A página
da paróquia de Nossa Senhora da Piedade (Barbacena-MG) no Facebook, há poucos
dias, trazia um conteúdo referente ao 13º Intereclesial de CEB´s. Tomei a
iniciativa de sugerir – no espaço da publicação destinado aos comentários – um
conjunto de notas que redigi sobre o evento que aconteceu recentemente em Juazeiro
do Norte-CE. Sob o título “Intereclesial SOCIALISTA-COMUNISTA”, as notas
expunham sobretudo a ação de agentes e grupos revolucionários para
“instrumentalizar” as comunidades eclesiais e utilizá-las em favor de um
projeto de poder (Cf. I. [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/01/intereclecial-socialista-comunista.html];
II. [http://b-braga.blogspot.com.br/2014/01/intereclesial-socialista-comunista-ii.html]).
O padre Euder Canuto – um dos editores da página – se manifestou, e a partir
daí desenvolvemos uma discussão sobre o tema. A discussão, no entanto, foi
suprimida da página da paróquia. Por ter sido apagada do seu lugar de origem,
senti-me no dever de reproduzi-la aqui, incluindo a resposta que não pude
apresentar por conta da supressão do conteúdo (Cf. item II). Esta última resposta
eu mantive em sua redação original, apesar do encontro – o leitor notará o
convite no texto abaixo - que tive com o padre Euder Canuto. Oportunidade em
que pessoalmente pontuamos algumas questões, debatemos outras. Na qual eu
informei ao padre que reproduziria aqui neste blog – por um princípio de
honestidade intelectual – a discussão que foi deletada e ofereci o espaço para
que ele pudesse, caso julgasse necessário, se manifestar.
Paróquia de Nossa
Senhora da Piedade escreveu: "Bruno
Braga, é sempre um risco as caricaturas que fazemos acerca de quaisquer pessoas
ou grupos. Por isso, delicadamente peço que evite promover pelo menos no face
de nossa paróquia quaisquer que sejam estas caricaturas. Aqui, nós postamos
notícias, compartilhamos a diversidade de nossa Igreja e não há espaço, nesse
sentido, para diminuir ou desvalorizar este ou aquele grupo eclesial.
Evidentemente, espero que compreenda."
22 de Janeiro de 2014.
***
Bruno Braga.
Em
resposta ao autor do comentário que não se identificou. Permita-me algumas
considerações. Não posso eximir-me delas por causa de critérios de publicação
ou de princípios de boa conduta, porque o caso envolve algo infinitamente mais
importante: a Igreja Católica.
Para
afirmar que as publicações sugeridas promovem “caricaturas” seria necessário
apontar nelas – nas publicações - as incoerências e distorções. Sem este
esclarecimento, a sentença que pura e simplesmente define - “caricaturas” -
torna-se ela mesma “um risco” (para utilizar a expressão empregada no
comentário acima). Eu explico.
Um
leitura rápida e superficial das publicações sugeridas é o suficiente para
notar que elas não trazem nenhuma crítica às CEB´s em si. Portanto,
diferentemente do que o responsável pelo comentário observou, as publicações
não têm a pretensão de “diminuir” ou “desvalorizar” qualquer “grupo eclesial”.
Nelas há sim uma advertência sobre a ação de pessoas e grupos que estão
empenhados em INSTRUMENTALIZAR as CEB´s com o propósito de utilizá-las como
plataforma para a promoção de projetos de poder.
Esta
situação não é nova e nem desconhecida. Em 1980, o Papa João Paulo II a
denunciou em uma mensagem aos líderes das comunidades de base do Brasil: “Ser
eclesiais é sua marca original e seu modo de existir e operar. Formam-se em
comunidades orgânicas para melhor serem Igreja. E a base a que se referem é de
caráter nitidamente ECLESIAL e NÃO SOCIOLÓGICO OU OUTRO. Sublinho também esta
eclesialidade porque o perigo de atenuar essa dimensão, se não deixá-la
desaparecer em benefício de outras, não é nem irreal nem remoto, antes é sempre
atual. É PARTICULARMENTE INSISTENTE O RISCO DE INTROMISSÃO DO POLÍTICO. Esta
intromissão pode dar-se na própria gênese e formação das Comunidades, que se
congregariam NÃO A PARTIR DE UMA VISÃO DE IGREJA, MAS COM CRITÉRIOS E OBJETIVOS
DE IDEOLOGIA POLÍTICA. Tal intromissão porém, pode dar-se também sob a forma de
INSTRUMENTALIZAÇÃO POLÍTICA DE COMUNIDADES que haviam nascido em perspectiva
eclesial” (os destaques são meus) (Cf. Vaticano [http://www.vatican.va/holy_father/john_paul_ii/messages/pont_messages/1980/documents/hf_jp-ii_mes_1980711_comunita-base-brasile_po.html]).
