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Thursday, February 28, 2013

O Papa e a revolta.


Bruno Braga.


“A história da revolta, no mundo ocidental, é inseparável da história do Cristianismo”, Albert Camus [1].


A renúncia do Papa Bento XVI e o processo de sucessão do Sumo Pontífice tornaram-se uma funesta oportunidade para potencializar um sentimento que, disseminado na cultura moderna, alimenta a autodivinização do homem: a “revolta” – que do plano do indivíduo adquire expressão na atividade política e social.

Uma “revolta” – observa Camus - só se faz contra alguém. Em um mundo tão cheio de tensões, repleto de obstáculos à vontade insaciável do homem, a noção do deus pessoal, criador e, consequentemente, responsável por todas as coisas, fornece um sentido ao protesto humano [2]. Então, com manifestações e motins, o “homem revoltado” reivindica para si – e para os seus – um poder demiúrgico para criar e erguer o reino da sua vontade - fundado sobre a pedra da matéria e proclamado em nome da “Ciência”. Uma autodivinização que atingiu a dimensão catastrófica com o Nazismo e a escala, não do “genocídio”, mas do “democídio”, com o ainda ativo – e expressivo - Socialismo-Comunismo [3].

O Cristianismo – a religião do deus pessoal e criador – faz o indivíduo erguer a cabeça e o olhar para alto - sem abandonar este mundo, ao qual deve consagrar a própria vida para merecer o outro. Para o revoltado – ou para o revolucionário – esta é uma “blasfêmia” intolerável. O cristão deve ser submetido – dobrar o pescoço e olhar para baixo como o animal -, sujeitar-se à elite governante e iluminada, que anuncia à massa de ignaros o “novo mundo”. Os regimes da autoglorificação colocaram o cristão diante de uma escolha: renunciar a fé ou morrer – e muitos tombaram gritando “Viva Cristo Rei!”. Políticos e ativistas modernos - e seus entusiastas - pretendem recolhê-lo dentro do templo, onde deve permanecer calado sobre a civilização da qual a sua fé é um dos pilares, ou reduzir a sua crença a uma, entre inúmeras outras, formas de satisfação e contentamento, um mecanismo de realização dos desejos mundanos.  

Não há dúvida de que a Igreja Católica é a maior expressão do Cristianismo. O Papa é a pessoa que a representa e dá a ela unidade. Em uma cultura da rebeldia e da revolta, eles são acusados como os responsáveis pelos males do mundo. Enfrentam protestos e manifestações. São achincalhados e ridicularizados. Não há um só grupo entre os “paladinos dos novos tempos” que não os denuncie de obstar o “progresso da humanidade”. O feminismo, a militância gayzista, os abortistas, o secularismo, organizações sociais e partidos políticos revolucionários, o ecologismo – todos berram, esgoelam contra a Igreja Católica e contra o Papa, frequentemente acusando-os de algo que não fizeram ou que não pregaram.  

A renúncia e a sucessão de Bento XVI potencializaram o sentimento de “revolta” daqueles que - não apenas se organizam em grupos políticos e sociais, também de jornalistas, “intelectuais”, formadores de opinião, “teólogos progressistas”, e até do cidadão que acredita ser ele um autêntico “agente de transformação” – estão ansiosos para verem a “modernização” da Igreja Católica e a escolha de um Papa adequado ao “mundo moderno”. É marca do “homem revoltado”, que pretende transformá-los em instrumentos para a realização de seus caprichos e vontades, quando não de seus ambiciosos projetos de poder – é o surto da autodivinização contra o qual Bento XVI bravamente se opôs:   

“Falar para encontrar aplausos, falar orientando-se segundo o que os homens querem ouvir, falar em obediência à ditadura das opiniões comuns, é considerado uma espécie de prostituição da palavra e da alma. A ‘castidade’ à qual o apóstolo Pedro faz alusão não é submeter-se a estes protótipos, não é procurar aplausos, mas procurar a obediência à verdade” [4].   


Notas.

[1]. CAMUS, Albert. “O homem revoltado”. Editora Record: Rio de Janeiro, 2003. p. 45.

[2]. Idem.     

[3]. Cf. R. J. Rummel.

[4]. Homilia do Papa Bento XVI na Concelebração Eucarística com os membros da Comissão Teológica Internacional, 6 de Outubro de 2006 [http://www.vatican.va/holy_father/benedict_xvi/homilies/2006/documents/hf_ben-xvi_hom_20061006_commissione-teologica_po.html].


Sugestão de leitura.


Wednesday, February 27, 2013

Bento XVI, última audiência.


Bruno Braga.





Vídeo – em Português - da última Audiência geral do Papa Bento XVI, realizada na Praça São Pedro, 27 de Fevereiro de 2013. Depois dele o texto lido pelo Sumo Pontífice, do qual destaco, antes, alguns trechos:

“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos”.

[...]

“Papa nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão grande que toca o coração”.

[...]

“O que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num tempo em que muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva hoje!”

[...] 

“Não abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado”.





PAPA BENTO XVI
AUDIÊNCIA GERAL
Praça de São Pedro
Quarta-feira, 27 de Fevereiro de 2013


Venerados Irmãos no Episcopado e no Presbiterado!
Ilustres Autoridades!
Amados irmãos e irmãs!

Agradeço-vos por terdes vindo em tão grande número a esta minha última Audiência Geral.

De coração, obrigado! Sinto-me verdadeiramente comovido e vejo a Igreja viva! E acho que devemos dizer obrigado também ao Criador pelo bom tempo que nos dá agora, ainda no Inverno.

