Bruno Braga.
A
UNESCO reconheceu os escritos de Che Guevara como patrimônio da humanidade. A
cerimônia aconteceu em Havana, no dia 19 de Julho (2013). Entre os registros
que irão compor o Programa Memória do Mundo estão os “Diários de Motocicleta”
[1].
A
Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – a UNESCO
- não tem nenhum compromisso direto com o conhecimento e com a pesquisa, com o aperfeiçoamento
intelectual. Por publicações e resoluções, ela está dedicada, sobretudo, a
moldar comportamentos sob a orientação de uma vaga e indecifrável idéia de “sociedade
melhor”. Um dos mecanismos utilizados para a realização deste projeto obscuro é
“reescrever a história” [2]. O reconhecimento dos escritos de Che Guevara como
patrimônio da humanidade exemplificam este modelo pedagógico.
Che
- a pessoa REAL e CONCRETA – não era nenhum modelo de caráter. Bastaria a
UNESCO recorrer ao discurso proferido pelo guerrilheiro na própria Assembléia
das Nações Unidas (1964) para reconhecê-lo:
“Fuzilamentos?
Sim, fuzilamos. Fuzilamos e vamos continuar fuzilando, caso seja necessário.
Nossa luta é uma luta à morte”.
Che
Guevara foi de fato um PSICOPATA. Há uma vasta bibliografia – com depoimentos e
documentação – sobre o revolucionário catinguento que detestava tomar banho;
racista, homofóbico e genocida que comandava fuzilamentos na prisão de “La
Cabaña”. Qualquer pessoa minimamente sã é capaz de reconhecer o tipo de
mentalidade que se expressa nestes termos:
“Odeio
a civilização [...] Vivo com um espírito anárquico, que me faz sonhar com
horizontes. Meus amigos o serão enquanto pensarem politicamente igual a mim.
Não sou moderado e vou tentar nunca sê-lo. Assaltarei barricadas e trincheiras.
Tingirei com sangue minhas armas, e louco de fúria degolarei todos os
derrotados que caiam em minhas mãos”.
A UNESCO,
contudo, não só enaltece um delinqüente sanguinário, ela consagra como “relíquia”
uma FALSIFICAÇÃO. Sim, os “Diários de Motocicleta” – que inspiraram o filme de
Walter Salles, um “burguês” bajulador e patrocinador de comunistas – foram
adulterados por Fidel Castro e pela KGB [3]. O objetivo era “romantizar” os
escritos de Che Guevara para transformar o revolucionário em uma espécie de “mártir”,
em um “ícone” capaz de despertar nas pessoas um entusiasmo que seria prontamente
canalizado pelo movimento revolucionário. Assim, os trechos dos diários que
poderiam atrapalhar a construção da IMAGEM e da REPUTAÇÃO de Che Guevara foram
suprimidos - como este:
“Louco
de fúria eu tingirei meu rifle de vermelho ao matar o inimigo que cai em minhas
mãos! Minhas narinas se dilatam ao sentir o odor acre de pólvora e sangue.
Matando meus inimigos eu preparo meu ser para a luta sagrada e me junto ao
triunfante proletariado com um uivo bestial!”
O
resultado da “Operação Che” pode ser aferido pela publicidade da foto de
Alberto Korda, um oficial da inteligência cubana disfarçado de fotógrafo. Raúl
Castro chegou a confessar que “Che” foi o maior sucesso público da revolução [4].
A UNESCO – que fomenta uma pedagogia revolucionária – tira proveito deste
eficiente instrumento. Porque não reconhece Ernesto Rafael Guevara de la Serna –
o revolucionário PSICOPATA e ASSASSINO -, mas Che Guevara, o SÍMBOLO, o MITO
capaz de IDIOTIZAR uma massa de pessoas que ainda o cultua e venera. E se o
propósito do organismo da ONU é este mesmo – e não e Educação e a Ciência -,
“Che” não pode ser patrimônio exclusivo de jovens rebeldes, militantes
políticos, professores esquerdistas, intelectuais e teólogos progressistas.
Deve ser “patrimônio da humanidade” para - a partir da IDIOTIZAÇÃO das massas –
surgir a “nova sociedade” – em uma cultura que enaltece e alimenta a
mentalidade delinqüente. As manifestações pelo país forneceram uma ocasião para
identificar os resultados sinistros desta pedagogia revolucionária [5].
Notas.
[1].
Jornal Estado de Minas, 19 de Julho de 2013 [http://www.em.com.br/app/noticia/internacional/2013/07/19/interna_internacional,425217/unesco-elege-escritos-de-che-guevara-como-patrimonio-da-humanidade.shtml].
[2].
BRAGA, Bruno. “Pedagogia revolucionária e Comissão da MENTIRA” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/05/pedagogia-revolucionaria-e-comissao-da.html].
[3].
FONTOVA, 2009, pp. 85-119. PACEPA, 2013, Cap. 15.
[4].
Depoimento de Ion Mihai Pacepa. Cf. [3].
[5].
BRAGA, Bruno. “Notas sobre a onda de protestos no Brasil” [http://b-braga.blogspot.com.br/2013/06/notas-sobre-onda-de-protestos-no-brasil.html].
Sobretudo o n. 3.
Documentário. “Che,
Anatomia de um Mito”. Dir. Luis Guardia, 2005 [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/06/filmografia-che-anatomia-de-um-mito.html].
Artigos recomendados.
BRAGA,
Bruno. “Culto a ‘El Chancho’” [http://b-braga.blogspot.com.br/2011/09/culto-el-chancho_01.html].
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