Bruno Braga.
Fidel Castro na antiga sede da UNE, 1959.
A
UNE – União Nacional dos Estudantes – fundou a sua própria Comissão da Verdade.
A cerimônia aconteceu no 14o Conselho Nacional de Entidades de Base (CONEB) - evento
que reúne estudantes universitários de todo o país - em Recife, no dia 18 de
Janeiro.
A comissão
da UNE torna-se um dos braços do grupo nacional que, sob o pretexto de
investigar violações dos direitos humanos – sobretudo as que supostamente
ocorreram durante o Regime Militar -, pretende reescrever a história do país
com a tinta revolucionária.
Claudio
Fonteles, integrante da comissão-matriz, e coordenador temporário dos trabalhos
dela, “abençoou” o grupo dos estudantes na condição de sacerdote da revolução. Fonteles
foi membro da AP (Ação Popular), grupo terrorista que se infiltrou dentro da
Igreja Católica para utilizá-la como instrumento revolucionário. Iluminado pela
“santidade da inversão”, ele se recolheu no claustro do Convento de Conceição
do Araguaia, de onde partiam transmissões clandestinas de rádio para a Albânia [1].
Mas,
os trabalhos da Comissão da Verdade da UNE estarão sob a inspeção – e a inspiração
– de um ilustre membro da instituição: Fidel Castro. “El Comandante” foi
condecorado presidente honorário da UNE no 46o Congresso Nacional da
instituição, em 1999. No discurso que proferiu em agradecimento pelo título - e
por ter sido aclamado como um modelo inspirador -, o notável presidente da UNE ditou
a tarefa de casa para os estudantes:
“Não
é tempo de pensar na própria pátria. É preciso pensar na pátria
latino-americana e caribenha, na pátria mundial” [2].
Era
a mesma lição que orientou uma parte dos estudantes brasileiros das gerações
passadas. Foi a cartilha Socialista-Comunista que formou-lhes a mentalidade e o
imaginário. Que deu a eles treinamento de guerrilha, armas e dinheiro
para que pudessem implantar no Brasil um regime ditatorial de tipo cubano. O
tempo passou, e hoje aquela geração de estudantes ocupa cargos e posições de
poder. Mas a antiga lição é reiterada, para que a “pátria latino-americana e
caribenha” idealizada por Fidel Castro – e planejada agora nas instâncias do Foro
de São Paulo – seja reforçada. Reescrever
o passado, fazer com que a versão revolucionária se transforme na história
oficial de um país é parte deste projeto. É o propósito da
Comissão da Verdade: contar uma mentira. Valendo-se de um método
didático-participativo, típico da pedagogia progressista, o grupo convoca os
estudantes da nova geração para colaborarem com a atividade de falsificar a História, que resultará em uma cartilha para a próxima e para as futuras gerações.
Notas.
[1].
BRAGA, Bruno. “A História nas mãos de um sacerdote da revolução” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/11/a-historia-nas-maos-de-um-sacerdote-da.html].
[2].
BRAGA, Bruno. “Patrono dos estudantes brasileiros” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/12/patrono-dos-estudantes-brasileiros.html].
No comments:
Post a Comment