Bruno Braga.
1.
Não. Os protestos não são uma manifestação DO POVO. Eles não são espontâneos.
Porque é necessário haver – por trás deles – um grupo minimamente organizado
que decida pelo menos a convocação e a pauta de reivindicações. A expressão
mais forte deste grupo – e este é o caso - é a “militância” [1]. Por óbvio,
pessoas alheias a este núcleo aderem ao protesto pelo entusiasmo e repletas de
boas intenções. No entanto, estas pessoas não influenciam o núcleo organizado;
pelo contrário, são estimuladas e conduzidas por ele. Elas não determinam a
pauta de exigências e – conseqüentemente - estão excluídas do grupo que apresenta
e negocia esta pauta diretamente com as autoridades.
2.
Não. Os protestos não são APARTIDÁRIOS.
(a).
Os grupos protagonistas podem se apresentar sem uma sigla ou escudo. Mas,
muitos dos seus integrantes – sobretudo, organizadores – têm filiação
partidária.
(b).
A realização de um projeto – e de uma reivindicação – precisa ser promovida a
partir das instâncias de poder. Este processo, necessariamente, envolve o contato
e o acordo com autoridades políticas – que, por exigência legal, devem estar
filiadas a um partido.
(c).
Em última instância, os grupos protagonistas dos protestos – se não têm uma
relação direta com os partidos – têm pelo menos uma identificação com os
partidos revolucionários de esquerda. Estes partidos serão fatalmente os
representantes de suas reivindicações nas instâncias de poder [2].
3.
Não. Os protestos não são DEMOCRÁTICOS.
(a).
Eles carregam uma exigência “revolucionária”, de rompimento com as estruturas –
e valores - sociais e políticas.
(b).
As manifestações herdaram a orientação PSICOPATA de um de seus principais
modelos inspiradores: Che “El Chancho” PORCO Guevara [3]. O revolucionário que
não escondia os “princípios democráticos” que o norteavam: “Meus amigos o são
enquanto concordam politicamente comigo” – e fuzilava no paredão quem dele
discordasse.
(c).
Os grupos protagonistas dos protestos – sobretudo os Universitários – têm uma
orientação revolucionária Socialista-Comunista. Por exemplo, o Movimento Passe
Livre. Esta orientação, contudo, é incompatível com a “Democracia”.
(d).
Estes grupos utilizam a PALAVRA “Democracia” em um SENTIDO completamente distinto
daquele pelo qual a maioria das pessoas a entende. Para eles, “democracia” significa
a hegemonia de suas próprias idéias e princípios. E quando pregam o poder da
“sociedade civil organizada” através do “controle popular”, estão exigindo o domínio
total sobre as instituições administrativas, políticas e civis.
(e).
Enfim, o núcleo que GEROU esta onda de protestos – que o FOMENTA – e que o
REPRESENTARÁ diante das autoridades - é RADICAL e TOTALITÁRIO, e está
vinculado, sobretudo, à ESQUERDA REVOLUCIONÁRIA latino-americana.
4.
Não. Os protestos não são pela LIBERDADE. Pelo contrário, os grupos organizados
e protagonistas não exigem apenas o “controle popular” das instituições – quer
dizer, o seu próprio império. A Polícia DEVE lhes permitir fazer o que bem
quiserem. A Justiça DEVE reconhecer como “direito” todos os seus caprichos. Como
estes grupos se auto-proclamam os autênticos representantes DO POVO, eles
exigem também o “controle popular” dos mecanismos de expressão cultural e da
imprensa. Quer dizer, reclamam uma produção artística que os glorifiquem, e
vedam – preliminarmente – toda e qualquer crítica que contra eles possa ser
feita.
5.
Não. Os protestos não são PACÍFICOS.
(a).
A violência é um elemento integrante da equação. O processo promove a
desestabilização e se alimenta do caos e da desordem – ele lucra com a
violência. Porque a violência é o fator de pressão contra as autoridades.
(b).
Não é possível separar uma “minoria” violenta do núcleo protagonista dos
protestos. Porque – em última instância – tanto os que se dizem “pacíficos”,
quanto os “radicais”, fazem as mesmas exigências e reivindicações. Neste
sentido, não há diferença entre o que aborda uma pessoa com uma arma em punho e
outra que despista sua intenção: “Olha, senhor, eu não quero roubar...”.
(b).
Os protestos não são pacíficos. Eles justificam paralisações – e até a
violência - em nome DO POVO. Assim, obrigam a participar das manifestações quem
não tem o menor interesse nelas.
(c).
Os protestos NÃO SÃO PACÍFICOS porque, ainda que não produzissem caos e
quebradeira, o núcleo protagonista que os promovem – TODOS os grupos
representativos ligados a ele – TODOS defendem o ABORTO – quer dizer, defendem
o ASSASSINATO DE CRIANÇAS INDEFESAS.
6.
Não. Os protestos não são uma forma de exigir UMA VIDA MELHOR PARA O POVO. Este
resultado é acidental. Porque a reivindicação substancial das manifestações –
antes de qualquer resultado expressivo - é a concessão de poder a uma elite
revolucionaria, ou o fortalecimento daquela que já o detém.
(a).