Neste
pronunciamento o Papa João Paulo II – pressuponho - não estava promovendo
“caricaturas”. Estava descrevendo uma realidade efetiva. Reconhecida por ele e
também pelos seus sucessores. É de conhecimento geral a atuação de Joseph
Ratzinger antes mesmo de ser Bento XVI (Cf. sobretudo a instrução “Libertatis
Nuntius”, na qual ele avalia a Teologia da Libertação, um dos mecanismos
utilizados para instrumentalizar as CEB´s). O próprio Papa Francisco (ao qual
os mal-intencionados agora se apegam para justificar suas ações e projetos) durante
a Jornada Mundial da Juventude no Brasil. O Sumo Pontífice alertou para as
“tentações” que podem comprometer o trabalho pastoral e missionário. Entre elas
está a “ideologização da mensagem evangélica” - que inclui o REDUCIONISMO
SOCIALIZANTE, uma pretensão interpretativa com base em uma hermenêutica fundada
nas CIÊNCIAS SOCIAIS, que engloba desde o liberalismo de mercado até as
CATEGORIZAÇÕES MARXISTAS (os destaques são meus) (Cf. [http://www.vatican.va/holy_father/francesco/speeches/2013/july/documents/papa-francesco_20130728_gmg-celam-rio_po.html]).
Agora.
Basta verificar a NATUREZA, os OBJETIVOS, o DISCURSO e as AÇÕES dos agentes que
parasitam as CEB´s (ou ler os textos e documentos publicados pela própria
organização do 13º Intereclesial) para identificar aquilo que os Papas e a
Igreja Católica proíbem, denunciam e condenam. É uma realidade que está
fartamente documentada. As publicações sugeridas apenas reproduzem um pouco
deste material.
Há
um testemunho que é relevante: o do padre Marcelo Rossi. Questionado pela Folha
de São Paulo sobre as CEB´s, ele respondeu: “Acho as CEB´s importantes, mas
hoje o nosso povo precisa de grandes espaços” [...] SE FICAR FECHADO NA CEB,
ESQUECER A ORAÇÃO, FICAR SÓ NA POLÍTICA... SE OLHAR TODOS OS QUE ESTÃO NO
GOVERNO, A MAIORIA SURGIU DA CEB”. [Folha] A CEB ESTÁ NA ORIGEM DO PT. [Pe.
Marcelo] O PT SURGIU DA CEB. ENTÃO, QUE NÃO POLITIZE. O PERIGO É ESSE: CAIR NA
POLÍTICA (os destaques são meus) (Cf. [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/07/nao-guerra-nao-acabou.html]).
Retomo
o início desta resposta para preparar a conclusão. O “risco” de afirmar que as
publicações promovem “caricaturas” não é apenas o de negar uma realidade
conhecida – descrita por autoridades eclesiais e pelos Papas – e amplamente
documentada. Não é somente o de colaborar com pessoas e grupos que parasitam as
CEB´s e declaram abertamente o compromisso de instrumentalizar a Igreja - e
consequentemente submetê-la a projetos de poder. É mais que isso. É o “risco”
de contribuir para corromper fé católica com o que aquela atitude – fundada no
pretexto da “diversidade” – permite e em certa medida fomenta. Rebeldia contra
a tradição. Desprezo da liturgia. Descaracterização das celebrações.
Aviltamento dos sacramentos. Rebaixamento dos santos e da própria Santíssima
Virgem Maria. A mundanização de Jesus Cristo. O deslocamento de Deus para
segundo plano. Colocar em perigo a salvação das almas, por consentir que o fiel
trabalhe para o SOCIALISMO-COMUNISMO e prepare a sua EXCOMUNHÃO (Cf. [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/05/um-alerta-aos-catolicos.html]).
