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Sunday, February 24, 2013

Laerte, a irmã e o Socialismo-Comunismo.


Bruno Braga.


A Folha Online publicou neste domingo uma reportagem sobre o cartunista Laerte – conhecido também por seu exótico “transgênero” - e sua irmã Marília Coutinho que poderia muito bem enriquecer o relatório da “Comissão da Verdade”, não tivesse a comissão o propósito de consagrar a versão revolucionária dos fatos e falsificar a História de um país [1].

Destaco os trechos do artigo referentes ao tópico “Sexo e Política”, que têm como pano de fundo o Socialismo-Comunismo.

“As buscas de Laerte e Marilia começaram na política. Os dois fizeram parte do Partido Comunista na década de 1970 e a militância deixou marcas profundas em ambos.

Marilia tinha 15 anos e praticava esgrima quando entrou no partido, em 1978. Chegou a ser campeã brasileira aos 14 anos, mas abandonou o esporte quando começou a levar a militância mais a sério. ‘No Partidão, achavam que aquilo era um desvio pequeno-burguês. Aí, abandonei o esporte’, diz.

No ano seguinte, entrou para a Convergência Socialista, hoje PSTU. Suas primeiras experiências sexuais aconteceram com líderes partidários das duas organizações. ‘Sexo fazia parte da política’, diz. ‘Eu estava despertando para a sexualidade e, de repente, tinha que transar para fazer parte do grupo’, conta. ‘Depois, fui estuprada, no PSTU, na Convergência. Fui expropriada de mim mesma’.

Laerte só soube que a irmã tinha passado por problemas no partido muitos anos depois. ‘Eu também passei por constrangimentos, mas com ela foi uma coisa violentíssima’. O cartunista, hoje um bissexual assumido, diz ter bloqueado seu lado homossexual. Em uma campanha para eleições sindicais na década de 1980, chegou a desenhar um personagem da oposição como um gigante gay, usando a homofobia como arma política.

‘Fazer parte daquele movimento foi fundamental para o meu processo criativo, mas sufoquei uma parte de mim para viver como o ‘tio Stálin’ achava certo’, diz, referindo-se ao ditador soviético Joseph Stálin (1878-1953), que perseguiu os homossexuais na União Soviética durante seu governo, dos anos 1920 até a sua morte.

Laerte militou no Partidão entre 1973 e 1985. Largou quando percebeu ‘um movimento cultural, de quadrinhos, que era o que queria fazer’.

Marília saiu da militância em 1981 e, no mesmo ano, recebeu o diagnóstico de psicose maníaco-depressiva. Chegou a tomar 11 remédios ao mesmo tempo. Envolveu-se com drogas, ‘maconha, ácido, álcool, o que caía na minha’, passou por ‘desastres conjugais’ e um ‘parêntese de felicidade’: o nascimento da filha Melina, em 1989. Em 2005, tentou o suicídio”.

[...] (os destaques são meus).

***

Heitor de Paola menciona um caso semelhante ao de Laerte e de sua irmã. Da esposa que abandonou um “companheiro” depois que ele expôs a “necessidade revolucionária” de ela estar disponível para satisfazer sexualmente outros militantes clandestinos que não tinham como fazê-lo sem risco, fora da organização [2].  


Notas.

[1]. Pedro Ivo Tomé, Folha Online, 24 de Fevereiro de 2013, “’Quero peitos de silicone, mas não mexo em nada lá embaixo’, diz Laerte” [http://www1.folha.uol.com.br/serafina/1234723-quero-peitos-de-silicone-mas-nao-mexo-la-embaixo-diz-laerte.shtml].

[2]. DE PAOLA, Heitor. “O Eixo do Mal Latino-americano”: e a Nova Ordem Mundial. Editora É Realizações: São Paulo, 2008. p. 26.

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