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Thursday, April 09, 2020

A tensão Bolsonaro-Mandetta e a reação da Maçonaria.


Bruno Braga.
Notas publicadas no Facebook.

I.
A tensão entre o Bolsonaro e o seu Ministro da Saúde – Luiz Henrique Mandetta – pode estar criando um novo conflito: entre o Presidente da República e a Maçonaria. É o que informa a página “AGROemDIA” (cf. imagem) [1].
O “AGROemDIA” é – nas palavras de apresentação do portal mesmo – “um site jornalístico especializado no agronegócio, cooperativismo e meio ambiente. É produzido em Brasília por uma equipe de jornalistas com longa experiência na cobertura dessas áreas” [2]. Com o conteúdo focado no “agronegócio”, “cooperativismo” e “meio ambiente”, é “curioso” que, não só publique e coloque na capa uma matéria sobre a “tensão” entre Bolsonaro e Mandetta, mas que o faça em clara ameaça ao Presidente da República: “Maçonaria não abandona os seus ao relento. Mandetta é um deles” (cf. imagem).
O portal dedicado ao agronegócio (será também porta-voz da Maçonaria?) é ainda mais incisivo: “Esse cenário belicoso DESAGRADA À MAÇONARIA” [...] “A Maçonaria REPROVA em silêncio o comportamento de Bolsonaro. Reservadamente, alguns maçons dizem não enxergar com bons olhos a execração pública à qual Bolsonaro está submetendo o IRMÃO Mandetta. Muitos acham que isso PODE ACENTUAR A PERDA DE APOIO DO PRESIDENTE ENTRE A IRMANDADE” [...] “A MAÇONARIA NÃO ABANDONA OS SEUS AO RELENTO. MANDETTA É UM DELES. CERTAMENTE O PRESIDENTE BOLSONARO SABE DISSO. / Que assim seja” [3].
O tom é de “recado dado”. Se nesse estado de tensão, em que o Presidente da República precisa decidir considerando uma série de fatores, entre a saúde da população e a economia, inclusive o agronegócio, a Maçonaria – a contar pelo AGROemDIA – parece acrescentar mais um em forma de coação: os seus “caprichos”, sob o manto da conhecida autoproteção mafiosa da seita, colocando ainda mais em risco o futuro do Brasil.
II.
Luiz Henrique Mandetta. Ministro da Saúde e deputado federal (DEM) é maçom ativo e regular da ARLS [Augusta e Respeitável Loja Simbólica] Raul Sans de Matos, ligada à Grande Loja Maçônica do Estado de Mato Grosso do Sul [GLMS], em Campo Grande (MS).
Mandetta foi membro ativo da Associação de Médicos Maçons (AMEM). Em 2017, a revista da AMEM destacou o protagonismo do então deputado federal, e agora Ministro da Saúde, na formação da Frente Parlamentar de Médicos, e com a participação ativa da própria Associação de Médicos Maçons (cf. imagem).
Uma questão seríssima: como é possível aceitar que uma seita de caráter eminentemente secreto influencie questões públicas, beneficiando-se (mesmo que indiretamente) dos recursos do contribuinte, sem que o próprio contribuinte tenha acesso às suas discussões e decisões internas? A Maçonaria, conhecida por sua autoproteção mafiosa, a instrumentalização de posições de poder com a distribuição de benefícios e privilégios entre os “irmãos”.  
III.
Uma “curiosidade”. Em 2018, já com o anúncio de que seria Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta palestrou no I Congresso Internacional Brasil Paraguai de Médicos Maçons, realizado em São Paulo, para falar da “Frente Parlamentar da Medicina”, criada com o seu protagonismo enquanto deputado federal (cf. imagem) [4].
Mas, no mesmo dia da apresentação de Mandetta, também palestrou o Monsenhor Boanerges Waldemar Bueno, falando sobre “A Igreja e a Maçonaria – Mitos e Verdades”. Desperta a atenção ver o tema em um evento para médicos maçons. Seja como for, o Monsenhor - e “irmão” maçom! – Boanerges não pertence à Santa Igreja Católica, não está em comunhão com Roma, e sim vinculado a uma tal Igreja “Católica” Carismática.
Trata-se de mais uma forma de promover a confusão. Pregar para o público e para os próprios católicos a existência de um “catolicismo” – inventar um! – que seja “compatível” com a Santa Igreja. Semelhante ao evento que aconteceu recentemente, promovido pelo Grande Oriente do Brasil, Grande Oriente do Distrito Federal e Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil (CMSB), com o padre jesuíta espanhol José A. Ferrer Benimeli [5]. É a traição contra a Esposa de Cristo para servir ao pai da mentira.
Determina a Congregação para a Doutrina da Fé:
"Permanece portanto IMUTÁVEL o parecer NEGATIVO da IGREJA a respeito das ASSOCIAÇÕES MAÇÔNICAS, pois os seus PRINCÍPIOS foram SEMPRE considerados INCONCILIÁVEIS COM A DOUTRINA DA IGREJA e por isso permanece PROIBIDA A INSCRIÇÃO NELAS. Os FIÉIS que PERTENCEM às ASSOCIAÇÕES MAÇÔNICAS estão em estado de PECADO GRAVE e NÃO PODEM APROXIMAR-SE DA SAGRADA COMUNHÃO" [...] “Não compete às autoridades eclesiásticas locais pronunciarem-se sobre a natureza das associações maçónicas com um juízo que implique derrogação de quanto foi acima estabelecido” [6].
