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Tuesday, May 28, 2013

Atriz global - que um dia foi "Rosa" - torturada?

Bruno Braga.




A Folha de São Paulo abandonou – mais uma vez – o jornalismo para dedicar-se à militância revolucionária. Na edição do dia 26 de Maio o jornal publicou um depoimento de Bete Mendes, no qual a atriz da Rede Globo acusa o Cel. Brilhante Ustra – antigo comandante do DOI-CODI-SP – de tê-la torturado [1].

No entanto, a Folha apresentou apenas a ACUSAÇÃO. Não deu voz ao ACUSADO. Não lhe cedeu espaço para apresentar a sua versão dos fatos - ou a sua defesa. Presumiu uma sentença penal condenatória transitada em julgado contra o Cel. Brilhante Ustra – que não existe -, e transformou a acusação de Bete Mendes em juízo sumário.   

A omissão da Folha de São Paulo é grave. Não apenas por descumprir um preceito inerente à sua atividade. É necessário observar que a acusação de Bete Mendes não é nova. A atriz denunciou o Cel. Brilhante Ustra em 1985, quando era Deputada Federal (ela havia sido eleita pelo PT, embora na ocasião estivesse sem partido). E, em 1987, o Cel. Brilhante Ustra escreveu um livro – “Rompendo o silêncio” [2] -, cujo objetivo principal era desmentir as acusações de Bete Mendes. A reportagem da Folha sequer menciona o livro.

Na época dos fatos, Bete Mendes - que era “Rosa” e pertencia à organização terrorista VAR-Palmares (a mesma da Presidente Dilma Rousseff) – prestou depoimento acompanhada por DOIS – sim, DOIS – ADVOGADOS. Nele, a atriz não denunciou – o que era comum entre os revolucionários detidos – qualquer prática de tortura “física” ou “psicológica”. Pelo contrário, declarou – derramando lágrimas – arrependimento:



[TRANSCRIÇÃO]. [...] “que, repetindo, os fatos se passaram como os narrou nesta oportunidade, depoimento que prestou LIVRE E SEM NENHUMA COAÇÃO, que de fato, sentiu-se emocionada e CHOROU, como todos presenciaram, COPIOSAMENTE; QUE CHOROU E AINDA CHORA, nesta oportunidade, PORQUE ESTÁ ARREPENDIDA do que fez, isto porque acha que entrou em uma cousa perigosa, sem nenhum conhecimento das cousas e completamente contrária ao seu modo de ser (sic); QUE NÃO ACREDITA EM NENHUMA ORGANIZAÇÃO SUBVERSIVA E ACHA INVIÁVEL SEUS PROPÓSITOS PORQUE CHEGOU À CONCLUSÃO DE QUE ELES QUEREM APENAS DESTRUIR; que é católica e não vive com seus pais, que são judicialmente separados”. E, como nada mais disse nem lhe foi perguntado, deu-se por findo o presente interrogatório que, depois de lido, vai assinado por conforme. Eu ***, escrevente, datilografei. Eu ***, escrivão, assino”. [Assinaturas dos membros do Conselho Permanente de Justiça, de ELIZABETH MENDES DE OLIVEIRA, do Dr. Juiz Auditor e de mais duas assinaturas] [os destaques são meus].  

Em 2007, Ustra publicou o livro “A Verdade Sufocada”. Nele apresenta uma versão resumida do que havia escrito em “Rompendo o silêncio”. Desmente mais uma vez as acusações de Bete Mendes. Aponta inúmeras incoerências e contradições nas declarações da atriz global. Pergunta para ela os nomes dos desaparecidos que afirma ter visto – e onde viu. Questiona, sobretudo, o nome do amigo que afirmou ter sido “morto a pancadas”. O episódio é relatado neste capítulo do livro, “Brasília – Uruguai – Brasília” (pp. 449-464) [3]:   

 

 


 

 


Pelo exposto, não resta dúvida de que a reportagem da Folha de São Paulo foi redigida – novamente [4] - nos termos de uma pauta definida. Ou premeditação - idiotice - desinformação - ou negligência com a atividade jornalística. Certo é que omitiu as declarações de um agente da história, privilegiando a versão dos seus adversários. A Folha de São Paulo forneceu mais um exemplo escandaloso de como o jornalismo está sendo utilizado para consagrar a Mitologia revolucionária.



Notas.


[2]. USTRA, Carlos Alberto Brilhante. “Rompendo o silêncio” (1987). Versão eletrônica. [http://www.averdadesufocada.com/images/rompendo_o_silencio/rompendosilencio.pdf].

[3]. USTRA, Carlos Alberto Brilhante. A Verdade Sufocada. A história que a esquerda não quer que o Brasil saiba. Brasília: Editora Ser, 2012.


[4]. Cf. BRAGA, Bruno. “Herdeiros da revolução, vítimas dos próprios pais” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/herdeiros-da-revolucao-vitimas-dos.html].


Sugestão de leitura.

BRAGA, Bruno. “Verdade mutilada – Primeira parte” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/04/v-behaviorurldefaultvmlo.html].

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