Como fez o Apóstolo Paulo no texto bíblico que ouvimos, também eu sinto em meu coração que devo sobretudo agradecer a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra e assim alimenta a fé no seu Povo. Neste momento, alarga-se o horizonte do meu espírito e abraça toda a Igreja espalhada pelo mundo; e dou graças a Deus pelas «notícias» que pude receber, nestes anos de ministério petrino, acerca da fé no Senhor Jesus Cristo, da caridade que circula realmente no Corpo da Igreja e o faz viver no amor, e da esperança que nos abre e orienta para a vida em plenitude, para a pátria do Céu.

Sinto que tenho a todos comigo na oração, num presente que é o de Deus, onde reúno cada encontro, cada viagem, cada visita pastoral. Reúno tudo e todos na oração, para os confiar ao Senhor, pedindo-Lhe que tenhamos pleno conhecimento da sua vontade, com toda a sabedoria e inteligência espiritual, e possamos comportar-nos de maneira digna d’Ele, do seu amor, dando frutos em toda a boa obra (cf. Col 1, 9-10).

Neste momento, reina em mim uma grande confiança, porque sei, sabemos todos nós, que a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida. O Evangelho purifica e renova, dá frutos por todo o lado onde a comunidade dos fiéis o escuta e acolhe a graça de Deus na verdade e na caridade. Esta é a minha confiança, esta é a minha alegria.

Quando, no dia 19 de Abril de quase oito anos atrás, aceitei assumir o ministério petrino, uma certeza firme se apoderou de mim e sempre me acompanhou: esta certeza de que a Igreja vive da Palavra de Deus. Naquele momento, como já disse várias vezes, as palavras que ressoaram no meu coração foram: Senhor, porque me pedis isto…, uma coisa imensa!? Este é um grande peso que me colocais sobre os ombros, mas se Vós mo pedis, à vossa palavra lançarei as redes, seguro de que me guiareis, mesmo com todas as minhas fraquezas. E, oito anos depois, posso dizer que o Senhor me guiou verdadeiramente, permaneceu junto de mim, pude diariamente notar a sua presença. Foi um pedaço de caminho da Igreja que teve momentos de alegria e luz, mas também momentos não fáceis; senti-me como São Pedro com os Apóstolos na barca no lago da Galileia: o Senhor deu-nos muitos dias de sol e brisa suave, dias em que a pesca foi abundante; mas houve também momentos em que as águas estavam agitadas e o vento contrário – como, aliás, em toda a história da Igreja – e o Senhor parecia dormir. Contudo sempre soube que, naquela barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas é d’Ele. E o Senhor não a deixa afundar; é Ele que a conduz, certamente também por meio dos homens que escolheu, porque assim quis. Esta foi e é uma certeza que nada pode ofuscar. E é por isso que, hoje, o meu coração transborda de gratidão a Deus, porque nunca deixou faltar a toda a Igreja e também a mim a sua consolação, a sua luz, o seu amor.

Estamos no Ano da Fé, que desejei precisamente para reforçar a nossa fé em Deus, num contexto que parece colocá-Lo cada vez mais de lado. Queria convidar todos a renovarem a confiança firme no Senhor, a entregarem-se como crianças nos braços de Deus, seguros de que aqueles braços nos sustentam sempre e nos permitem caminhar todos os dias, mesmo no cansaço. Queria que cada um se sentisse amado por aquele Deus que entregou o seu Filho por nós e nos mostrou o seu amor sem limites. Queria que cada um sentisse a alegria de ser cristão. Numa bela oração, que se recita diariamente pela manhã, diz-se: «Eu Vos adoro, meu Deus, e Vos amo com todo o coração. Agradeço-Vos por me terdes criado, feito cristão...». Sim! Estamos contentes pelo dom da fé; é o bem mais precioso, que ninguém nos pode tirar! Agradeçamos ao Senhor por isso mesmo todos os dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus nos ama, mas espera que também nós O amemos!

Mas não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora recaia sobre ele a primeira responsabilidade. Eu nunca me senti sozinho, ao carregar as alegrias e o peso do ministério petrino; o Senhor colocou junto de mim tantas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram e estiveram ao meu lado. E em primeiro lugar vós, amados Irmãos Cardeais: a vossa sabedoria, os vossos conselhos, a vossa amizade foram preciosos para mim; os meus Colaboradores, a começar pelo meu Secretário de Estado que me acompanhou fielmente ao longo destes anos; a Secretaria de Estado e a Cúria Romana inteira, bem como todos aqueles que, nos mais variados sectores, prestam o seu serviço à Santa Sé: são muitos rostos que não sobressaem, permanecem na sombra, mas precisamente no silêncio, na dedicação quotidiana, com espírito de fé e humildade, foram para mim um apoio seguro e fiável. Um pensamento especial para a Igreja de Roma, a minha diocese! Não posso esquecer os Irmãos no Episcopado e no Presbiterado, as pessoas consagradas e todo o Povo de Deus: nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre senti grande solicitude e profundo afecto; mas também eu amei a todos e cada um sem distinção, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Todos os dias tinha presente cada um de vós na oração, com o coração de pai.

Depois, queria que a minha saudação e o meu agradecimento chegassem a todos: o coração de um Papa abraça o mundo inteiro. E queria expressar a minha gratidão ao Corpo Diplomático junto da Santa Sé, tornando presente a grande família das nações. Aqui penso também a todos aqueles que trabalham por uma boa comunicação, e agradeço-lhes o seu serviço importante.

