Bruno Braga.
A
Comissão da Verdade anunciou que um grupo de trabalho se dedicará à confecção
de um relatório sobre a atuação das igrejas – católica e protestantes – “no
apoio ao golpe e na repressão e também no da redemocratização” [1]. Em outras
palavras, ao seu conjunto de falsificações, a Comissão pretende acrescentar a
sua própria hagiografia: santificar os padres e pastores “progressistas”,
colocando-os no altar da adoração, e consagrar a Teologia Comunista da
Libertação.
Esta
hagiografia, no entanto, está fundada no ocultamento e na inversão. Ela omite o
projeto revolucionário que pretendia implantar um regime comunista de tipo
cubano-soviético-chinês no Brasil; e, automaticamente, denuncia como “golpistas”
os religiosos – inclusive os leigos – que se opuseram a ele.
Além
disso, a proposta da Comissão da Verdade, no caso específico da Igreja Católica,
é uma condenação. Uma sentença que retroage ao passado, quando ela se colocou
contra o assalto comunista; e funciona como uma advertência, para constrangê-la
a não criticar os revolucionários, que hoje estão no poder e gerenciam o grupo
encarregado de falsificar a História. Isto porque a Igreja preserva a oposição
ao Comunismo, como esclareceu o Santo Ofício em um documento de 1949, ainda
vigente:
1. É permitido aderir ao partido
comunista ou favorecê-lo de alguma maneira?
Resposta.
Não. O comunismo é de fato materialista e anticristão; embora declarem às vezes
em palavras que não atacam a religião, os comunistas demonstram de fato, quer
pela doutrina, quer pelas ações, que são hostis a Deus, à verdadeira religião e
à Igreja de Cristo.
[...]
4.
Fiéis cristãos que professam a doutrina materialista e anticristã do
comunismo, e sobretudo os que as defendem e propagam, incorrem pelo próprio
fato, como apóstatas da fé católica, na excomunhão reservada de modo especial à
Sé Apostólica?
Resposta.
Sim. [2].
Nestes
termos, a proposta do grupo de Maria Rita Kehl é também uma censura da própria fé
católica.
Para
a Comissão da Verdade – quer dizer, da Mentira – os fiéis deveriam assistir
passivamente a tomada do país pelos comunistas, patrocinados por regimes nos
quais os católicos tinham duas opções, renunciar a fé ou ser fuzilado: eles
optaram por morrer gritando “Viva Cristo Rey!”.
A “Marcha
da Família com Deus pela Liberdade” teria sido um ato criminoso - e um
escândalo obsceno quando no Rio de Janeiro ela reuniu um milhão de pessoas para
reconhecer a intervenção militar contra o Comunismo.
Para
a Comissão da Falsidade, a Igreja Católica deveria assistir a sua própria
corrupção pela Teologia Revolucionária da Libertação. O grupo excomungaria,
inclusive, o próprio Papa João Paulo II, que lutou contra o Comunismo e se
esforçou para combater os teólogos revolucionários. Os católicos não poderiam
assistir à repreensão pública que o Papa fez a Ernesto Cardenal, o padre da
Libertação nicaraguense, que fantasiado de Che Guevara se engrandecia apenas
com um fuzil na mão:
Enfim,
se a inversão é um traço fundamental do culto macabro – algo que o Rev. Richard
Wurmbrand, flagelado no cárcere comunista, identificou no Marxismo –, é ela que
molha a pena da hagiografia pretendida pela Comissão da Mentira.
Referências.
[1].
CNV, 08 de Novembro de 2012 [http://www.cnv.gov.br/noticias/08-11-2012-2013-comissao-nacional-da-verdade-define-prioridades-do-grupo-de-trabalho-que-investigara-o-papel-das-igrejas-na-ditadura/].
[2].
Cf. BRAGA, Bruno. "Um alerta aos católicos" [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/05/um-alerta-aos-catolicos.html].
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