Bruno Braga.
[...]
“nos reunimos com 90 representantes dos comitês de memória, verdade em (sic)
justiça, a FRENTE POPULAR DO ESCULACHO e o LEVANTE POPULAR DA JUVENTUDE,
estabelecendo outro canal de diálogo, COMPLEMENTAR, ao já definido com as
comissões da verdade que se estabeleceram em todo o país depois da criação da
CNV”.
Paulo
Sérgio Pinheiro. Seminário pelo primeiro aniversário da Comissão da Verdade.
Casa da ONU, 13 de Maio de 2013.
O
atual coordenador da Comissão da Verdade não se constrange. Ele não esconde de
ninguém os “interlocutores” - que COMPLEMENTAM – o propósito do seu grupo,
reescrever a História do Brasil. No entanto, Paulo Sérgio Pinheiro deveria
deixar claro o tipo de atividade que os seus “colaboradores” desempenham.
O
Levante Popular da Juventude e a “Frente Popular do Esculacho” (ou Frente do
Esculacho Popular) promovem o que se chama de “escracho” e de “esculacho”. Tidos
como “manifestações”, estes atos são propriamente um ajuntamento de estudantes
e universitários militantes, que tem o objetivo de coagir e desmoralizar – na
porta de sua casa - quem o grupo sumariamente sentencia como “torturador” e
“agente da repressão”. O “escracho-esculacho público” é a “execução da pena” –
gritaria, palavras de ordem, bandeiras, faixas, pichações e panfletos.
Paulo Sérgio Pinheiro - com uma desfaçatez pornográfica – define o “escracho” e o “esculacho” como “manifestações não violentas” contra “torturadores” e “criminosos” [1]. O comissário, assim, acaba assumindo o papel de “Justiceiro da nação”, e - através da Comissão da Verdade - estimula e se associa a atividades “criminosas”. Porque, se os alvos das “manifestações” não foram julgados e condenados por um tribunal legítimo, então, quando aqueles grupos se reúnem – de maneira organizada – para fazerem acusações públicas com berros e pichações, os seus manifestantes investem contra a honra alheia. Sim, eles podem não derramar sangue. Podem não ser “violentos”, como sugere Pinheiro. Mas comentem, de qualquer maneira, crime.
Mas,
de onde sai o dinheiro para promover estas “manifestações” – quer dizer, para
fomentar o crime? Quem financia o material – megafone, bandeiras, faixas,
panfletos? Quem paga o deslocamento destas pessoas – a mobilização? O Levante
Popular já promoveu, inclusive, um “Curso Nacional de Agitação e Propaganda”,
que tinha na sua programação: “Análise de Conjuntura do momento atual da luta
de classes”; “resgate da agitação e propaganda na história da luta dos povos”;
“formação técnica dos militantes, como oficinas de audiovisual, teatro do
oprimido, música e estética” [2].
Paulo
Sérgio Pinheiro – com a Comissão da Verdade – não é o único a legitimar o
“escracho” e o “esculacho”. O Levante Popular da Juventude recebeu das mãos da presidente
Dilma Rousseff – por conta de suas atividades - uma menção honrosa na 18a
edição do Prêmio Direitos Humanos.
Enfim,
a Comissão da Verdade legitima, fomenta e se associa a práticas “criminosas”. O
“escracho” e o “esculacho” COMPLEMENTAM os trabalhos de um grupo que, por si
mesmo, desempenha uma atividade obscena: falsear a História para consagrar uma
Mitologia revolucionária, fortalecendo ainda mais um ambicioso e macabro projeto
de poder.
Notas.
[1].
TV NBR. [http://www.youtube.com/watch?v=JVp97dFHp70&list=PLhWY8l8K2BUMpyWRCE7Ty8vsO_84BavXP&index=91]
(Cf. 07:48).
[2].
Cf. Levante Popular da Juventude, 2012. “Levante realiza o I Curso Nacional de
Agitação e Propaganda” [http://levante.org.br/levante-realiza-o-i-curso-nacional-de-agitacao-e-propaganda/].
No comments:
Post a Comment