Neste momento, queria agradecer verdadeiramente do coração também às inúmeras pessoas, de todo o mundo, que nas últimas semanas me enviaram comoventes sinais de atenção, amizade e oração. Sim! O Papa nunca está sozinho, pude experimentá-lo agora mais uma vez e duma maneira tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos, e muitíssimas pessoas se sentem estreitamente unidas a ele. É verdade que recebo cartas dos grandes do mundo – dos Chefes de Estado, dos líderes religiosos, dos representantes do mundo da cultura, etc. –, mas recebo também muitíssimas cartas de pessoas simples que me escrevem simplesmente com o seu coração e me fazem sentir o seu afecto, que brota do facto de estarmos unidos com Jesus Cristo, na Igreja. Estas pessoas não me escrevem como se faz, por exemplo, a um príncipe ou a um grande que não se conhece; mas escrevem-me como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um vínculo familiar muito afectuoso. Aqui pode-se tocar com a mão o que é a Igreja: não uma organização, uma associação para fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Poder experimentar a Igreja deste modo e quase tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor é motivo de alegria, num tempo em que muitos falam do seu declínio. Mas vejamos como a Igreja está viva hoje!

Nestes últimos meses, senti que as minhas forças tinham diminuído, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre diante dos olhos o bem da Igreja e não a nós mesmos.

Permiti-me, aqui, voltar mais uma vez àquele 19 de Abril de 2005. A gravidade da decisão esteve precisamente no facto de que, daquele momento em diante, me comprometera sempre e para sempre com o Senhor. Sempre: quem assume o ministério petrino deixa de ter qualquer vida privada. Pertence sempre e totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida fica, por assim dizer, totalmente despojada da dimensão privada. Pude experimentar, e estou a experimentá-lo precisamente agora, que um recebe a vida precisamente quando a dá. Eu disse, antes, que muitas pessoas que amam o Senhor, amam também o Sucessor de São Pedro e estão-lhe afeiçoadas; que o Papa tem verdadeiramente irmãos e irmãs, filhos e filhas em todo o mundo, e que se sente seguro no abraço da vossa comunhão; é assim, porque deixou de se pertencer a si mesmo, pertence a todos e todos pertencem a ele.

Mas o «sempre» é também um «para sempre»: não haverá mais um regresso à vida privada. E a minha decisão de renunciar ao exercício activo do ministério não revoga isto; não volto à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de forma nova junto do Senhor Crucificado. Deixo de trazer a potestade do ofício em prol do governo da Igreja, mas no serviço da oração permaneço, por assim dizer, no recinto de São Pedro. Nisto, ser-me-á de grande exemplo São Bento, cujo nome adoptei como Papa. Ele mostrou-nos o caminho para uma vida, que, activa ou passiva, está votada totalmente à obra de Deus.

Agradeço a todos e cada um ainda pelo respeito e compreensão com que acolhestes esta decisão tão importante. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, através da oração e da reflexão, com aquela dedicação ao Senhor e à sua Esposa que procurei diariamente viver até agora, e quero viver sempre. Peço que me recordeis diante de Deus, e sobretudo que rezeis pelos Cardeais, chamados a uma tarefa tão relevante, e pelo novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Que o Senhor o acompanhe com a luz e a força do seu Espírito!

Invocamos a materna intercessão da Virgem Maria, Mãe de Deus e da Igreja, pedindo-Lhe que acompanhe cada um de nós e toda a comunidade eclesial; a Ela nos entregamos, com profunda confiança.

Queridos amigos! Deus guia a sua Igreja; sempre a sustenta mesmo e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos esta visão de fé, que é a única visão verdadeira do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, habite sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós e nos envolve com o seu amor. Obrigado!


Tuesday, February 26, 2013

Angelus.


Bruno Braga.



Da janela de seus aposentos o Papa Bento XVI celebrou o seu último “Angelus”, e declarou para o público que lotou a Praça São Pedro no Vaticano: não abandonará a Igreja; pelo contrário, continuará a servi-la com a mesma dedicação e com o mesmo amor com o qual fez até agora.

Este é o vídeo – traduzido para o português – da celebração do último dia 24 de Fevereiro. Depois dele o texto – em italiano – lido pelo Papa Bento XVI (Meditação sobre o Evangelho da Transfiguração, Lc. 9, 28-36).



BENEDETTO XVI
ANGELUS
Piazza San Pietro
Domenica, 24 febbraio 2013


Cari fratelli e sorelle!

Grazie per il vostro affetto!

Oggi, seconda domenica di Quaresima, abbiamo un Vangelo particolarmente bello, quello della Trasfigurazione del Signore. L’evangelista Luca pone in particolare risalto il fatto che Gesù si trasfigurò mentre pregava: la sua è un’esperienza profonda di rapporto con il Padre durante una sorta di ritiro spirituale che Gesù vive su un alto monte in compagnia di Pietro, Giacomo e Giovanni, i tre discepoli sempre presenti nei momenti della manifestazione divina del Maestro (Lc 5,10; 8,51; 9,28). Il Signore, che poco prima aveva preannunciato la sua morte e risurrezione (9,22), offre ai discepoli un anticipo della sua gloria. E anche nella Trasfigurazione, come nel battesimo, risuona la voce del Padre celeste: «Questi è il figlio mio, l’eletto; ascoltatelo!» (9,35). La presenza poi di Mosè ed Elia, che rappresentano la Legge e i Profeti dell’antica Alleanza, è quanto mai significativa: tutta la storia dell’Alleanza è orientata a Lui, il Cristo, che compie un nuovo «esodo» (9,31), non verso la terra promessa come al tempo di Mosè, ma verso il Cielo. L’intervento di Pietro: «Maestro, è bello per noi essere qui» (9,33) rappresenta il tentativo impossibile di fermare tale esperienza mistica. Commenta sant’Agostino: «[Pietro]…sul monte…aveva Cristo come cibo dell’anima. Perché avrebbe dovuto scendere per tornare alle fatiche e ai dolori, mentre lassù era pieno di sentimenti di santo amore verso Dio e che gli ispiravano perciò una santa condotta?» (Discorso 78,3: PL 38,491).