IV.
Presidente do Conselho Federal de Medicina pertence à Maçonaria. Confira a imagem, um registro das atividades da diretoria da Associação de Médicos Maçons (AMEM), em novembro de 2019, com a visita a Mauro Luiz de Britto Ribeiro, presidente do CFM: “Ainda no dia 05 do mês, o IIr. Alfredo Roberto Netto, Ademar Távora Neto e Reginaldo Gama foram recebidos em Brasília pelo novo Presidente do Conselho Federal de Medicina – CFM, o Dr. Mauro Luiz de Britto Ribeiro que, para a nossa satisfação, APRESENTOU-SE COMO IR. MAÇOM”.  
V.
Grão-mestre do Grande Oriente de São Paulo (GOSP) reforça proteção da Maçonaria para o Ministro da Saúde e “irmão” Luiz Henrique Mandetta contra o Presidente da República (cf. imagem) [7].
O advogado Raimundo Hermes Barbosa declarou ao colunista do UOL Rubens Valente que Mandetta deveria receber “mais apoio” de Jair Bolsonaro, pois – segundo o maçom! – “o [apoio] da população ele já tem”. O Presidente “não pode conduzir seus admiradores para uma armadilha que coloca em risco a vida deles” e nem os conclamar a sair do isolamento social [8].
A postura do Grão-mestre está alinhada com a do “irmão” Mandetta e com as de João Doria e Bruno Covas, respectivamente governador e prefeito do estado e da cidade de São Paulo. O próprio Ministro da Saúde pediu aos brasileiros para que obedeçam aos governadores e prefeitos, que não só divergem do Presidente da República, mas utilizam o enfrentamento do coronavírus para derrubá-lo, valendo-se até mesmo de ameaças de prisão contra a própria população.
O maçom declarou: “Nosso governador em São Paulo [João Doria] tem enfrentado com muita coragem a situação, até assumindo medidas impopulares, mas necessárias”. Sobre Bolsonaro, a quem não quis confirmar apoio (“apoiar ou não apoiar o presidente Bolsonaro não muda a situação”), disse: “poder convocar para que saiam do isolamento pode, mas não deve”.
VI.
Por conta do combate ao vírus chinês, a Maçonaria se levantou para apoiar o “irmão” Luiz Henrique Mandetta na tensão com Bolsonaro, inclusive ameaçando o Presidente da República [9], e mostrou, no caso do Grande Oriente de São Paulo, estar alinhada com postura do governador do estado e do prefeito da cidade, João Doria e Bruno Covas [10].
É oportuno então recordar uma “nota” que publiquei em 2017, quando a seita da Maçonaria abraçou a candidatura de João Doria para a prefeitura de São Paulo, e o “irmão” Bruno Covas era o seu vice (cf. imagem) [11].
VII.
Bruno Covas, prefeito de São Paulo que faz aniversário hoje (07), é o aliado de João Doria no combate do vírus chinês em São Paulo, mas também parceiro do governador do estado na instrumentalização do enfrentamento para fazer política contra o Presidente Jair Bolsonaro [12].
Bruno Covas, iniciado na Maçonaria em 2005, membro ativo e regular da Loja Simbólica Lautaro 2642, Vila Gumercindo – Grande Oriente do Brasil [13]. Uma ascensão curiosa, rápida: de 2005 a 2009, em apenas quatro anos, passou de “aprendiz” a “mestre”.
Maçonaria, que em 2017 abraçou a chapa de João Doria e do seu vice e “mestre” maçom Bruno Covas para a Prefeitura de São Paulo [14], e que assumiu a defesa do “irmão” Mandetta e a postura de governadores e prefeitos contra o Presidente da República [15].
(*) Imagem. GLESP. Grande Loja do Estado de São Paulo.
VIII.
A última do “irmão” Mandetta: conversa com o embaixador da China. Yang Wanming, protagonista de um entrevero com Eduardo Bolsonaro e autor de uma ousada e cínica exigência: a de que os brasileiros devem pedir desculpas à China por dizerem a verdade – i.e., que Partido Comunista Chinês é responsável, junto com a OMS (ONU), pela disseminação do coronavírus pelo mundo.
Será que se trata daquele tipo de “provocação” – tanto do embaixador quanto do maçom Mandetta – a que se referiu o Presidente Bolsonaro no último domingo (05)?   
IX.
O “apoio dos médicos de São Paulo” a Luiz Henrique Mandetta: “amor à vida, à Ciência e à Ética” (cf. imagem) [16]. Como fica agora a Associação Paulista de Medicina (APM) após o próprio Ministro da Saúde recuar frente as evidências e uma facção de médicos paulistas – sob a liderança de João Dória – ser desmascarada por ocultar informações sobre a eficácia da cloroquina no tratamento da COVID-19, privando a população infectada de utilizar a substância, enquanto a gangue mesma se beneficiava dela? Subserviência à politicagem rasteira do governador do Estado? Corporativismo? Autoproteção mafiosa da “irmandade” maçônica? [17]