Enfim,
diante do que foi exposto, afirmar que as publicações sugeridas apresentam
“caricaturas” já não é apenas “um risco” de funestas realizações, mas
contribuir efetivamente com elas. Uma contribuição que se dá, ou por puro
desconhecimento do assunto e da realidade (hipótese improvável que já não pode
mais ser alegada); ou por omissão; ou por comprometimento consciente. Mas, independentemente
do modo em que se dá esta contribuição, ela implica uma responsabilidade: a de
quem está dentro da Igreja Católica e se pronuncia em nome de uma paróquia,
porque tem o dever e o compromisso protegê-las.
Atenciosamente,
Bruno
Braga.http://b-braga.blogspot.com
Paróquia
de Nossa Senhora da Piedade.
Senhor Bruno Braga, meu irmão, um dos editores responsáveis pelo face da
Paróquia sou eu, Pe. Euder Canuto, e esse comentário que fiz anteriormente em
relação ao seu, pede, delicadamente, uma posição de compreensão sua. Como muito
bem você disse, em todos os segmentos podem existir pessoas com más intenções e
desejo de instrumentalizar essa ou aquela iniciativa. Assim, como você disse
valorizar a CEB naquilo que ela tem de original, eu também. Em nosso face,
nossa única intencionalidade é promover o que há de bonito numa Comunidade
Eclesial de Base ou numa Comunidade de Comunidades, como nossa Igreja intitula
a Paróquia no Doc. nº 104, da CNBB. Quanto às confusões e inserções políticas
que ora ocorrem, partidarizando ou instrumentalizando a comunidade eclesial,
concordo plenamente que esse não é e nem deve ser o caminho, afinal o próprio
Cristo fugiu desse caminho e nós, como Igreja, não podemos nos desviar por aí.
Afinal, o que pode mesmo transformar o homem é o coração convertido a Jesus
Cristo e, por isso mesmo, solidário na luta com os irmãos que sofrem. Mas, o
simples fato de você intitular sua matéria e seu comentário de
"Intereclesial Socialista-Comunista" já "caricatura" sim
todos os membros do encontro, não lhes dando sequer a possibilidade de que de
fato possam se defender ou que outras pessoas possam assistir ou procurar
conhecer o que lá ocorre. Por exemplo, sua crítica ao Pai Nosso dos Mártires
parece, intencionalmente, também, ser uma manifestação de que desejaria omitir
dos membros da Igreja, que somos todos nós, irmãos, e que devemos sim enfrentar
os embates da fé não com a crítica destrutiva do diferente, mas com um diálogo
de quem deseja construir pontes. A oração cantada por eles é uma oração bonita
que canta o sofrimento de um povo, que clama por justiça. O sofrimento do nosso
povo se expressa nessa canção e não vejo nada de mal nisso desde que não a
absolutizemos como a Forma oficial. Afinal, a forma oficial é o Cristo mesmo
que ensinou no Evangelho e foi preservada pela Igreja, certo? E desconheço se o
desejo é torná-la a forma oficial. Parece-me que não. Acolho-o, com carinho, se
quiser, para sentarmos numa dessas terças-feiras na nossa secretaria paroquial
para um diálogo maduro, onde não prevaleçam apenas os aspectos negativos de uma
determinada realidade, mas onde ocorra a possibilidade de um encontro fraterno
onde também descubramos uns nos outros os valores e, assim, compartilhemos e
nos ocupemos de defender o que é essencial: nossa fé em Jesus Cristo, salvador
e libertador. Um Salvador do homem todo e de todos os homens. Não sou eu e
muito menos a nossa página oficial do face que dividiremos o mundo em bons e
maus. Acho que essa é uma tarefa para o único Juiz da História, o Filho de
Deus. Aguardo-o, fraternalmente, para um diálogo. Somos irmãos, vamos nos unir
em torno de Jesus Cristo e como Igreja ir em missão para anunciar e construir o
Reino de Deus. O Papa nos lembrou recentemente que "as divisões são um
escândalo para a Igreja". Não o conheço ainda pessoalmente, não nos
dividamos. Prefiro de verdade não ser de Apolo nem de Paulo, somos todos
irmãos!