Meditando questo brano del Vangelo, possiamo trarne un insegnamento molto importante. Innanzitutto, il primato della preghiera, senza la quale tutto l’impegno dell’apostolato e della carità si riduce ad attivismo. Nella Quaresima impariamo a dare il giusto tempo alla preghiera, personale e comunitaria, che dà respiro alla nostra vita spirituale. Inoltre, la preghiera non è un isolarsi dal mondo e dalle sue contraddizioni, come sul Tabor avrebbe voluto fare Pietro, ma l’orazione riconduce al cammino, all’azione. «L’esistenza cristiana – ho scritto nel Messaggio per questa Quaresima – consiste in un continuo salire il monte dell’incontro con Dio, per poi ridiscendere portando l’amore e la forza che ne derivano, in modo da servire i nostri fratelli e sorelle con lo stesso amore di Dio» (n. 3).

Cari fratelli e sorelle, questa Parola di Dio la sento in modo particolare rivolta a me, in questo momento della mia vita. Grazie! Il Signore mi chiama a “salire sul monte”, a dedicarmi ancora di più alla preghiera e alla meditazione. Ma questo non significa abbandonare la Chiesa, anzi, se Dio mi chiede questo è proprio perché io possa continuare a servirla con la stessa dedizione e lo stesso amore con cui ho cercato di farlo fino ad ora, ma in un modo più adatto alla mia età e alle mie forze. Invochiamo l’intercessione della Vergine Maria: lei ci aiuti tutti a seguire sempre il Signore Gesù, nella preghiera e nella carità operosa.



Sugestão de leitura.

BRAGA, Bruno. “O Legado – Bento XVI” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/02/o-legado-bento-xvi.html].


Sunday, February 24, 2013

Laerte, a irmã e o Socialismo-Comunismo.


Bruno Braga.


A Folha Online publicou neste domingo uma reportagem sobre o cartunista Laerte – conhecido também por seu exótico “transgênero” - e sua irmã Marília Coutinho que poderia muito bem enriquecer o relatório da “Comissão da Verdade”, não tivesse a comissão o propósito de consagrar a versão revolucionária dos fatos e falsificar a História de um país [1].

Destaco os trechos do artigo referentes ao tópico “Sexo e Política”, que têm como pano de fundo o Socialismo-Comunismo.

“As buscas de Laerte e Marilia começaram na política. Os dois fizeram parte do Partido Comunista na década de 1970 e a militância deixou marcas profundas em ambos.

Marilia tinha 15 anos e praticava esgrima quando entrou no partido, em 1978. Chegou a ser campeã brasileira aos 14 anos, mas abandonou o esporte quando começou a levar a militância mais a sério. ‘No Partidão, achavam que aquilo era um desvio pequeno-burguês. Aí, abandonei o esporte’, diz.

No ano seguinte, entrou para a Convergência Socialista, hoje PSTU. Suas primeiras experiências sexuais aconteceram com líderes partidários das duas organizações. ‘Sexo fazia parte da política’, diz. ‘Eu estava despertando para a sexualidade e, de repente, tinha que transar para fazer parte do grupo’, conta. ‘Depois, fui estuprada, no PSTU, na Convergência. Fui expropriada de mim mesma’.

Laerte só soube que a irmã tinha passado por problemas no partido muitos anos depois. ‘Eu também passei por constrangimentos, mas com ela foi uma coisa violentíssima’. O cartunista, hoje um bissexual assumido, diz ter bloqueado seu lado homossexual. Em uma campanha para eleições sindicais na década de 1980, chegou a desenhar um personagem da oposição como um gigante gay, usando a homofobia como arma política.

‘Fazer parte daquele movimento foi fundamental para o meu processo criativo, mas sufoquei uma parte de mim para viver como o ‘tio Stálin’ achava certo’, diz, referindo-se ao ditador soviético Joseph Stálin (1878-1953), que perseguiu os homossexuais na União Soviética durante seu governo, dos anos 1920 até a sua morte.

Laerte militou no Partidão entre 1973 e 1985. Largou quando percebeu ‘um movimento cultural, de quadrinhos, que era o que queria fazer’.

Marília saiu da militância em 1981 e, no mesmo ano, recebeu o diagnóstico de psicose maníaco-depressiva. Chegou a tomar 11 remédios ao mesmo tempo. Envolveu-se com drogas, ‘maconha, ácido, álcool, o que caía na minha’, passou por ‘desastres conjugais’ e um ‘parêntese de felicidade’: o nascimento da filha Melina, em 1989. Em 2005, tentou o suicídio”.

[...] (os destaques são meus).

***

Heitor de Paola menciona um caso semelhante ao de Laerte e de sua irmã. Da esposa que abandonou um “companheiro” depois que ele expôs a “necessidade revolucionária” de ela estar disponível para satisfazer sexualmente outros militantes clandestinos que não tinham como fazê-lo sem risco, fora da organização [2].  


Notas.

[1]. Pedro Ivo Tomé, Folha Online, 24 de Fevereiro de 2013, “’Quero peitos de silicone, mas não mexo em nada lá embaixo’, diz Laerte” [http://www1.folha.uol.com.br/serafina/1234723-quero-peitos-de-silicone-mas-nao-mexo-la-embaixo-diz-laerte.shtml].

