Bruno Braga.
I.
Um episódio
macabro que a Comissão da Verdade – que pretende consagrar a Mitologia
Revolucionária como a história oficial do país – não irá investigar.
José Dirceu – ex-líder estudantil, agente cubano, COMUNISTA, PETISTA, MENSALEIRO-QUADRILHEIRO – e, - segundo um documento de 1970 - SEQUESTRADOR E TORTURADOR:
“O soldado da Força Pública Paulo Ribeiro Nunes e o estudante do
Mackenzie João Parisi Filho, membro do CCC [Comando de Caça aos Comunistas],
descobertos enquanto se passavam por militantes do movimento estudantil, foram
levados vendados ao Conjunto Residencial da USP, o Crusp, onde os apartamentos
109, 110 e 111 do bloco G eram utilizados como uma “delegacia informal” da
turma de Dirceu. Lá, foram interrogados e mantidos em cárcere privado (…) A
Parisi, porém, foi dado tratamento de inimigo de guerra, segundo relato do
delegado do DOPS Alcides Cintra Bueno Filho, em documento de 18 de agosto de
1970:
“Por determinação do ex-líder estudantil Jose Dirceu de Oliveira e
Silva, concretizou-se o sequestro do então universitário João Parisi Filho, da
Universidade Mackenzie. João Parisi Filho foi levado para o Conjunto
Residencial da Universidade de São Paulo, onde permaneceu em cárcere privado
por vários dias, submetido a sevicias. Nesse conjunto residencial, Parisi foi
conduzido vendado e algemado, onde foi submetido a interrogatório, sob ameaça
de morte. A vítima permaneceu presa durante dias, em condições desumanas. Após
ter passado por esses atos de atrocidade, o estudante Parisi foi conduzido de
olhos vendados para a copa do quinto andar do pavilhão G, onde foi trancafiado
por uma noite e dois dias, permanecendo nesse local todo esse tempo deitado,
com as mãos algemadas e presas ao cano da pia daquela dependência. Nessa
situação, foi encontrado por duas empregadas que fazem a limpeza”. (CABRAL,
Otávio “Dirceu. A Biografia”).
Leituras sugeridas.
BRAGA, Bruno. “A delinqüência sob o véu do heroísmo” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/a-delinquencia-sob-o-veu-do-heroismo.html].
Revista
Cambio. “Dossiê brasileiro” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/12/dossie-brasileiro-revista-cambio.html].
II.
“O
Governo estava defendendo o país de pessoas que estavam querendo tomar o país à
força, com as armas nas mãos. Nós podíamos ter virado uma Cuba se isso tivesse
acontecido” [...] “Eu estava acobertando pessoas talvez que estavam querendo
tomar esse país à força”.
Entrevista
de Amado Batista para Marília Gabriela, 27 de Maio de 2013. O cantor conta como
foi torturado e confessa: “Eu acho que eu mereci”. Um depoimento sincero, que
soa como uma ofensa para uma “entrevistadora” idiotizada pela mitologia
revolucionária. Marília Gabriela se revolta contra tudo aquilo que rompe com a
sua idealização, que fere os seus estereótipos. Ela já não atua como jornalista
– em um esforço para conhecer as coisas como elas de fato são ou foram -, e sim
como militante. Como fez sobre o Gayzismo com o Pastor Silas Malafaia (Cf.
BRAGA, Bruno. “Silas, de frente com Gabi” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/02/silas-de-frente-com-gabi.html]).
III.
Criméia
Schmidt de Almeida é “viúva” de guerrilheiro comunista André Grabois. Ela esteve
no Araguaia com seu companheiro. Ficou grávida. Por determinação, as
revolucionárias que engravidassem deveriam abortar. No entanto, Criméia foi
privilegiada porque vivia com o filho do chefe militar da guerrilha: deixou o
combate para dar à luz. Acabou presa, e afirma que foi “torturada” pelos
militares durante a gravidez. A denúncia, contudo, destoa da foto abaixo, que
foi tirada logo depois do parto, ainda no Hospital de Brasília. Em outra
imagem, o batismo do filho, realizado pelo Capelão Militar. O enxoval do bebê
foi comprado pelo Exército brasileiro. Houve festinha e até contribuição em
dinheiro. Uma semana depois da celebração, o General Bandeira ordenou que Criméia
fosse levada – junto com o filho – à casa de seus pais. Ele cedeu o próprio
carro e designou um motorista. Criméia, porém, deixou o filho com os avós e
retomou as atividades subversivas (MACIEL, 2011, pp. 170, 273-276). Criméia hoje
trabalha, sem nenhum pudor, para rasgar a Lei da Anistia e, com isso, punir os “torturadores”.
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