Bruno Braga.
Em
um artigo intitulado “A palavra dos mortos” [1] o deputado federal e ativista
gay – Jean Wyllys – dispôs-se a defender o levantamento panfletário promovido pelo
Grupo Gay da Bahia (GGB), que denuncia o assassinato de 336 gays, lésbicas e
travestis no Brasil em 2012 [2].
O ilustre
deputado dispara uma série de estereótipos - “conservador”, “reacionário”,
“fundamentalista cristão” – contra os que contestaram o levantamento do GGB.
Recurso ordinário de manifestações militantes. Mas, além do artifício comum,
Jean se coloca em uma posição privilegiada, que o ilumina na exclamação da
sentença carregada com um peculiar – senão exótico - espírito “democrático” e
“tolerante”:
“Não
repetirei aqui todos ‘argumentos’ dessa
gente – até porque seu preconceito ou má fé não precisa de mais espaço que já tem!” (os destaques são meus).
O
deputado gayzista é de uma generosidade comovente. Ele desce até o raso da
ignorância para dar uma amostra de sua luz sapiencial e demonstrar a estreiteza
do intelecto – ou a má-fé – dos que contestaram os números do GGB. Quer dizer, para
Jean toda e qualquer oposição é – automaticamente – demonstração de burrice ou malícia
de embusteiro.
Adverte
o deputado gayzista: as estatísticas do GGB não afirmam “apenas” o assassinato
de 336 homossexuais no ano passado; elas denunciam a “motivação homofóbica” dos
crimes, ou seja, pessoas que foram mortas porque eram gays, lésbicas, travestis,
ou em “circunstâncias em que a orientação sexual e/ou identidade de gênero
contribuiu/contribuíram decisivamente para o homicídio”.
Acontece
que a “motivação homofóbica” não é determinada no levantamento do GGB. Não há
nos dados apresentados a especificação da “motivação” de cada um dos crimes, isto
é, o esclarecimento de que foram cometidos por pessoas perturbadas que nutrem
um ódio mortal contra homossexuais. O próprio responsável pelo material se
esquiva quando é questionado sobre a “motivação” dos crimes: “quando o
movimento negro, os índios, ou as feministas divulgam suas estatísticas, não se
questiona se o motivo foi racismo ou machismo”. Porém, mesmo assim, Jean pressupõe
que todos – todos - os homicídios tiveram “motivação homofóbica”.
Ademais,
o que o deputado gayzista quer dizer com “circunstâncias em que sua orientação
sexual e/ou identidade de gênero contribuiu/contribuíram decisivamente
para o homicídio”? (o destaque é meu). “Contribuir”, aqui, tem um sentido tão
elástico quanto o conceito de “homofobia” construído por Luiz Mott, o “decano”
do Movimento gayzista. Ampliados e manipulados com os aspectos “cultural”,
“institucional”, “individual”, “linguístico” e “social”, a construção teórica é
capaz de artificialmente transformar o assassinato de um gay - executado por
outro gay - em crime de “homofobia”. Por exemplo, denunciando como crime
“homofóbico” o assassinato de um gay por outro porque a vítima não teve amparo “institucional”
ou porque o assassinato é o resultado das circunstâncias “culturais”, de um
suposto preconceito generalizado contra gays [3].
Jean
ainda afirma que os crimes contra os homossexuais não podem ser comparados com
os cerca de 50.000 homicídios ocorridos no Brasil todo ano. O deputado gayzista
está equivocado. Porque, se a motivação “homofóbica” dos crimes não é atestada,
então não há nenhum impedimento de somar estes crimes com o de todos os outros
brasileiros assassinados. Não há critério que justifique o isolamento dos
crimes cometidos contra gays – ele não é identificado.
Além
disso, o número apresentado pelo GGB – por si mesmo e na proporção com o número total de homicídios (50.000) - não é significativo para
alarmar um “banho de sangue gay” que justifique a engenharia social pretendida
com ele, algo envolve não apenas a modificação da legislação penal, mas a
reformulação de projetos educacionais infantis com material gayzista e a prática
de adoção de crianças.
Enfim,
Jean se levanta para defender os seus. Para isso recorre aos artifícios
utilizados pelo ativismo do qual faz parte, a militância gayzista que tem entre
os seus maiores representantes o próprio Grupo Gay da Bahia.
Notas.
[1].
Jean Wyllys, “A palavra dos mortos” [http://www.brasil247.com/pt/247/brasil/90310/A-palavra-dos-mortos.htm].
[2].
BRAGA, Bruno. “Números gayzistas” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas.html].
[3].
BRAGA, Bruno. “Números gayzistas forjados, uma amostra didática” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/01/numeros-gayzistas-forjados-uma-amostra.html].
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