[2]. DE PAOLA, Heitor. “O Eixo do Mal Latino-americano”: e a Nova Ordem Mundial. Editora É Realizações: São Paulo, 2008. p. 26.

Um gibi gayzista.


Bruno Braga.


No final de 2012 um grupo LGBT distribuiu um “Gibi” no IFRJ (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro). O material – pretensamente “didático” - escandalizou alunos, pais e a direção da instituição. Ele era tão obsceno que uma reportagem jornalística teve dificuldade para encontrar uma imagem que pudesse ser exibida na televisão (Cf. vídeo ao final do texto).

Os responsáveis pela elaboração do “gibi” entendem por orientação “didática” coisas do tipo: “gozar com prazer e segurança [...] a qualquer hora, em qualquer lugar, de qualquer maneira e com qualquer um”; e “dicas” de como fazer sexo sem camisinha de forma segura.

Depois da repercussão, o presidente do grupo LGBT “Arco Íris de Cidadania” afirmou que o material – esclarece ele, destinado apenas para público gay - foi distribuído de maneira acidental. Uma desculpa tão esfarrapada que o próprio formato – uma revista em quadrinho, e uma linguagem própria para a juventude - já seria suficiente para denunciar. Ademais, a direção do IFRJ explicou como o “gibi” foi distribuído dentro da escola e sem a sua autorização: aconteceu em um evento cultural promovido pelo instituto, no qual o grupo LGBT montou um estande e forneceu o material aos participantes.

O episódio ilustra o “didatismo” do Movimento gayzista [1], que sob o pretexto de combater o “preconceito”, a “discriminação”, e promover o “esclarecimento”, reivindica o poder para interferir na formação de jovens e adolescentes.   




Nota.

[1]. Não confundir a homossexualidade com o Movimento gayzista. Este último é a transformação da sexualidade em princípio de organização política e de engenharia social.      

Saturday, February 23, 2013

Jean e a defesa dos números gayzistas.


Bruno Braga.


Em um artigo intitulado “A palavra dos mortos” [1] o deputado federal e ativista gay – Jean Wyllys – dispôs-se a defender o levantamento panfletário promovido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que denuncia o assassinato de 336 gays, lésbicas e travestis no Brasil em 2012 [2].

O ilustre deputado dispara uma série de estereótipos - “conservador”, “reacionário”, “fundamentalista cristão” – contra os que contestaram o levantamento do GGB. Recurso ordinário de manifestações militantes. Mas, além do artifício comum, Jean se coloca em uma posição privilegiada, que o ilumina na exclamação da sentença carregada com um peculiar – senão exótico - espírito “democrático” e “tolerante”:

“Não repetirei aqui todos ‘argumentos’ dessa gente – até porque seu preconceito ou má fé não precisa de mais espaço que já tem!” (os destaques são meus).   

O deputado gayzista é de uma generosidade comovente. Ele desce até o raso da ignorância para dar uma amostra de sua luz sapiencial e demonstrar a estreiteza do intelecto – ou a má-fé – dos que contestaram os números do GGB. Quer dizer, para Jean toda e qualquer oposição é – automaticamente – demonstração de burrice ou malícia de embusteiro.  

Adverte o deputado gayzista: as estatísticas do GGB não afirmam “apenas” o assassinato de 336 homossexuais no ano passado; elas denunciam a “motivação homofóbica” dos crimes, ou seja, pessoas que foram mortas porque eram gays, lésbicas, travestis, ou em “circunstâncias em que a orientação sexual e/ou identidade de gênero contribuiu/contribuíram decisivamente para o homicídio”.

Acontece que a “motivação homofóbica” não é determinada no levantamento do GGB. Não há nos dados apresentados a especificação da “motivação” de cada um dos crimes, isto é, o esclarecimento de que foram cometidos por pessoas perturbadas que nutrem um ódio mortal contra homossexuais. O próprio responsável pelo material se esquiva quando é questionado sobre a “motivação” dos crimes: “quando o movimento negro, os índios, ou as feministas divulgam suas estatísticas, não se questiona se o motivo foi racismo ou machismo”. Porém, mesmo assim, Jean pressupõe que todos – todos - os homicídios tiveram “motivação homofóbica”.

Ademais, o que o deputado gayzista quer dizer com “circunstâncias em que sua orientação sexual e/ou identidade de gênero contribuiu/contribuíram decisivamente para o homicídio”? (o destaque é meu). “Contribuir”, aqui, tem um sentido tão elástico quanto o conceito de “homofobia” construído por Luiz Mott, o “decano” do Movimento gayzista. Ampliados e manipulados com os aspectos “cultural”, “institucional”, “individual”, “linguístico” e “social”, a construção teórica é capaz de artificialmente transformar o assassinato de um gay - executado por outro gay - em crime de “homofobia”. Por exemplo, denunciando como crime “homofóbico” o assassinato de um gay por outro porque a vítima não teve amparo “institucional” ou porque o assassinato é o resultado das circunstâncias “culturais”, de um suposto preconceito generalizado contra gays [3].    

Jean ainda afirma que os crimes contra os homossexuais não podem ser comparados com os cerca de 50.000 homicídios ocorridos no Brasil todo ano. O deputado gayzista está equivocado. Porque, se a motivação “homofóbica” dos crimes não é atestada, então não há nenhum impedimento de somar estes crimes com o de todos os outros brasileiros assassinados. Não há critério que justifique o isolamento dos crimes cometidos contra gays – ele não é identificado.   

Além disso, o número apresentado pelo GGB – por si mesmo e na proporção com o número total de homicídios (50.000) - não é significativo para alarmar um “banho de sangue gay” que justifique a engenharia social pretendida com ele, algo envolve não apenas a modificação da legislação penal, mas a reformulação de projetos educacionais infantis com material gayzista e a prática de adoção de crianças.

