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Wednesday, March 14, 2012

Teste de sensibilidade.

Bruno Braga.


No texto “A Cruz apeada” [1] apresentei uma questão que causa inquietação: por que um crucifixo é mais repugnante para um grupo que está empenhado na legalização do aborto do que o próprio produto da bandeira que ele defende, um feto dilacerado?

Sugiro que o leitor – inclusive o ateu, ou ateísta militante – também reflita sobre a questão, e que o faça a partir de duas imagens:




Então, caro leitor?


Referências.

Sunday, March 11, 2012

A Cruz apeada.

Bruno Braga.


Como escrevi sobre o simbolismo da cruz [1], não posso me furtar de comentar a decisão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que, acatando a reivindicação da ONG Liga Brasileira de Lésbicas, determina a retirada de crucifixos e símbolos religiosos de todas as salas do Judiciário do Estado [2] – a decisão foi fundamentada na consideração de que a presença de símbolos religiosos em repartições públicas fere os princípios constitucionais brasileiros de um Estado laico.

Sim, o Brasil é um país laico – no entanto, isto não quer dizer que ele seja um Estado ateísta, ou melhor, ateísta militante, cuja orientação é esterilizar o domínio público dos germes da religião. Isto é fazer da secularização uma profissão de fé – e de grave violência na medida em que o Brasil tem, nas suas entranhas, a formação cultural cristã.

O crucifixo – a Cruz – não é apenas um objeto de decoração talhado em madeira ou fundido em metal. Não é apenas um símbolo gravado no papel ou carregado no pescoço. É a representação de um fundamento civilizacional – enraizado nos valores morais, nos princípios da sociabilidade, na orientação educacional e nas estruturas institucionais. Junto com a Filosofia Grega, o Direito Romano, e a Cultura Judaica, o Cristianismo é um dos pilares da Civilização Ocidental – e está cravado na história de 500 anos do Brasil. Isto, mesmo um ateu que tenha um mínimo de bom senso, e honestidade intelectual, não pode deixar de reconhecer. Portanto, suprimir crucifixos e símbolos religiosos significa arrancar da sociedade, um de seus fundamentos.

Mas a determinação da justiça gaúcha ainda tem outra consequência: ela é a imposição, a um país que é massiçamente cristão, de um projeto de engenharia social elaborado por um pequeno grupo de “iluminados”, que nos seus alucinados arroubos de prepotência, pretende fazer prevalecer os seus gostos e caprichos mais mórbidos. Acontece que, se um crucifixo – a cruz - nada significa para estes revolucionários, o que, nele lhes causa tanto constrangimento? Por que um mero símbolo desperta mais repugnância que o produto das bandeiras que levantam, por exemplo, um feto dilacerado? [3] Quais são os valores expressos por aquele objeto que poderiam prejudicar um julgamento judicial? [4] O da Justiça, o da Caridade, ou o da Compaixão?

A Inquisição é sempre o argumento para justificar o afastamento da religião do espaço público. No entanto, perto dos milhões de cadáveres, da carnificina monstruosa produzida por regimes cientificistas e anticristãos – como foi o Nazismo e é o Socialismo-Comunismo [5] –, as chamas da fogueira são apenas uma mácula, da qual a própria Igreja Católica não cansa de se penitenciar.

O patrimônio cultural cristão que forma o Brasil está, de fato, ameaçado. Não apenas por causa do poder – financeiro, político e midiático – que têm nas mãos os “revolucionários” iluminados. A traição também vem de dentro dos próprios templos: destruídos por agentes infiltrados, corrompidos pelos inocentes adeptos de teologias fundamentalmente anticristãs, ou desprezados pelos pastores que, em vez da cruz, se consagram aos holofotes. Mas, as autoridades têm a sua parcela de contribuição – elas, que deveriam zelar pelos fundamentos da sociedade, ajudam a solapá-los. Algumas estão realmente comprometidas com amplos projetos de poder – outros colaboram inconscientemente, ou por causa do desinteresse e ignorância, ou porque foram idiotizados e seduzidos pelos aplausos e elogios da mídia “chic”, “intelectual” [6]. Magistrados, Desembargadores, Ministros são incapazes de perceber que o ativismo judicial é uma estratégia para aprovar projetos revolucionários, porque, com este desvio, eles não passam pelos debates das Casas Legislativas, e não alcançam repercussão pública.

Enfim, por enquanto são os crucifixos – mas, se a motivação é o fraco argumento de que se deve cumprir os princípios constitucionais de um Estado laico, o que farão com o Cristo Redentor, símbolo de um país e de braços abertos para toda a nação?


Referências.



[3]. Sim, é no mínimo estranho, mas uma ONG de lésbicas luta para a legalização do aborto. Cf. Liga Brasileira de Lésbicas (Nacional) [http://lblnacional.wordpress.com/plataforma-pela-legalizacao-do-aborto/].

[4] Ou, para utilizar as palavras do relator do caso em tela, o desembargador Cláudio Baldino Maciel, na mais pura manifestação de entojamento boboca e sem sentido: qual valor cristão pode impedir que o julgador esteja “equidistante” dos valores em conflito?

[5]. Cuba e China – regimes idealizados pelos revolucionários - podem apresentar uma amostra funesta da perseguição contra os cristãos.

