Corrispondenza Romana, 25 de agosto de 2018.
Tradução. Bruno Braga.
Enfim, veio à luz a "Carta do Papa ao povo de Deus" [1], que confirma agora um dado inequívoco: a Igreja de hoje não quer mais falar sobre o homossexualismo. O tema está formalmente excluído das pregações. Na verdade, foi excluído também da carta escrita pelo Papa Francisco, divulgada ontem, e que trata da "devastação" da Igreja norte-americana provocada pela prática do homossexualismo no Clero - não se disse uma só palavra sobre o homossexualismo. Só se fala de "abusos", como se as relações homossexuais habituais de um Cardeal com sacerdotes e leigos pudessem passar em silêncio, dada a maior idade e o consenso dos protagonistas. Como se não fosse o homossexualismo o que provoca e amplia os abusos, e não os abusos que suscitam o homossexualismo. Como se apenas os abusos, e não também o homossexualismo, fossem uma forma de dilacerar a consciência que o Papa Francisco denuncia em sua carta, exemplificando-a com um vago "clericalismo", mas sem atribuí-la ao homossexualismo.
O escândalo que atingiu o Cardeal McCarrick, que objetivamente foi muito próximo do Cardeal Farrell e que recentemente explodiu com o relatório sobre a Pensilvânia, se refere à prática do homossexualismo na Igreja, e não a outra coisa. Pratica do homossexualismo que golpeou amplamente a Igreja norte-americana e chegou ao alto da hierarquia eclesiástica e vaticana. Mas, diante da devastadora situação que, repetimos, tem por objeto o homossexualismo, e não outra coisa, se diz tudo, mas não que o homossexualismo é uma desordem, um mal intrínseco, uma violência inadmissível, uma prática gravemente imoral, um pecado, a negação do plano da Criação. À assombrosa gravidade da situação se soma a gravidade até mais espantosa do silêncio, que de fato cobre a gravidade da situação, esconde-a, desviando a atenção para outras coisas importantes, mas não centrais. Sem chamar o mal de mal, como é possível combatê-lo? E, evitando chamar o mal de mal, não se é já cúmplice, ainda que sem fazer nada?
Se olharmos à nossa volta, devemos constatar que todos, na Igreja, há tempos deixaram de avaliar moralmente o homossexualismo, inclusive evitando falar a respeito. O tema desapareceu das homilias, dos discursos, da imprensa católica. A expressão é conservada somente em algumas iniciativas pastorais orientadas a incluir os casais homossexuais no tecido eclesial com modalidades de expressão que são apenas de acolhida, mas não de avaliação. No transcurso do longo período do caso de Staranzano, creio nunca ter lido uma declaração do Bispo de Gorizia (região do Friul-Veneza Júlia, na fronteira com a Eslovênia) que reiterasse a avaliação negativa do homossexualismo expressa desde sempre pelas Sagradas Escrituras e pelo Magistério da Igreja. No caso do pároco de Verona, que se "casou" com o companheiro, o Bispo disse e escreveu belas palavras sobre o matrimônio e a família, mas não confirmou expressamente a doutrina católica sobre o homossexualismo.
Todos se calam sobre o homossexualismo. Porém, depois se permite que o padre James Martin fale sobre o tema no Congresso da Família, em Dublin, e não só como um problema pastoral, mas como uma oportunidade para a vida da graça. Surgem os protestos, alguns Cardeais renunciam, outros dizem que não vão participar... mas, não se toca no padre Martin. Entendo que, por oportunidade política, alguns eminentes homens da Igreja de agora, mais comprometidos e que se sentam na presidência de importantes dicastérios, possam talvez renunciar depois de Dublin. Do contrário, o fracasso seria evidente. Mas, o padre Martin continuará no seu cargo.
É a esta altura que o simples fiel da Igreja Católica elabora duas ideias próprias que resumem a situação. A primeira coisa que a ele parece evidente é que existe uma forte presença homossexual na Igreja, e a segunda é que essa forte presença age para mudar a doutrina da Igreja sobre o homossexualismo. É para dissipar esta hipótese que se sente a necessidade urgente de que o Papa, os Cardeais e os Bispos chamem o homossexualismo pelo nome, sem mantê-lo com relutância no silêncio.
