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Tuesday, April 14, 2020

O que esse padre tem no coração?


Bruno Braga.

“O que esse padre tem na cabeça?” Não. Não é essa a pergunta que deve ser feita, mas sim “o que ele tem no coração?” Um sacerdote que possa dignamente ser chamado “padre” no mínimo fica sensibilizado com a situação desencadeada pelo vírus chinês. Eu mesmo vi alguns, não só terem a voz embargada, mas verterem lágrimas por celebrarem a Santa Missa com as portas fechadas, sem a presença dos fiéis.
Contudo, José Antônio se regozija. Para ele, “é o momento” de mudar. Não vou comentar em detalhes o texto, que está no site oficial da Arquidiocese de Mariana (!) com o título “É preciso sair com o Santíssimo nas ruas?” [1]. Cito e destaco certos trechos para que o leitor possa constatar a aberração, e depois faço algumas considerações:

“Ante o surto do COVID-19, de todos os lados nos chegam pedidos no sentido de que os padres andem ou façam carreatas com o Santíssimo pelas ruas” [...]
“Em uma das suas catequeses aos discípulos, Jesus afirma: ‘Onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, ali ESTOU EU no meio deles’ (Mt. 18, 20) Seria uma presença menos real? Menos importante? Menos eficaz?” [...]
“Ele está na Palavra que é proclamada e ouvida. Ele é a Palavra”. [...]
“Ele está presente na (o) irmã (o) que encontramos”. [...]
“Será que poderíamos dizer que essa presença dele não é real? Que argumento teológico ou bíblico poderíamos usar para dizer que A PRESENÇA DE JESUS CRISTO, NA HÓSTIA CONSAGRADA, É MAIS IMPORTANTE, MAIS REAL, MAIS PODEROSA DO QUE SUA PRESENÇA NA PESSOA, NA PALAVRA, NUM GRUPO QUE SE REÚNE NA FÉ EM NOME DELE?“ [...]
“É o momento de ABANDONAR O COSTUME DE IDENTIFICAR A EUCARISTIA COM O OBJETO, A HÓSTIA”. [...] “É o momento de DEIXAR DE OLHAR PARA A HÓSTIA COMO ALGO MÁGICO, QUE CURA TUDO” [...] “Em vez de colocar a Hóstia num ostensório dourado, distante de todos, vamos recordar que Jesus escolheu os lugares mais pobres e simples, para nascer, viver e morrer. É HORA DE RESGATAR A SIMPLICIDADE DE JESUS E DA IGREJA PRIMITIVA”.

Uma pessoa com quem conversei a respeito desse texto comentou: “não dá para entender”. Disse a ela que, sim, talvez fosse possível entender, perguntando, “não o que esse padre tem na cabeça”, mas “o que ele tem no coração”.
Eu mesmo denunciei José Antônio inúmeras vezes. O “apostolado” da Teologia da Libertação [2] e suas falsificações [3]. A militância política delinquente [4], chegando inclusive a confessar que é “comunista” [5]. A idolatria ao bandido Lula [6]. As horríveis ofensas proferidas contra a Santíssima Virgem Maria [7].
Porém, o drama que a Santa Igreja Católica nunca viveu em toda a sua história de dois mil anos, o de ter suas portas fechadas por causa de um vírus disseminado pelo mundo – e sob a responsabilidade de um regime tirânico fundado na ideologia que o próprio José Antônio professa - não atenuou em nada a obsessão do padre por “mudanças”. Para ele, o momento de fraqueza e debilidade é o momento oportuno. É uma obsessão perversa. Com uma conduta reiterada e uma obstinação que não se comove nem mesmo com a privação da Sacratíssima Eucaristia, é inevitável perguntar: a quem serve o sacerdócio de José Antônio? À Santa Igreja de Cristo, ou ao seu adversário?
Conto, por fim, uma daquelas “coincidências” da vida. Na Quarta-feira de Cinzas deste ano, poucos dias antes das igrejas serem fechadas, duas mulheres conversavam na minha frente, enquanto aguardávamos na fila para receber a marca da cruz. Uma delas olhou para as pessoas que se dirigiam à Capela do Santíssimo e disse para a outra: “uma vez o padre José Antônio chamou a minha atenção, ‘você já não Comungou?, para quê vai à Capela?, não precisa disso’”. Ali, uma olhou para a outra, e as duas mulheres concordaram. O conselho do padre, do mesmo José Antônio que não vê necessidade de percorrer as ruas com o Santíssimo para enfrentar a peste, tinha enfraquecido a reverência para com a Sacratíssima Eucaristia, para com o próprio Cristo. Fez com que se abandonasse o momento de ação de graças e de oração. Em que medida também não afetou a fé das duas mulheres? Era o dia em que somos chamados: “convertei-vos e crede no Evangelho”. Depois, as portas da igreja foram fechadas.  
REFERÊNCIAS.

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