Bruno Braga.
Na
década de 60, Bernard Nathanson – obstetra e ginecologista - participou
ativamente do Movimento abortista nos Estados Unidos. Porém, depois de rever as
suas posições, e arrependido, o próprio Dr. Nathanson confessou: havia
recorrido à fraude para ver o projeto realizado.
Duas
eram as principais estratégias dos ativistas: (1) falsificar estatísticas e
pesquisas; (2) eleger um “inimigo da causa” e da “humanidade” – no caso
específico, a Igreja Católica, sua hierarquia de bispos e cardeais.
“Conseguimos inculcar a ideia nas
pessoas de que a Igreja Católica era a culpada da não aprovação da lei do
aborto. Como era importante não criar antagonismos entre os próprios americanos
de distintas crenças, isolamos a hierarquia, bispos e cardeais como os ‘maus’.
Essa tática foi tão eficaz que, ainda hoje, se emprega em outros países. Aos
católicos que se opunham ao aborto se lhes acusava de estar enfeitiçados pela
hierarquia e os que o aceitavam se lhes considerava como modernos,
progressistas, liberais e mais esclarecidos”.
[...]
“Outra
tática que empregamos contra a Igreja foi acusar os seus sacerdotes, quando
tomavam parte nos debates públicos contra o aborto, de meter-se em política e
de que isso era inconstitucional. O público acreditou facilmente apesar da
falácia do argumento ser clara” [1].
Com
a disseminação da prática legal do aborto nos Estados Unidos, Dr. Nathanson tornou-se
diretor da maior clínica abortista do mundo, do “Centro de Saúde Sexual”, em
Nova York. A “eficiência” de seu trabalho pode ser avaliada pela contabilidade
macabra: “60.000 abortos foram praticados sob minhas ordens e uns 5.000 foram
feitos pessoalmente por mim”.
Porém,
o Dr. Nathanson investiu nos estudo e na pesquisa, e com a oportunidade de
observação trazida pelo desenvolvimento do aparelho de ultrassom, ele se
certificou de algo que já sabia: o feto vivo é um ser humano. E assegurou, o
problema do aborto não é “confessional”, ou seja, não é uma questão de “dogma”
religioso ou simplesmente uma “crença cega e irracional”: “não é que eu
acredite, mas é que sei que a vida começa no momento da concepção e deve ser
inviolável” [2].
Dr.
Nathanson mudou radicalmente sua posição sobre o aborto. E em um sincero ato de
confissão, ele reconheceu que havia participado e contribuído – com a causa
abortista – para a realização de um verdadeiro holocausto nos Estados Unidos.
Arrependido, passou, então, a advogar em favor da vida. Para isso, não mediu
esforços. Revelou as fraudes promovidas pelo Movimento abortista, e utilizou a
pesquisa científica como instrumento de orientação e esclarecimento.
Dr.
Nathanson – que se converteu ao Catolicismo em 1996 – morreu em 2011. O seu
trabalho, no entanto, permanece vivo. Não só como fonte de inspiração, de um
esforço incansável e dramático para remediar o mal que ajudou a disseminar; mas
como testemunho direto dos métodos e estratégias adotados pelo ativismo abortista.
A perpétua falsificação de estatísticas e pesquisas, que são reproduzidas como
“verdades sacrossantas” – inclusive por uma Ministra que milita em favor da
causa, como Eleonora Menicucci; e a eleição ardilosa da religião – mas,
sobretudo da Igreja Católica – como “inimiga da humanidade”, representante do “irracional”
e “anticientífico”. Atualidade de um trabalho que pode ser reconhecida com um
olhar sobre o ativismo para, depois, ouvir o próprio Dr. Nathanson: “quando
mais tarde os pró-abortistas usavam os mesmos ‘slogans’ e argumentos que eu
havia preparado em 1968, ria muito porque eu havia sido um dos seus inventores
e sabia muito bem que eram mentiras” [3].
“O
Grito Silencioso” (“The Silent Scream”) [1984]. Documentário educativo contra o
aborto narrado pelo Dr. Bernard Nathanson.
Referências.
[1].
NATHANSON, Bernard. Conferência no “Colegio Médico de Madrid”, 5 de Novembro de
1982, publicada na Revista “Fuerza Nueva” [http://www.providafamilia.org.br/doc.php?doc=doc45845].
[2].
Idem.
[3].
Idem.
Anexo. “Eclipse da razão”.
O
vídeo abaixo – “Eclipse da razão” (“Eclipse of Reason”, 1987) – complementa o
artigo “A conversão do Dr. abortista” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/02/a-conversao-do-dr-abortista.html].
Neste
documentário o Dr. Nathanson – o obstetra e ginecologista que deixou as
fileiras do ativismo abortista para trabalhar em favor da vida – focaliza o
aborto realizado na fase tardia da gestação.
O
vídeo está em inglês. Apesar disso, quem não compreende o idioma não terá
dificuldade para compreender - através das fortes imagens apresentadas – o que de
fato é o aborto.
“Eclipse of Reason”, 1987.
No comments:
Post a Comment