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Thursday, June 13, 2013

Comissário ou baderneiro?

Bruno Braga.



Belisário dos Santos Junior, advogado de “Direitos Humanos” e de ex-presos políticos. Vice-presidente da Comissão da Verdade da OAB-SP. Logo abaixo - entre aspas - está a transcrição de parte de sua intervenção na audiência promovida pela Comissão da Verdade de São Paulo, no dia 10 de Junho de 2013. No arquivo de áudio - disponibilizado depois da transcrição - o trecho correspondente pode ser ouvido a partir do tempo [01:28:28].

O evento tinha como tema a Sentença da Corte Interamericana de Direitos Humanos no “Caso Araguaia”, e contou com a presença de Rosa Maria Cardoso, atual coordenadora da Comissão Nacional da Verdade. O trecho do discurso do “doutor” Belisário é mais uma amostra das atividades – uma especificamente programada para o dia 09 de Agosto - e dos métodos utilizados por este grupo, que está comprometido com a consagração da mitologia revolucionária. Depois de ler e ouvir esta passagem, fica uma pergunta: o Dr. Belisário fala como um comissário, encarregado de investigar a história do país, ou como um militante baderneiro e revolucionário?


[...] “A minha fala começa pelo COMERCIAL, porque depois pode não dar tempo. No dia 09 de Agosto - na semana do advogado – a Ordem dos Advogados do Brasil, a Assembléia Legislativa e a Comissão da Verdade, o Núcleo de Memória dos Ex-presos políticos e Resistência, o Ministério Público Federal, a Comissão da Verdade, vão INVADIR O PRÉDIO DA JUSTIÇA MILITAR, na Avenida Brigadeiro Luiz Antônio, com... [Interrupção: “Belisário, que horas?”] Boa notícia, né? Boa notícia... Nós precisamos combinar com a Rosa [Maria Cardoso, integrante da Comissão Nacional da Verdade], que ela está anotando aqui. Mas ela vai dizer que horas é. Claro, a Rosa vai à frente. [Interrupção: “Belisário, porque às 10 da manhã tem o lançamento do site “Brasil Nunca Mais Digital” na Procuradoria Geral da República”]. NA SAÍDA A GENTE INVADE [Interrupção: “Nós temos que combinar, fazer um bem bolado, porque a Comissão Nacional da Verdade a gente espera que possa estar presente no ato, a Procuradoria virá...]. E os estudantes pediram que a gente fizesse uma sessão anterior, na Faculdade de Direito, e de lá sairiam muitos estudantes para a OCUPAÇÃO, PARA SEMPRE. É, vamos bolar essa hora... Vocês serão avisados. Faremos o centro de comunicação aqui, pela Comissão da Verdade, que nos avisa a todos de tudo, muitas vezes, muitas vezes... Eu leio os e-mails profissionais, e leio todos os e-mails da Comissão da Verdade, enfim, mas é importante, e procuro seguir todos. Então vocês vão ser avisados. É dia 09 de Agosto. A data está acertada porque dependia da Comissão Nacional da Verdade e a Rosa [Maria Cardoso] acertou essa data. A OAB aceitou essa data. O SPU aceitou essa data. Porque a Ana Maria dos Anjos, ela vai nos ajudar a INVADIR A JUSTIÇA MILITAR, recuperando a Justiça Militar para nós. Recuperando para a sociedade, recuperando, enfim, pra história. A Ordem dos Advogados do Brasil entendeu de patrocinar essa iniciativa. A Ordem estará junto. Os ex-presos políticos estarão juntos. A Secretaria de Cultura do Estado estará junto. A Secretaria de Cultura do município estará junto. Quer dizer, será uma coisa, uma política pública não-governamental e governamental, acima dos partidos e dos probleminhas e problemões que às vezes existem entre os partidos. Nós vamos fazer isso, uma atividade, então... Eu queria dizer que porque muitas pessoas que criaram essa confusão toda, o Marlon [Weichert], a Rosa [Maria Cardoso] de certa forma, o Adriano [Diogo, Deputado Estadual PT-SP, Presidente da Comissão da Verdade de São Paulo], o Maurice Politi não sei se está aqui, mas seguramente estão aqui vários dos que motivaram isso. Então, esse é o lugar certo para a primeira notícia, enfim. Legal, né? VAMO OCUPAR, VAMO OCUPAR. A imagem que eu tenho é exatamente o que a gente quis fazer durante anos, quer dizer, todos do lado de fora da Justiça Militar, do lado de dentro só a segurança, E A GENTE ENTRA. E a segurança não sai, porque o ambiente ali é interessante. Tem uma placa caída em frente, se vocês passarem: “Área de Segurança do Estado”. Ela está caída de ponta-cabeça, né, enfim... Como talvez tenha ficado a Justiça Militar. Não serão convidados por óbvio os ex-juízes militares. Não aceito provocação” [...].


     

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