Entrevista
de “Esther White” expõe pesquisa científica “má”. Parte I.
Autor.
Brian Fitzpatrick.
Data
da publicação. 11 de Outubro de 2010.
Tradução.
Bruno Braga.
Fonte.
WND [http://www.wnd.com/2010/10/214105/].
WASHINGTON
– No dia 01 de Outubro o Governo Federal emitiu um notório pedido de desculpas
pelos experimentos conduzidos na Guatemala entre 1946 e 1948. Sem o
consentimento ou permissão delas, aproximadamente 700 pessoas foram infectadas com
sífilis e gonorreia com o propósito de pesquisa científica. Por fim, os
pacientes foram tratados com penicilina.
No
entanto, durante o mesmo período, experiências ainda mais horrendas foram
realizadas – incluindo o abuso sexual de centenas de bebês e crianças com até 2
meses de idade – não em um país distante da América Central, mas na
Universidade de Indiana, instituição pública financiada pelos governos estadual
e federal. Os pesquisadores nunca trataram as vítimas dessas pesquisas, e
ninguém emitiu um pedido de desculpas.
A
pesquisa do biólogo Alfred Kinsey sobre o comportamento sexual humano é
celebrada agora como pesquisa pioneira, e Kinsey ficou conhecido como o pai da
revolução sexual. Ele e o instituto que leva o seu nome foram amplamente
aclamados pelos jornais e na comunidade acadêmica. O trabalho de Kinsey
continua causando um impacto profundo nas leis e na cultura norte-americana até
hoje.
A
pesquisa de Kinsey é altamente polêmica por estar baseada – de forma desproporcional
– em centenas de entrevistas com prisioneiros, criminosos sexuais, e
prostitutas. Kinsey e seus colegas classificaram falsamente estas pessoas como
cidadãos normais do período da Segunda Guerra Mundial, deixando sob suspeita a
validade das suas descobertas. Porém, o mais infame – de fato criminoso –
aspecto da pesquisa de Kinsey envolveu o que é revelado diretamente nas tabelas
30-34 do seu destacado livro de 1948, “O Comportamento Sexual do Homem”.
Estas
tabelas registram o tempo necessário para a criança atingir o “orgasmo” e
quantos orgasmos ela é capaz de atingir em um período de minutos ou horas.
Centenas de garotos inocentes sofreram nas mãos de pedófilos para que esses
dados pudessem ser compilados.
Kinsey
produziu um segundo livro em 1953, “O Comportamento Sexual da Mulher”. Para
recolher os dados para a pesquisa, Kinsey e seus pesquisadores permitiram que
garotas inocentes fossem abusadas por pedófilos. Agora uma dessas vítimas – “Esther
White” (pseudônimo) – está contando a sua história.
Durante
anos o Instituto Kinsey negou consistentemente que Kinsey tivesse recrutado
pedófilos para conduzir sua pesquisa ou que soubesse sobre o contínuo abuso de
crianças. “Esther White” adiantou-se para nos dizer que não foi assim.
“Esther White” adulta.
WND. Como você se tornou objeto dos
experimentos de Kinsey?
Esther
White. Meu avô acertou toda esta coisa. Ele era a conexão. Ele foi para a
Universidade de Indiana, estava recebendo lá o certificado de professor. Kinsey
era um professor muito jovem e meu avô era um estudante muito velho, ele já
tinha 3 filhos antes de ir para a Universidade.
Ele
era muito amigável com Kinsey. Costumava ter uma foto com Kinsey, na parte
inferior ele tinha escrito “Eu e Alphe”. É como Kinsey soletrou, A-L-P-H-E.
Meu
tio se mudou para Bloomington por volta de 1948. Anos depois ele me contou que
sua esposa estava socialmente envolvida com a Sra. Kinsey. Ele parecia muito
orgulhoso desse fato, porque a Sra. Kinsey era socialmente eminente. Ele também
me contou que achava Kinsey um sujeito “esquisito”.
Meu
tio, avô, e meu pai foram se encontrar com Kinsey na Universidade no dia de
Ação de Graças, em 1950. Toda a nossa família estava tendo um jantar de Ação de
Graças lá. Outro tio parecia estar chateado com isso, e se recusou a ir. Ele
disse que preferia ficar em casa com os sobrinhos e com as sobrinhas. Eu não
fui, eles não me convidaram.
