Bibliografia. "Mensalão": o julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira.

BIBLIOGRAFIA.

VILLA, Marco Antonio. “Mensalão”: O julgamento do maior caso de corrupção da história política brasileira. Leya: São Paulo, 2012.

Neste livro, Marco Antonio Villa apresenta o julgamento da Ação Penal 470 – do “Mensalão”. O historiador considera cada uma das sessões e todos os trabalhos promovidos pelo Supremo Tribunal Federal. As defesas dos réus - e os deslizes, tropeços e gafes de advogados ilustres e pagos a peso de ouro. Os votos dos Ministros e os embates entre eles. As sentenças e condenações. Um registro fundamental. Porque, como a maioria das pessoas não acompanhou os detalhes do longo julgamento - embora o material esteja disponível para qualquer um que esteja interessado em consultá-lo - muita gente – entre condenados, correligionários, militantes e simpatizantes, desinformados ou “idiotas úteis” – repete que o “mensalão” nunca existiu; que se tratou de um julgamento de “exceção”, sem “provas”; que a condenação foi “política”, comparando de maneira absurda este esquema com o do tucanato mineiro; que houve “cerceamento de defesa”; e que as sessões foram conduzidas com “obscuridade”. Pura balela, proferida, ou por má-fé, delinqüência intelectual, desconhecimento do caso ou idiotice mesmo. Villa exibe – apresentando e citando a documentação referente – o que o Supremo Tribunal Federal reconheceu e condenou: o projeto do PT para se perpetuar no poder.

“A estratégia petista conta com o apoio do que há de pior no Brasil. É uma associação entre políticos corruptos, empresários inescrupulosos e oportunistas de todos os tipos. O que os une é o desejo de saquear o Estado” (p. 387).

Sim, os “marginais do poder” – segundo o Ministro Celso de Mello – foram sentenciados. Porém, neste espetáculo macabro faltou – junto com José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Marcos Valério – o julgamento e a condenação do protagonista: de Luiz Inácio, o “Chefe” (Ivo Patarra). Como Villa mostra, havia provas suficientes para trazê-lo à cena.

Bruno Braga.

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