Enfim, Jean se levanta para defender os seus. Para isso recorre aos artifícios utilizados pelo ativismo do qual faz parte, a militância gayzista que tem entre os seus maiores representantes o próprio Grupo Gay da Bahia.


Notas.     

[1]. Jean Wyllys, “A palavra dos mortos” [http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/90310/A-palavra-dos-mortos.htm].

[2]. BRAGA, Bruno. “Números gayzistas” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas.html].

[3]. BRAGA, Bruno. “Números gayzistas forjados, uma amostra didática” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas-forjados-uma-amostra.html].



Thursday, February 21, 2013

A profecia de Joseph Ratzinger.




A renúncia do Papa Bento XVI suscitou na mídia e em boa parte dos fiéis, especulações acerca de profecias apocalípticas sobre o futuro da Igreja. Dentre elas, a que mais chamou a atenção foi a famosa "Profecia de São Malaquias" que, segundo a lenda, anunciava o fim da Igreja e do mundo ainda neste século. Apesar dessas previsões catastróficas alimentarem a imaginação de inúmeras pessoas, a verdade é que elas carecem de fundamento e lógica, como já demonstraram vários teólogos, inclusive o estimado monge beneditino, Dom Estevão Bettencourt, na sua revista "Pergunte e Responderemos".

Mas não é sobre a profecia de São Malaquias que queremos falar aqui. Nossa atenção, devido às circunstâncias, volta-se para as palavras do jovem teólogo da Baviera, Padre Joseph Ratzinger, proferidas há pouco mais de 40 anos, logo após o término do Concílio Vaticano II. Em um contexto de crise de fé e revolução cultural, o então professor de teologia da Universidade de Tübingen via-se cada vez mais sozinho diante da postura marcadamente liberal de seus colegas teólogos, como por exemplo, Küng, Schillebeeckx e Rahner. Olhando também para os outros setores da Igreja, Padre Ratzinger via nos "sinais dos tempos" um presságio do processo de simplificação que o catolicismo teria de enfrentar nos anos seguintes.

Uma Igreja pequena, forçada a abandonar importantes lugares de culto e com menos influência na política. Esse era o perfil que a Igreja Católica viria a ter nos próximos anos, segundo Ratzinger. O futuro papa estava convencido de que a fé católica iria passar por um período similar ao do Iluminismo e da Revolução Francesa, época marcada por constantes martírios de cristãos e perseguições a padres e bispos que culminaram na prisão de Pio VI e sua morte no cárcere em 1799. A Igreja estava lutando contra uma força, cujo principal objetivo era aniquilá-la definitivamente, confiscando suas propriedades e dissolvendo ordens religiosas.

Apesar da aparente visão pessimista, o jovem Joseph Ratzinger também apresentava um balanço positivo da crise. O teólogo alemão afirmava que desse período resultaria uma Igreja mais simples e mais espiritual, na qual as pessoas poderiam encontrar respostas em meio ao caos de uma humanidade corrompida e sem Deus. Esses apontamentos feitos por Ratzinger faziam parte de uma série de cinco homilias radiofônicas, proferidas em 1969. Essas mensagens foram publicadas em livro sob o título de "Fé e Futuro".

"A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. E descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente"

Depois de 40 anos desses pronunciamentos, o já então papa Bento XVI não mudou de opinião. É o que pode-se concluir lendo um de seus discursos feitos para os trabalhadores católicos em Freiburg, durante viagem apostólica a Alemanha, em 2011. Citando Madre Teresa de Calcutá, o Santo Padre constatava uma considerável "diminuição da prática religiosa" e "afastamento duma parte notável de batizados da vida da Igreja" nas últimas décadas. O Santo Padre se pergunta: "Porventura não deverá a Igreja mudar? Não deverá ela, nos seus serviços e nas suas estruturas, adaptar-se ao tempo presente, para chegar às pessoas de hoje que vivem em estado de busca e na dúvida?"

O Papa alemão respondia que sim, a Igreja deveria mudar, mas essa mudança deveria partir do próprio eu. "Uma vez alguém instou a beata Madre Teresa a dizer qual seria, segundo ela, a primeira coisa a mudar na Igreja. A sua reposta foi: tu e eu!", ensinou. Bento XVI pedia no discurso uma reforma da Igreja que se baseasse na sua "desmundanização", corroborando o que explicou em outra ocasião a um jornalista, durante viagem ao Reino Unido, sobre como a Igreja deveria fazer para agradar o homem moderno.

"Diria que uma Igreja que procura sobretudo ser atraente já estaria num caminho errado, porque a Igreja não trabalha para si, não trabalha para aumentar os próprios números e, assim, o próprio poder. A Igreja está a serviço de um Outro: não serve a si mesma, para ser um corpo forte, mas serve para tornar acessível o anúncio de Jesus Cristo, as grandes verdades e as grandes forças de amor, de reconciliação que apareceu nesta figura e que provém sempre da presença de Jesus Cristo. Neste sentido a Igreja não procura tornar-se atraente, mas deve ser transparente para Jesus Cristo e, na medida em que não é para si mesma, como corpo forte, poderosa no mundo, que pretende ter poder, mas faz-se simplesmente voz de um Outro, torna-se realmente transparência para a grande figura de Cristo e para as grandes verdades que Ele trouxe à humanidade".