Eu
acredito que isso foi quando eles fizeram o acordo para utilizar a informação
que arranjaram antes do segundo livro de Kinsey, aquele sobre mulheres. No
primeiro existem algumas estatísticas sobre garotinhas também, elas só não eram
os destaques. Enquanto estava escrevendo o que tratava dos homens, eu acredito
que ele já sabia que escreveria o livro sobre garotas.
WND. Quantos anos você tinha quando
começou o abuso?
Esther
White. Meu avô abusou de mim apenas uma vez, quando eu tinha 4 anos. Ele não
fez isso novamente porque – acredito eu – não teve oportunidade.
Meu
pai começou quando eu tinha 7 anos. Nasci em 1934, e tinha 7 anos quando isso
começou, então era 1941. Meu pai fingiu que estava doente algumas vezes para
poder ficar sozinho comigo em casa. Eu apenas fiz o que ele disse para eu
fazer.
WND. Seu pai teria abusado de você se
não tivesse se envolvido com Kinsey?
Esther
White. Não sei. Meu avô o colocou nisso. Acho que o pessoal do Kinsey na
Universidade de Indiana disse para o meu avô se envolver. Eles fizeram uma
lavagem cerebral em todos os estudantes sobre como a pesquisa era importante,
que o conhecimento era deus.
Meu
tio estava envolvido nisso também. Ele molestou sua enteada e, óbvio, o racha
na família foi horrível – a esposa se divorciou dele. Tudo foi mantido em
silêncio. Eu não encontrei nada sobre isso até cinco anos atrás, quando a
segunda esposa dele me contou. Mas este homem se tornou um cristão devoto e se
arrependeu copiosamente. Ele percebeu que havia sido enganado por Kinsey, acredito.
Acho
que meu pai se arrependeu também. Eu não poderia falar exatamente as palavras,
porque ele teve um derrame. Mudei-me para sua casa, para cuidar dele e da minha
mãe. Ele desabou a chorar uma vez. Acredito que tentava dizer que estava
arrependido. Era um homem cristão quando morreu.
É
como descascar uma cebola, existem muitas camadas.
WND. Seu pai molestou alguma outra
criança?
Esther
White. Não acredito que ele tenha molestado outras crianças. Não acho que minha
mãe tenha dado oportunidade para ele.
WND. Você pode me dizer o que seu pai
fez com você?
Esther
White. Tudo. Eu me envergonho só de pensar nisso. Ele estimulava orgasmos em
mim e os marcava com um cronômetro. Eu não gostava, tinha convulsões, mas ele
não se importava. Disse que todas as garotinhas faziam isso com seus pais, e
que elas só não comentavam.
Certa
vez uma garotinha bateu à porta justamente no meio de uma sessão. Ela queria me
chamar para brincar, e eu corri para fora. Foi a minha oportunidade para
escapar, e eu a aproveitei, apesar do meu pai gritar para eu voltar. Essa foi a
única vez que eu fugi.
“Esther White” com 9 anos.
WND. Seu pai alguma vez a forçou a ter
relações sexuais com ele?
Esther
White. Ele não me forçou fisicamente. Não era violento, fez isso em nome do
amor. Ele tinha a ideia doente de que eu queria sexo com ele. É como essas
pessoas pensam. São homens arrogantes.
Eu
provavelmente resisti o tempo todo, mas não me era permitido resistir. Eu disse
não, mas ele não quis ouvir. Eu tive convulsões, mas ele não prestou qualquer
atenção. Estava condenada ao silêncio. Não falei para a minha mãe porque não
queria provocar um divórcio, este era o meu maior medo. Era horrível naquela
época, ninguém se divorciava.
Eu
humilhava meu pai em qualquer oportunidade que tinha. Ele estava furioso comigo
o tempo todo. Quando tentava fazer com que eu me submetesse, então eu o
humilhava dizendo não.
WND. Kinsey tinha ciência do que
estava acontecendo com você?