Mas, alguém dirá que, no Catecismo (*) e em vários outros documentos do Magistério - além de São Paulo - a questão é clara e definida para sempre. É verdade, mas conhecemos o clima teológico de hoje: não falar mais de homossexualismo, ou falar sem condenar e dentro de um aberto e dialogante contexto pastoral, com o propósito de construir pontes, não muros, de se concentrar naquilo que nos une, e não no que nos divide, na impossibilidade de julgar, porque só Deus julga, e outros slogans análogos... Significa deixar as portas abertas, tornando possível a aceitação de fato, sobre a qual os teólogos construirão a aceitação de direito, para o que há muito tempo se está trabalhando. Não se fala mais sobre o homossexualismo na Igreja, porque agora ele é entendido como uma situação "imperfeita", que deve ser acolhido e purificado, valorizando os seus aspectos positivos. Porém, o silêncio assim esconde uma nova doutrina.
Stefano Fontana - lanuovabq.it
OBS. O sacerdote jesuíta James Martin, que sustenta a tese de que os católicos homossexuais não estão obrigados a praticar a castidade, foi convidado pelo Vaticano e pela Arquidiocese de Dublin a proferir uma palestra no IX Encontro Mundial das Famílias. Em sua conta do Twitter, o padre Martin relatou, no dia 14 de junho, a recepção do convite nestes termos: "Estimados amigos: Estou encantado ao aceitar o convite do Vaticano e da Arquidiocese de Dublin para falar no Encontro Mundial das Famílas #WMOF2018, em agosto, antes da visita do @Pontifex, sobre como a Igreja deve acolher famílias com membros LGBT (cf. [http://www.infocatolica.com/?t=noticia&cod=32472]).
(*) Catecismo da Igreja Católica: "A homossexualidade designa as relações entre homens e mulheres que sentem atração sexual, exclusiva ou predominante, por pessoas do mesmo sexo. A homossexualidade se reveste de formas muito variáveis ao longo dos séculos e das culturas. Sua gênese psíquica continua amplamente inexplicada. APOIANDO-SE NA SAGRADA ESCRITURA, QUE OS APRESENTA COMO DEPRAVAÇÕES GRAVES, A TRADIÇÃO SEMPRE DECLAROU QUE 'OS ATOS DE HOMOSSEXUALIDADE SÃO INTRINSECAMENTE DESORDENADOS'. SÃO CONTRÁRIOS À LEI NATURAL. Fecham o ato sexual ao dom da vida. Não procedem de uma complementaridade afetiva e sexual verdadeira. EM CASO ALGUM PODEM SER APROVADOS" (CIC. 2357).
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ANEXOS.
Notas publicadas no Facebook.
Bruno Braga.
I.
Para compreender em parte o recente escândalo de abusos sexuais no clero dos Estados Unidos, recomendo novamente a leitura do livro: "Adeus, homens de Deus", de Michael S. Rose [2]. Ele mostra - com testemunhos e documentos - como uma verdadeira máfia gay se instalou nas estruturas da Santa Igreja Católica dos EUA. Um assalto que contou - e conta - com a colaboração direta de membros da Maçonaria, comunistas e "apóstolos" da nefasta Teologia da Libertação.
Trata-se de um livro que descreve a realidade dos Estados Unidos, mas, pelo que o católico pode ver com os próprios olhos nas paróquias do Brasil, em lideranças e grupos de jovens, em pastorais e movimentos, o livro descreveria com propriedade também a situação da Santa Igreja no país.
II.
"Agora parece claro, à luz desses terríveis escândalos recentes, que certamente existe uma cultura homossexual, não só entre o clero, mas inclusive dentro da hierarquia, e que ela deve ser removida desde a raíz. É, evidentemente, uma tendência desordenada".
Cardeal Raymond Burke,
Entrevista a Thomas McKenna, 16 de agosto de 2018.
III.
