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Tuesday, January 22, 2013

Tarefa de casa do "Comandante".


Bruno Braga.

Fidel Castro na antiga sede da UNE, 1959.

A UNE – União Nacional dos Estudantes – fundou a sua própria Comissão da Verdade. A cerimônia aconteceu no 14o Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) - evento que reúne estudantes universitários de todo o país - em Recife, no dia 18 de Janeiro.

A comissão da UNE torna-se um dos braços do grupo nacional que, sob o pretexto de investigar violações dos direitos humanos – sobretudo as que supostamente ocorreram durante o Regime Militar -, pretende reescrever a história do país com a tinta revolucionária.

Claudio Fonteles, integrante da comissão-matriz, e coordenador temporário dos trabalhos dela, “abençoou” o grupo dos estudantes na condição de sacerdote da revolução. Fonteles foi membro da AP (Ação Popular), grupo terrorista que se infiltrou dentro da Igreja Católica para utilizá-la como instrumento revolucionário. Iluminado pela “santidade da inversão”, ele se recolheu no claustro do Convento de Conceição do Araguaia, de onde partiam transmissões clandestinas de rádio para a Albânia [1].  

Mas, os trabalhos da Comissão da Verdade da UNE estarão sob a inspeção – e a inspiração – de um ilustre membro da instituição: Fidel Castro. “El Comandante” foi condecorado presidente honorário da UNE no 46o Congresso Nacional da instituição, em 1999. No discurso que proferiu em agradecimento pelo título - e por ter sido aclamado como um modelo inspirador -, o notável presidente da UNE ditou a tarefa de casa para os estudantes:

“Não é tempo de pensar na própria pátria. É preciso pensar na pátria latino-americana e caribenha, na pátria mundial” [2].

Era a mesma lição que orientou uma parte dos estudantes brasileiros das gerações passadas. Foi a cartilha Socialista-Comunista que formou-lhes a mentalidade e o imaginário. Que deu a eles treinamento de guerrilha, armas e dinheiro para que pudessem implantar no Brasil um regime ditatorial de tipo cubano. O tempo passou, e hoje aquela geração de estudantes ocupa cargos e posições de poder. Mas a antiga lição é reiterada, para que a “pátria latino-americana e caribenha” idealizada por Fidel Castro – e planejada agora nas instâncias do Foro de São Paulo – seja reforçada. Reescrever o passado, fazer com que a versão revolucionária se transforme na história oficial de um país é parte deste projeto. É o propósito da Comissão da Verdade: contar uma mentira. Valendo-se de um método didático-participativo, típico da pedagogia progressista, o grupo convoca os estudantes da nova geração para colaborarem com a atividade de falsificar a História, que resultará em uma cartilha para a próxima e para as futuras gerações.


Notas.

[1]. BRAGA, Bruno. “A História nas mãos de um sacerdote da revolução” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/a-historia-nas-maos-de-um-sacerdote-da.html].

[2]. BRAGA, Bruno. “Patrono dos estudantes brasileiros” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/12/patrono-dos-estudantes-brasileiros.html].


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