Sim, é verdade, o padrão político-social do Brasil é precário – e há sim um
intenso sentimento de insatisfação. No entanto, são os mesmos grupos que fomentam
este sentimento, que protagonizam os protestos e manifestações, e,
principalmente, que oferecem as soluções. (a1) De um lado estão organizações de
universitários e estudantes, sindicatos, ONG’s, representações de minorias –
que são tentáculos de partidos políticos; (a2) De outro estão partidos
políticos – ou entidades ligadas a eles -, que são os mecanismos de realização
de projetos e reivindicações. Portanto, qualquer reforma implicará no fortalecimento
– na concentração de poder – dos mesmos grupos. E O POVO – quer dizer, a
população – é somente o fator de disputa destes AGENTES.
(b).
O PT é - entre os AGENTES - o mais poderoso e organizado. O partido domina uma
ampla rede de organizações universitárias e estudantis, ONG’s, sindicatos,
representações de minoria, etc. Tem sobre elas não só o poder de determiná-las,
mas também o de mobilizá-las.
(c).
O PT abriga em seus quadros uma série de correntes dentro da esquerda. Por isso,
pode assumir qualquer projeto sob este espectro – inclusive os mais radicais.
Se neste quadro – que inclui os protestos – há alguma distinção de bandeiras e
siglas, não há, porém, divergência quanto à substância do projeto – todos são
revolucionários. Estes grupos e partidos estão juntos no Foro de São Paulo – a
entidade criada por Lula e por Fidel Castro com o objetivo de fomentar o
Socialismo-Comunismo na América Latina.
(d).
É preciso observar que PT precisou maquiar o seu RADICALISMO para alcançar o poder.
No entanto, nunca abandonou as suas propostas - a realização delas sempre foi
cobrada por correligionários, militantes, esquerdistas e revolucionários.
Quando Lula foi vaiado no Fórum Social Mundial, Hugo Chávez o defendeu pedindo
paciência, porque enquanto ele dirigia uma Ferrari, o “Chefe” só podia dirigir
um Fusca. Em outras palavras, o processo revolucionário no Brasil seria
desenvolvido lentamente. Contudo, esta onda de protestos pelo Brasil seria “a
grande oportunidade histórica” para acelerar este processo, como anunciou a
Presidente da República.
7. Dilma
Rousseff fez um pronunciamento em cadeia nacional sobre os protestos.
Considerou que “se aproveitarmos bem o impulso desta nova energia política,
poderemos fazer melhor e mais rápido muita coisa que o Brasil ainda não
conseguiu realizar por causa de suas limitações políticas e econômicas”.
Ressaltou a necessidade de construir “uma AMPLA e PROFUNDA REFORMA POLÍTICA,
que amplie a PARTICIPAÇÃO POPULAR” e de aproveitar “o vigor” das manifestações
para “produzir mais mudanças, MUDANÇAS que beneficiem o CONJUNTO DA POPULAÇÃO
BRASILEIRA”. E destacou a sua posição de liderança neste processo: “irei
conversar, nos próximos dias, com os chefes dos TRÊS PODERES PARA SOMARMOS
ESFORÇOS”.
(a).
Cabe destacar que o PT já apresentou projetos com reformas estruturais. Sob o
disfarce do “controle” e da “participação popular”, propôs a subordinação do
Judiciário, a “regulamentação” da imprensa – e se esforça para promover o
Abortismo e o Gayzismo. Porém, pelos mecanismos adequados, sempre encontrou
resistência, principalmente da OPINIÃO PÚBLICA – que é majoritariamente
conservadora. Mas, Dilma Rousseff e TODA A ESQUERDA LATINO-AMERICANA vêm nos
protestos protagonizados por seus próprios grupos a “grande oportunidade
histórica” para AVANÇAREM o macabro PROCESSO REVOLUCIONÁRIO. Porque os seus
projetos e pretensões serão apresentados como A VONTADE DO POVO às autoridades
políticas – à Presidente da República que anunciou, irá receber os “líderes das
manifestações”, “representantes das organizações de jovens”, das “entidades
sindicais”, dos “movimentos de trabalhadores” e das “associações populares”.
CONCLUSÃO.
O caos instaurado por esta onda de protestos pelo Brasil – uma situação
artificialmente gerada e fomentada - tem um único beneficiário: o movimento
revolucionário. Dele, o PT é o AGENTE mais poderoso, influente e organizado. É o
único que reúne condições objetivas para promover qualquer reivindicação – no
plano político tem o posto mais alto do Executivo, e no Legislativo possui uma
base aliada que formalmente sustentaria qualquer determinação governamental. Todas
as reformas estruturais – e culturais – que agora aparecem como sendo DO POVO
estão inseridas em seu projeto de concentração de poder. A população
inocentemente o alimenta com protestos e manifestações. Porém, se esta situação
for definitivamente aproveitada como “a grande oportunidade histórica”, a
população será a sua principal vítima. Porque neste quadro de possibilidades, a
direção de mais força – e que adquiriu um enorme apelo - é radical,
totalitária, é revolucionária.
Referências.
[1].
BRAGA, Bruno. “Nota sobre o poder e o disfarce revolucionário” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/06/nota-sobre-o-poder-e-o-disfarce.html].
[2].
Idem.
[3].
Documentário “Che, Anatomia de um mito” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/06/filmografia-che-anatomia-de-um-mito.html].
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