Proponho mais uma leitura: "A Teologia da Libertação gayzista" [3]. Trata-se novamente de um texto sobre o assalto promovido pela máfia gay dentro da Santa Igreja Católica - e aqui, com a colaboração direta do Foro de São Paulo, a organização fundada por Lula e por Fidel Castro para transformar a América Latina na imensa "Patria Grande" comunista.
"Uma teologia ousadamente libertadora tem que envolver o tema da homossexualidade e da homofobia" [4].
Leia.
IV.
Para aproveitar que o tema das últimas "notas" foi a promoção da ideologia gay dentro da Santa Igreja Católica, vamos recordar aqui a militância em favor da ideologia de gênero LGBT gayzista realizada pelo "padre do PT". João, o "apóstolo" da Teologia da Libertação que tenta reeleger-se deputado federal.
Nas imagens, que são de 2017, João aparece na companhia do deputado Jean Wyllys - ícone da "causa" gayzista e, como o próprio "padre do PT", também "batizado" pela Teologia da Libertação [5].
"Haverá um momento em que a batalha final entre o Reino de Deus e Satanás será sobre o matrimônio e a família". Foi o que escreveu a Irmã Lúcia, uma das videntes de Fátima, ao Cardeal Carlo Caffarra. Caffarra, por sua vez, destacou que uma das expressões desse terrível combate é o "enobrecimento da homossexualidade" e, consequentemente, a guerra para consagrar em definitivo a ideologia de gênero LGBT-gayzista [6].
Neste combate, é evidente de que lado está o "padre do PT" - ainda que ele descaradamente ouse pedir a benção de Nossa Senhora para a sua "campanha eleitoral" [7]. Quem precisa definir de uma vez por todas o seu lado é a Arquidiocese de Mariana, que simplesmente assiste ao assédio e ao aliciamento do seu rebanho.
V.
"É necessário erradicar as redes de homossexuais existentes na Igreja. Essas redes homossexuais, difundidas já em muitas dioceses, seminários, ordens religiosas, etc., agem protegidas pelo segredo e pela mentira com a força dos tentáculos de um polvo, destroçando as vítimas inocentes, as vocações sacerdotais e estrangulando toda a Igreja".
Arcebispo Carlo María Viganó.
Ex-Núncio Apostólico nos Estados Unidos (2011-2016).
Documento publicado pelo site Infovaticana no dia 26 de agosto de 2018, e que trata dos escândalos de abusos sexuais nos Estados Unidos (a tradução do trecho citado é minha).
É preciso recomendar de forma insistente a leitura do livro "Adeus, homens de Deus", de Michael S. Rose, para compreender os escândalos de abusos sexuais promovidos por uma "mafia gay" que tomou de assalto a Santa Igreja Católica - e não só nos Estados Unidos, mas também no Brasil, inclusive com a colaboração da Teologia da Libertação. Cf. "Bibliografia. 'Adeus, homens de Deus" [https://b-braga.blogspot.com/2018/01/bibliografia-adeus-homens-de-deus.html].
VI.
"Título do jornal desta manhã: 'As igrejas devem permitir as uniões entre pessoas do mesmo sexo'. Claramente ignora o fato de que SÃO JUSTAMENTE AS RELAÇÕES HOMOSSEXUAIS A RAIZ DO ESCÂNDALO NA IGREJA CATÓLICA. O desvio da lei de Deus sempre traz dor. Perdoa-nos, Senhor, nós que somos pecadores".
Cardenal Wilfrid Fox Napier, Arcebispo de Durban, África do Sul.
Twitter de 21 de agosto de 2018. Trad. Bruno Braga.
REFERÊNCIAS.
[1]. [NT] Cf. [http://w2.vatican.va/content/francesco/pt/letters/2018/documents/papa-francesco_20180820_lettera-popolo-didio.html].
[2]. Cf. "Bibliografia. 'Adeus, homens de Deus" [https://b-braga.blogspot.com/2018/01/bibliografia-adeus-homens-de-deus.html].
[4]. Idem.
[5]. Cf. [https://www.facebook.com/blogbbraga/photos/a.190586071090013/835568153258465/?type=3&theater].
[6]. Idem.
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