Esses textos ajudam-nos a entender os recentes fatos e interpretar os pedidos de reforma da Igreja pedidos por Bento XVI nos seus discursos pós-renúncia. De maneira alguma esses pedidos fazem referência a uma abertura da Igreja para exigências ideológicas do mundo moderno, como quiseram sugerir alguns jornalistas. Muito pelo contrário, o Papa fala de uma purificação da ação pastoral da Igreja diante do homem moderno, de forma que ela se livre dos ranços apregoados pelo modernismo. Trata-se de conservar a fiel doutrina de Cristo e apresentá-la de modo transparente e sem descontos. A Igreja enquanto tal é santa, imaculada. Mas seus membros carecem de uma constante conversão e é neste sentido que a reforma deve seguir. A Igreja precisa estar segura de sua própria identidade que está inserida na sua longa tradição de dois mil anos, caso contrário, toda reforma não passará de uma reforma inútil.


Fonte. Equipe Christo Nihil Praeponere (Pe. Paulo Ricardo).


Wednesday, February 20, 2013

Nota. "A folia do 'idiota latino-americano'".


Bruno Braga.


A “Acadêmicos do Salgueiro” prestou uma funesta homenagem no desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro deste ano: venerou Che “El Chancho PORCO” Guevara na avenida. Os integrantes da sua bateria – a “Furiosa” - além de jovens e crianças - vestiram uma boina gravada com uma estrela vermelha, calçaram coturno – como se fossem o próprio revolucionário [1].

No entanto, a escola que se orgulha de ser a primeira a exaltar o negro nos desfiles de carnaval, homenageou um racista. E o encantador “idealismo” revolucionário que ela pretendia enaltecer era de fato uma “fantasia”, porque escondia a face real do líder catinguento – do mesmo Che que proclamou:

“Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar movida apenas pelo ódio”.

Parte do dinheiro utilizado para venerar o delinquente assassino vem de um recurso ao Ministério da Cultura, pasta então ocupada por Ana de Hollanda, irmã do ilustre Chico Buarque que já cantou com entusiasmo “Hasta Siempre Comandante Che Guevara”. Braço administrativo do governo Socialista-Comunista do PT, o Ministério da Cultura generosamente autorizou a escola de samba “Acadêmicos do Salgueiro” a captar R$ 4.939.520,00 por meio da Lei Rouanet [2].

Os destaques em vermelho são meus.

A Salgueiro não vendeu o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro – ficou em quinto lugar. Mas, apesar do resultado, estava feita a “folia do ‘idiota latino-americano’”, e foi realizado mais um “culto a El Chancho” [3] – o Porco louvado como herói revolucionário.


Notas.

[1]. BRAGA, Bruno. “A folia do ‘idiota latino-americano’” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/02/a-folia-do-idiota-latino-americano.html].

[2]. Cf. Diário Oficial da União, 27 de Junho de 2012, p. 07 [http://www.in.gov.br/visualiza/index.jsp?jornal=1&pagina=7&data=27/06/2012].

[3]. BRAGA, Bruno. “Culto a ‘El Chancho’” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/09/culto-el-chancho_01.html].

Filmografia.



Saturday, February 16, 2013

Silas, de frente com Gabi.


Bruno Braga.


A entrevista que o Pastor Silas Malafaia concedeu a Marília Gabriela – exibida pelo SBT no dia 03 de Fevereiro – rendeu não apenas um alto índice de audiência para os padrões da emissora e do programa; ela forneceu para o telespectador uma amostra clara - senão obscena - de como as celebridades “intelectualizadas” abraçam e defendem instintivamente as causas “progressistas”.  

Malafaia não estava “de frente com Gabi”, a entrevistadora. Uma profissional, que para o esclarecimento do público, utiliza perguntas elaboradas com sagacidade ou uma conversa conduzida com perspicácia para extrair o máximo das ideias e posições do seu entrevistado. Não. “De frente com Silas” estava Marília Gabriela, que assumiu o papel de ativista, utilizando a sua atividade profissional para defender e fazer publicidade das causas “modernas”, sobretudo as da militância gayzista [1].

Marília Gabriela fez deboche – ironia. Interrompeu o Pastor inúmeras vezes. Exaltou-se diante das respostas – e contra Malafaia reproduziu todos os estereótipos esgoelados pelo ativismo gay. O Pastor não se intimidou. Marília Gabriela, intransigente – e revoltada – esbravejou. No espaço das considerações finais, Malafaia proferiu uma “palavra” – e com um gesto de arrogância, travestido de generosidade, Marília Gabriela pediu para que o “seu deus” perdoa-se Malafaia.



O “pecado” do Pastor foi enfrentar – sem temor - os “dogmas” do “politicamente correto”. Para a elite de “Intelectuais” modernos e para o “beatiful people” – como Marília Gabriela -, estes são princípios imaculados. Contestá-los - como contestar projetos gayzistas - é motivo de “escândalo”.

Não é necessário concordar com toda a argumentação de Malafaia – pertinente na maioria dos casos - nem frequentar a igreja dele – para perceber como a família tradicional, a citação da Bíblia e a menção da Religião tornaram-se a “blasfêmia” da modernidade. Porém, estes atos de “impiedade” ferem apenas uma minoria de “paladinos da modernidade”, que – como porta-vozes de um vago e estranho conceito de “Ciência” - se arrogam poderes demiúrgicos para remodelar todo o conjunto da sociedade. A ativista Marília Gabriela acredita – crê piamente – que faz parte desta vanguarda construtora de um obscuro “mundo maravilhoso”.