X.
Ronaldo Caiado, “padrinho” do “irmão” Mandetta e o grande defensor do Ministro da Saúde na tensão com o Presidente Jair Bolsonaro. Também aliado dos governadores liderados por Doria na instrumentalização do vírus chinês para a politicagem rasteira contra o Presidente da República.
Em 2016, na sede do Grande Oriente de Goiás, o atual governador do estado pleiteou uma participação maior da Maçonaria na política. Ora, o então senador não sabia que a seita participa discreta e secretamente da política há anos? E que a proposta é no mínimo disparatada, uma vez que vários membros ocultam sua identidade maçônica e a pertença a um grupo imune à fiscalização pública?
“A Maçonaria tem princípios que regem e definem o comportamento do cidadão. Os bons nomes não podem se isentar da política, sob pena de ser repetir o colapso político que assistimos” – disse Caiado [18].
Uma pergunta que já fiz em outras oportunidades: se a Maçonaria tem de fato todo o poder e influência que os seus próprios “iniciados” se vangloriam de ter, como foi possível aquele “colapso político” de 2016 – mencionado por Caiado – sem no mínimo a conivência da própria Maçonaria?

REFERÊNCIAS.
[3]. Idem.
[11]. A “nota” pode ser lida na íntegra neste endereço: [https://bit.ly/2JKlIp2].
[12]. Informações da Assembleia Legislativa de São Paulo.
[15]. Cf. referência [12].

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