24 de Janeiro de 2014.
***
Bruno
Braga.
Padre
Euder Canuto,
Antes
de qualquer consideração, agradeço a gentileza do convite. Talvez não se
lembre, já estivemos juntos. De qualquer maneira, enquanto não surge uma
oportunidade para assentarmos e termos uma conversa mais detida sobre o
assunto, podemos manter aqui, penso eu, um diálogo tão “maduro” quanto em
privado, e que pode produzir – se já não está produzindo – bons frutos.
Muito
bem. Padre, eu “compreendi” o que expôs no seu primeiro comentário. No entanto,
“compreender” não significa “concordar”. E neste caso específico eu não poderia
deixar de externar a minha discordância, mesmo que ela não se adeque aos
critérios de publicação da página da paróquia no Facebook ou que aparentemente
viole princípios de boa conduta. Porque a Igreja Católica está acima de tudo
isso. E se a temos como preocupação comum, não precisamos a princípio temer
“divisões”, mas nos preocuparmos em estabelecer uma conversa franca e objetiva.
Padre,
se o “único” propósito da página da paróquia no Facebook é “promover O QUE HÁ
DE BONITO numa Comunidade Eclesial de Base” (as aspas reproduzem as suas
próprias palavras com um destaque meu), então ela está promovendo – assim como
o senhor denuncia nas minhas publicações – uma “caricatura” das CEB´s. Uma
caricatura “BONITA”. Porque omite o que nelas escandalosamente existe de
“FEIO”: a instrumentalização política e a corrupção da fé católica (Cf.
comentário anterior).
Ademais.
Se o senhor, padre, reconhece a face “FEIA” das CEB´s e afirma não concordar
com ela, mas decididamente se empenha em promover apenas o “BONITO”, e quando
alguém expõe alguns traços daquele temível rosto o senhor o adverte por
promover “caricaturas”, há ai – na mais branda das hipóteses - uma grave
omissão.
Padre
Euder Canuto, em nenhum momento neguei, existem fiéis que participam “de
coração” do Intereclesial de CEB´s. Por isso utilizei o termo
“instrumentalizar”, que pressupõe a existência deles. No entanto, infelizmente,
padre, a face tenebrosa das CEB´s é a que prevalece há décadas, e por isso
mesmo gerou manifestações e intervenções de Papas e de altas autoridades
eclesiais (Cf. comentário anterior). Aqueles católicos de “boa-fé” pouco representam
naquilo em que a Intereclesial adquire expressão oficial. Eles não participam
da redação dos documentos. Não elaboram a carta final que estabelece princípios
e intenções. Não contribuem com as “análises conjunturais”, que traçam as
linhas de orientação para o trabalho das comunidades nos próximos anos e onde
se chega a cogitar até uma possibilidade de “ruptura” fundada no Concílio
Vaticano II, aproveitando ardilosamente a figura e o discurso do Papa Francisco
(Cf. Manoel Godoy). Tudo isso fica a cargo de lideranças e “intelectuais” –
SOCIALISTAS-COMUNISTAS - que tomaram as CEB´s e as INSTRUMENTALIZARAM para
promoverem suas bandeiras e projetos de poder. Para tirar a prova – e
identificar o conteúdo que a Igreja Católica condena e abomina - basta consultar
e ler os próprios documentos publicados pela Intereclesial (fonte: [http://www.intereclesialcebs.org/]).
Outra
consideração importante. O senhor reduz o material das publicações a uma
“critica destrutiva do diferente”. Sim, em certo sentido ele contém uma crítica
do DIFERENTE. Mas não é por criticar o diferente que a crítica deixa de ser
procedente. É necessário avaliar o “conteúdo” do alegado DIFERENTE, porque ele
pode ser uma “oposição” ou uma “incompatibilidade” identificada pela crítica.