Esther
White. Kinsey ou seus parceiros sabiam. Em 1943, quando tinha 9 anos, eu encontrei
uma folha de papel com quadros gravados, na qual meu pai marcava as coisas que
estava fazendo comigo. Ele agarrou a folha para longe de mim e a colocou em um
envelope pardo.
WND. Você pode descrever a folha de
papel?
Esther
White. Tinha a forma de pequenas caixas no canto esquerdo – embaixo - da página
e uma lista de considerações descrevendo os atos sexuais. O formulário continha
instruções sobre o que fazer. Era para treinar. Ele deveria marcar, tivesse ele
feito ou não.
Uma
das anotações incluía as palavras “orgasmo cronometrado”. Eu não sabia o que
significava “orgasmo”. Então eu perguntei. Ele me explicou exatamente o que
estava fazendo e o que era um orgasmo. Eu sabia que ele tinha um cronômetro na
mão quando fazia isso, mas eu não compreendia o que ele estava fazendo. Eu era
muito jovem, não entendia nada dessas coisas, eu estava fazendo apenas o que
meu pai dizia para fazer. Ele alegou estar fazendo isso por amor.
WND. E isso foi feito com você em nome
da ciência? Por pessoas que estavam conduzindo a pesquisa?
Esther
White. Eu não sei ao certo se meu pai estava envolvido com as coisas de Kinsey
no começo.
Em
1947 meu pai me deu uma cópia da pré-publicação do livro de Kinsey sobre o
homem. Eu deveria ler e fazer a minha avaliação. Eu tinha 13 anos. Os abusos
pararam porque minha mãe descobriu.
Meu
pai disse que ajudou Kinsey a escrever o livro, e que ele modificaria a maneira
como o mundo via a sexualidade. Ele queria que eu fizesse a revisão de dois
parágrafos do livro. Não fiz. Quando eu o li ele me fez ficar doente. Percebi,
então, o que eles estavam fazendo. Os gráficos estavam lá, eles marcavam o
tempo dos orgasmos, e eu não queria nada que tivesse a ver com isso.
Eu
não estava completamente consciente de Alfred Kinsey, era apenas o livro. Não
queria qualquer parte disso, e eu o devolvi. O livro permaneceu na biblioteca
do meu pai até a morte dele, e então eu o joguei fora. Ele era um grande fã de
Freud, tinha três livros dele, e eu os joguei fora também.
WND. Você se encontrou com Kinsey?
Esther
White. Eu fui entrevistada por ele. Ele e Pomeroy vieram até a casa do meu avô
em Columbus, Ohio, no início dos anos 1940. Minha bisavó estava lá. Acho que
ela devia saber que algo estava errado, porque ela me encarou de uma forma
terrível.
Kinsey
deveria vir para o almoço, mas houve uma tempestade de neve e eles se
atrasaram. Minha bisavó preparou um grande almoço. Acredito que ela ficou
chateada por causa do atraso, por isso eles não tiveram tempo para almoçar.
Kinsey se embora porque dava uma palestra no estado de Ohio.
Kinsey
me entrevistou, ele me fez algumas perguntas, coisas do tipo, se eu amava a
minha família. Meu pai tinha me dito o que eu deveria responder, nós queríamos
passar uma boa impressão. Eu descobri mais tarde que nós tínhamos que passar
uma boa impressão porque estávamos sendo pagos por isso.
Quando
Kinsey estava prestes a sair, meu avô disse, “E o cheque?” Kinsey respondeu,
“Eu quase esqueci”, e eu o vi entregando um cheque para o meu avô. Kinsey
disse, “Eu fiz a emissão para ambos porque não sabia quem iria receber o
dinheiro”. Isso foi no inverno de 1943.
Eles
tinham que fazer o gráfico primeiro, então foram pagos. O cheque era
provavelmente de $6.000,00. Era um “6” e um monte de zeros depois dele. Pouco
depois minha família comprou uma casa nova. O cheque foi suficiente para pagar dar
de entrada na casa.
WND. O Instituto Kinsey a acompanhou?
Esther
White. De maneira nenhuma. Eles não se importavam comigo. Na verdade, nem meu
pai. Ele não se importava com o que isto estava fazendo comigo. Ele pensava que
tudo – por causa disso – deveria ser melhor, que eu seria uma pessoa melhor,
com uma mente mais aberta.
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