[6]. Nem mesmo os Ministros do Supremo Tribunal escapam. Para uma amostra dos absurdos que eles cometeram quando decidiram em favor da União Homoafetica, Cf. BRAGA, Bruno. “Família do Novo Milênio?” [http://dershatten.blogspot.com/2011/08/familia-do-novo-milenio-bruno-braga.html].  

Saturday, March 10, 2012


Para os que se interessarem, na parte destinada aos comentários das referências de “Habilidade de Leitura e Análise Política” [http://dershatten.blogspot.com/2012/03/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x_09.html] – Blog Der Shatten – Max Weismann, cofundador do “Center for the Study of the Great Ideas” [http://www.thegreatideas.org/] juntamente com Mortimer J. Adler, disponibiliza um link para a aquisição de um DVD com vídeos produzidos pela “Enciclopédia Britânica”, nos quais o autor de “How to read a Book” conversa com Charles Van Doren sobre a arte de ler.

Atenciosamente,
Bruno Braga.   

Friday, March 09, 2012

Thursday, March 08, 2012

Habilidade de Leitura e Análise Política.


Um exemplo ilustrativo sobre a aplicação da habilidade de leitura no campo da análise política.

Bruno Braga.

Monday, March 05, 2012

Orientação para o exercício da leitura.

Bruno Braga.


Diante do cenário tenebroso, não apenas da educação, mas da cultura em geral, um recurso valioso são as orientações para o exercício da leitura de Mortimer Adler [1]. São regras, instrumentos, que podem ser utilizadas para melhor aproveitar esta habilidade – um treinamento que repercute também nas habilidades da escrita e na da comunicação, pois estão, todas, intimamente conectadas.

Logo abaixo segue um documento que reproduz as orientações gerais do escritor americano. No entanto, é preciso observar que tais regras se aplicam, especificamente, a livros de ciência ou de transmissão de conhecimento – a literatura de ficção, ou imaginativa, segue outra orientação, que é esboçada no texto -, e tem por fundamento a leitura das obras clássicas e o treinamento nelas.

É importante acrescentar, ainda, que a simples anotação das regras e orientações não dispensa a leitura do livro de Adler – pelo contrário, ela é fundamental para que se possa compreender totalmente a proposta do autor. Porém, que a disponibilização delas, aqui, seja um estímulo para a leitura da valiosa obra do escritor.


Referências.

1. ADLER, Mortimer J. How to read a book: The art of getting a liberal education. Simon and Schuster: New York, 1967.


Thursday, March 01, 2012

O real da Revolução digital - o ativismo.


Bruno Braga.


A revolução é promovida por aqueles que controlam a militância organizada. É esta - e não o cidadão comum, que compõe a imensa maioria da população - que, empunhando bandeiras e proferindo palavras de ordem, ocupa praças públicas, articula manifestações e marchas. Através do ativismo os militantes ganham expressão pública, transformam-se em notícia e ocupam as manchetes de jornais e revistas – cumprem um dos objetivos fundamentais de sua estratégia: passar a impressão de que eles, um grupo restrito de militantes, representam “o povo”, a “sociedade” [1]. Assim, os interesses efetivos da manifestação são maquiados, e os mentores dela permanecem protegidos pela sombra: aguardam, pacientemente, o momento de colher os frutos. Esta é a estratégia, não apenas para as marchas públicas, mas também para o ambiente virtual.

Em 2011 o Partido dos Trabalhadores expôs as linhas gerais do seu projeto – um dos responsáveis por ele, Adolfo Pinheiro, afirmou decididamente: “vamos espalhar núcleos de militantes virtuais por todo o país”. Os “agentes” receberiam treinamento – inclusive com a orientação de manuais – para promoverem as propostas do partido e para criticar a imprensa em sites de notícia, em Blogs, e nas redes sociais, como o Twitter e o Facebook.
Os MAV’s – Núcleos de Militância em Ambientes Virtuais – já têm uma missão importante pela frente: formar uma tropa, treiná-la em táticas de guerrilha na Internet para atuar nas eleições municipais de 2012 [2].

Além do núcleo organizado, os militantes contam com a colaboração de “simpatizantes”, aqueles que, encantados pelo “ideal revolucionário”, com a fantástica “transformação do mundo” – agora através do futurístico mecanismo digital -, contribuem inocentemente com as estratégias do grupo. São os “idiotas úteis”, os “companheiros de viagem”, dos quais o velho Willi Münzenberg tanto se aproveitou – ele encantava intelectuais influentes, formadores de opinião e artistas, que repetiam e disseminavam um higienizado discurso revolucionário através da cultura: era o que chamava “criação de coelhos”.

Enfim, seja através dos mecanismos tradicionais, ou pelo futurístico e encantador meio digital, o núcleo revolucionário permanece o mesmo: o esforço, de um pequeno grupo, para concentrar o poder e, com isso, realizar o seu psicótico projeto de engenharia social.


Referências.

[1]. O contraste entre as posições da maioria da população e os da minoria revolucionária pode ser verificado em: BRAGA, Bruno. “Eles falam em nome de quem?” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/02/normal-0-21-false-false-false-pt-br-x.html].

[2]. Para a descrição deste projeto petista, Cf. Folha de São Paulo, 18 de Outubro de 2011 [http://www1.folha.uol.com.br/poder/992264-pt-treina-patrulha-virtual-para-atuar-em-redes-sociais.shtml].
Indicações.

BRAGA, Bruno. A sobrevivência do ideal revolucionário [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/01/sobrevivencia-do-ideal-revolucionario.html].