“De frente” com Jean Wyllys – Deputado federal e ativista gay - o comportamento de Marília Gabriela é bem diferente. Sobram sorrisos e elogios: “ele não é bom mesmo?!” [32:12] (Cf. Vídeo abaixo). O deputado gayzista tem licença para violar a razão e estuprar o bom senso que, ainda sim, a entrevistadora, encantada, diz: “é surpreendente” [16:22]. Jean tem salvo conduto para peidar – cagar - na cara do telespectador, inventando que o material do “kit gay” não era destinado a crianças, e Marília Gabriela o considera como alguém que “fez valer o seu voto nele” [45:57] [2]. Marília Gabriela não o contesta, pelo contrário, ela o apoia – inclusive citando as estatísticas forjadas do GGB [34:50] [3].

  
Este é o modelo de “democracia” e “tolerância” cunhado por uma vanguarda “intelectualizada”, que o traça embebedada por suas fantasias de “novo mundo”. Os que nele se encaixam, afagos, sorrisos e elogios; aos considerados preliminarmente “ultrapassados” e “reacionários”, gritaria, pedradas e pontapés. Quando Marília Gabriela expõe a esperança de que o “o seu deus” perdoe Malafaia, ela não espera - ela já fez o julgamento, tornou-se, ali, o Juiz e a Sentença. Sintoma flagrante de um surto alucinatório típico dos entusiastas do “novo mundo” – a autodivinização que reivindica poder para remodelar toda a sociedade.

***

Depois da participação do Pastor Silas Malafaia no Programa “De frente com Gabi”, Eli Vieira, doutorando em genética, Cambridge, divulgou um vídeo “didático”, que repercutiu na internet. Nele o biólogo reivindica as fontes das pesquisas citadas por Malafaia e apresenta outras que contestam os argumentos do Pastor.


Exigir que Malafaia discriminasse precisamente as suas fontes - com citações e bibliografias - é não saber diferenciar um programa popular de entrevistas de um ambiente acadêmico ou da redação de um “paper”.

Porém, Eli Vieira não sabe muito bem nem onde ele mesmo está. Recorre ao prestígio da instituição onde desenvolve sua pesquisa – Cambridge – e coloca-se na posição de porta-voz da “Ciência” – contra a Religião, como será visto mais à frente. Mas, talvez por um lapso, o doutorando esquece que a Universidade tem raízes e uma intensa atividade com a própria Religião.

Ademais, Malafaia não pôde editar sua entrevista, como fez Eli Vieira com sua exposição “didática”. Apesar deste privilégio, o biólogo demonstra reticência e hesitação em alguns trechos – em outros, parece concordar, inclusive, com o próprio Pastor.

Eli Vieira reclama da “honestidade intelectual” de Silas Malafaia. Porém, o doutorando de Cambridge cita um texto com pesquisas inconclusas: “Neste estágio (de pesquisa), poucas conclusões podem ser extraídas com certeza, observando os determinantes genéticos e ambientais da orientação” (Tradução livre da conclusão do texto “Genetic and Environmental Influences on Sexual Orientation”, de Khytam Dawook, J. Michael Bailey, e Nicolas G. Martin, p. 277 [http://genepi.qimr.edu.au/contents/p/staff/NGMHandbookBehGen_Chapter19.pdf]).

O biólogo não se dá conta de um tropeço em sua “didática” exposição: ele discursa durante todo o vídeo em termos de POSSIBILIDADE, e o concluí como FATO. E recorre ao “consenso dos pares” – da “comunidade científica” – para fundamentar o que não é sequer consenso [4].

Eli Vieira ainda duvida da “imparcialidade” de Silas Malafaia. Mas, e o nobre doutorando de Cambridge, é de fato “imparcial”? Eli Vieira é Presidente da Liga Humanista Secular do Brasil (LHS), associação dedicada a “apoiar” e “representar” o “secularismo”. Entre os seus membros eméritos está Jean Wyllys, o ilustre Deputado federal e ativista gay. A Liga foi premiada, inclusive, com o “Troféu Triângulo Rosa” – concedido pelo Grupo Gay da Bahia (GGB), que é presidido pelo “decano” do Movimento gayzista no Brasil, Luiz Mott [5]. 

Os destaques em vermelho são meus.

Enfim, Eli Vieira também é um “militante”, apesar de se colocar como paladino de uma “Ciência imparcial”. Não, o doutorando de Cambridge é ativista. Suas causas são utilizadas, inclusive, para fazer chacota com a sucessão do Papa Bento XVI – e com o apoio de outra liderança gayzista, Toni Reis.
  
Os destaques em vermelho são meus.

Notas.

[1]. Não confundir o homossexualismo com a Militância gayzista. Esta é a transformação da sexualidade em princípio de organização política e de engenharia social.

[2]. O público alvo do material gayzista é definido em um documento oficial da Câmara dos Deputados: “crianças do 6o ao 9o ano”. Cf. Notas taquigráficas, p. 27. [http://pfdc.pgr.mpf.gov.br/informacao-e-comunicacao/eventos/direitos-sexuais-e-reprodutivos/audiencia-publica-avaliacao-programas-federais-respeito-diversidade-sexual-nas-escolas/projeto-escola-sem-homofobia/notas-taquigraficas-sobre-o-projeto-escola-sem-homofobia]. Ler também a reportagem do jornal “O Globo” de 26 de Maio de 2011, “Diferentemente do divulgado, kits anti-homofobia eram para crianças de 11 anos” [http://oglobo.globo.com/politica/diferentemente-do-divulgado-kits-anti-homofobia-eram-para-criancas-de-11-anos-2764570].

[3]. Sobre as estatísticas falsificadas do Grupo Gay da Bahia, cf. BRUNO BRAGA, “Números gayzistas” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas.html]; “Números gayzistas forjados, uma amostra didática” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas-forjados-uma-amostra.html].