Por exemplo. Quando denuncio a participação de grupos ABORTISTAS em um evento
católico, eu estou apenas manifestando uma intolerante crítica do “diferente”
ou apontando uma oposição inconciliável com o princípio cristão de valorização
da VIDA? Expor a orientação SOCIALISTA-COMUNISTA dada à Intereclesial de CEB´s
é somente uma “crítica destrutiva do DIFERENTE“ ou identificar uma
“incompatibilidade” de natureza entre o SOCIALISMO-COMUNISMO e a doutrina
católica que pode definir inclusive a excomunhão do fiel? (Cf. sobretudo [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/05/um-alerta-aos-catolicos.html]).
Fica claro, nestes termos, que reduzir o material das publicações a uma
“crítica destrutiva do diferente” é um equívoco.
Com
relação ao “Pai Nosso dos Mártires”. Eu não sei se compreendi bem o que o
senhor quis dizer, padre. Mas a minha crítica não tem o propósito de “omitir” –
“intencionalmente” – aquela “manifestação” dos “membros da Igreja” (o que
aparece entre aspas são suas próprias palavras). Não pretendo “omitir” nada.
Mas é preciso verificar se aquela canção é de fato uma “manifestação dos
membros da Igreja”. Para isso, não é possível apegar-se somente a alguns
trechos da letra da música, por exemplo, àqueles que se referem ao “sofrimento
de um povo”, como o senhor observa. É preciso ampliar o espectro de análise.
Relacionar a autoria – a influência da Teologia SOCIALISTA-COMUNISTA da Libertação
– e o contexto de apologia ideológica da revolução social e política. Este
plano mais amplo, que abarca os trechos recortados, está sintetizado na própria
letra, quando se proclama um “pai nosso REVOLUCIONÁRIO”. Uma sugestão. Assista
a este vídeo do “Pai Nosso dos mártires” [http://www.youtube.com/watch?v=lsPDR_912ls].
Desconheço a relação dele com os autores da música. De qualquer maneira, o
vídeo traz uma iconografia que inegavelmente tem uma correspondência – pelo que
já foi exposto ao longo desta conversa - com o espaço e o contexto no qual a
canção é entoada. Confira no tempo 00:14. Jesus Cristo é representado como um
líder revolucionário, e na sequência, com os mesmos traços, aparece Che
Guevara, o psicopata que comandava fuzilamentos de cristãos em Cuba e afirmava:
“Não sou Cristo nem filantropo. Sou totalmente o contrário de um Cristo” [...]
“Um revolucionário deve se tornar uma fria máquina de matar movida apenas pelo
ódio”. Nestes termos, chamar aquela canção de “oração” e dizer que ela é uma
“manifestação dos membros da Igreja” é no mínimo um contrassenso.
Bom,
padre, o senhor é um sacerdote. Consequentemente É da Igreja Católica.
Portanto, não lhe é dado proclamar indistintamente que prefere “não ser de
Apolo nem de Paulo”. No caso em tela – em que há uma inegável
instrumentalização das CEB´s e corrupção da fé católica – isto significaria
eximir-se das responsabilidades do seu vínculo. Imagine só. Um sujeito entra na
sua casa. Toma a cabeceira da mesa e com o dedo em riste começa a ditar regras
para a sua família. Promove uma verdadeira “revolução” nos hábitos e costumes –
desprezando e cuspindo em uma tradição que foi cultivada ao longo de anos. O
sujeito faz tudo isso e o senhor lava as mãos dizendo que não é de “Apolo nem
de Paulo” e que a justiça é divina. Pior. Ainda adverte quem denuncia a
situação, contrariando até mesmo o que diz o chefe da casa. Ora, padre, isto é
completamente despropositado.
Encerro
relembrando a conclusão do meu último comentário. É OMISSÃO maquiar a
escandalosa e inegável instrumentalização das CEB´s e a consequente corrupção
da fé católica. Para um sacerdote é uma atitude extremamente grave, porque ele
tem a responsabilidade de proteger a Igreja Católica. Responsabilidade sobre a
qual será de alguma forma chamado a prestar contas, sendo-lhe vedado eximir-se
dela alegando desconhecimento do assunto e da realidade. Padre Euder Canuto, eu
assumo aqui a responsabilidade de parecer indelicado, ríspido e até grosseiro.
Porém, eu também seria cobrado caso não tivesse lhe dito tudo isso. De qualquer
forma, está feito.
Atenciosamente,
Bruno
Braga.http://b-braga.blogspot.com