveis sobre as ligações entre os mais altos postos da Igreja Católica e um grupo comunista internacional conhecido como "Fórum Social Mundial". As evidências apontam a notória influência marxista no movimento de mudança climática que o Papa Francisco e os seus principais assessores estão abraçando.
O relatório da ALL, uma apresentação completa com 76 páginas de material de fonte primária e várias fotos, documenta como a "Caritas Internationalis", a principal organização de justiça social do Vaticano, está, atualmente, "assumindo a liderança" para o grupo comunista [1].
Michael Hichborn, o autor do relatório, declarou: "Este é um problema muito sério. Dada a íntima conexão que o Fórum Social Mundial (FSM) tem - desde o seu início - com a promoção do comunismo, do aborto, do homossexualismo, é impossível ver como qualquer católico pode participar, ou mesmo falar positivamente disso, e muito menos ter envolvimento na sua administração. Mas a Caritas Internationalis tem!" [2].
As denúncias não podem ser descartadas como fanatismo anti-católico, pois a "American Life League" é uma organização católica que há anos trabalha para revelar as fundações e organizações católicas que promovem causas em desacordo com a doutrina oficial da Igreja.
Mas, Hichborn disse ao "Accuracy in Media" que, com a exceção de publicações especializadas, como o "Lifesitenews" [3], a imprensa tem ignorado o relatório.
O relatório da ALL sobre o Fórum Social Mundial contém fotografias que saltam aos olhos. Exibições abertas de bandeiras e faixas comunistas, imagens de personalidades como Lenin, Castro, Mao.
A maior parte da imprensa, é claro, noticiou a "morte" do comunismo após a queda do Muro de Berlim.
Porém, o relatório da ALL observa: "Não há dúvida sobre a natureza materialista e revolucionária (Comunista) do Fórum, o que o coloca em oposição à Igreja Católica".
Hichborn disse ao "Accuracy in Media" que enviou uma cópia do relatório para o escritório do Vaticano conhecido por "Cor Unum" [4], mas nada foi feito. Disse que um funcionário do Vaticano, preocupado com a questão, foi demitido de suas funções.
A ALL identificou outros grupos católicos envolvidos com as atividades do Fórum Social Mundial: "Pax Christi"; "Center of Concern"; "Sisters of Notre Dame de Namur"; "Catholic Relief Services"; e a "Catholic International Cooperation for Development and Solidarity" (CIDSE), uma aliança internacional de agências de desenvolvimento católicas.
Uma revisão independente do relatório da ALL confirma a investigação sobre as ligações entre a Caritas Internationalis e o Fórum Social Mundial. De fato, um documento no site da Caritas afirma que a "Caritas esteve envolvida com o Fórum Social Mundial desde o seu início. A Caritas acredita que esta é uma oportunidade para trocar idéias e construir o momento para a mudança real" [5].
Depois que o relatório da ALL foi lançado, a Caritas patrocinou uma conferência no Vaticano que contou com as presenças de Jeffrey Sachs, professor da Columbia University e assessor especial do Secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, e de Gustavo Gutiérrez, o pai da teologia de orientação marxista, a Teologia da Libertação.
Como o "Accuracy in Media" noticiou [6], Sachs escreveu um artigo para a publicação jesuíta "America", atacando como estreito e egoísta o "ideal americano" de vida, liberdade e busca da felicidade. Ele sugere que o documento de fundação dos Estados Unidos está ultrapassado e é incompatível com a concepção que tem do ensinamento católico sobre justiça social.
Sachs é um defensor dos impostos globais, que arrancariam centenas de bilhões de dólares do povo americano para financiar algum tipo de governo mundial. O movimento de mudança climática, baseado em uma ciência duvidosa, é atualmente o instrumento mais popular que Sachs e outros podem utilizar para promover os impostos globais.
Aproveitando as observações extravagantes de Sachs em uma importante publicação católica, o conhecido escritor Edward Cline comenta no site "Family Security Matters" que "seria preciso uma aldeia - ou, pelo menos, uma aldeia "global" - para saquear e subjugar os Estados Unidos. É o que está sendo proposto por Jeffrey Sachs" [7].
O artigo de Cline leva o título "The Sach-ing of America", e ele o conclui dizendo que, "em essência, o plano de Sachs para o futuro saque dos Estados Unidos difere pouco daquele promovido pelo Islã".
Em resumo, o modo de vida americano está em risco, dessa vez por causa de uma aliança vaticana com elites acadêmicas da América e com a ONU.
O Fórum Social Mundial acaba de realizar outra conferência internacional com foco em um ponto da agenda de Sachs: impostos globais. O Fórum anunciou o lançamento da "Aliança Global pela Justiça Tributária" ("Global Alliance for Tax Justice") [8], incluindo uma declaração de que "a nossa visão implica políticas fiscais redistributivas progressivas, que financiam os serviços públicos vitais, o fim da desigualdade social e da pobreza, o combate contra as alterações climáticas, e a condução ao desenvolvimento sustentável".
O tema se encaixa perfeitamente com a esperada Encíclica papal sobre mudanças climáticas.
Na Conferência da Caritas, o assessor do Papa Francisco, o Cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, disse que os críticos do documento papal são defensores de uma "ideologia" que ele conclui "está muito amarrada a um capitalismo que não quer parar de arruinar o meio ambiente, pois eles não querem desistir dos seus lucros" [9].
Os críticos estão preocupados por causa das diversas declarações do Papa, indicando hostilidade ao sistema capitalista e de livre mercado que trouxe prosperidade a centenas de milhões de pessoas [10].
Este tipo de retórica Marxista, vinda de um alto assessor do Vaticano, faz parecer como se o Papa estivesse alinhado com uma ideologia que, apesar do "colapso" do comunismo, ainda está muito viva, e que o "Livro Negro do Comunismo" diz já ter ceifado 100 milhões de vidas.
O recente e amistoso encontro de Francisco com o ditador cubano Raúl Castro contribui para a crescente preocupação.
"O Papa Francisco nos dará a sua Encíclica sobre Ecologia", disse Maradiaga, antecipando o impacto da carta. "Este ano é uma oportunidade única para assumir a responsabilidade pelo futuro do nosso mundo e da vida das futuras gerações" [11].
O título da conferência da Caritas foi "Uma Família Humana, Cuidando da Criação" ("One Human Family, Caring for Creation"). Mas parece que a parte "cuidar" trata da substituição do capitalismo pelas estruturas do "governo global", que envolve uma transferência maciça de poder político e econômico para organizações internacionais, como a ONU.
Maradiaga foi substituído pelo Cardeal Luis Antonio Tagle, de Manila, nas Filipinas, como novo presidente da Caritas Internationalis. Mas Mariadiaga continua como coordenador de um grupo de nove cardeais que estão à serviço do Conselho de Cardeais de Francisco [12].
NOTAS.
[2]. Cf. "Vatican's Social Justice Arm Caught Providing Leadership to Communist, Pro-Abortion Organization" [http://www.all.org/article/index/id/MTQzMDE].
[6]. Cf. [http://www.aim.org/aim-column/liberal-academic-says-americas-founding-document-outmoded/].
[12]. [Nota do tradutor]. O Conselho de Cardeais foi criado pelo Papa Francisco para conduzir a reforma da Cúria Romana.
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