Bruno Braga.
Os
porta-vozes da cultura moderna denunciam a religião – sobretudo a Igreja Católica
– como um dos principais obstáculos que impedem o “progresso da humanidade”. O
Papa – aos olhos destes paladinos dos “novos tempos” – é resquício de um
“período de trevas”, um tempo em que a crença cega obscureceu as luzes da razão. Ele é o
representante da irracionalidade, o pregador da intolerância e da violência. Assim,
basta que o Sumo Pontífice fale aos fiéis da Igreja para que os representantes
das “ideias progressistas” se levantem para condená-lo com o dedo em riste - “reacionário”!
“fascista”! “autoritário”! – como guardiães e construtores de um “futuro
maravilhoso” [1].
Porém,
os “próceres” da cultura moderna constantemente expressam os nobres e louváveis
sentimentos com os quais pretendem reformar o mundo. No dia 27 de Novembro, no Campus
da PUC-SP (Perdizes), os paladinos – em um protesto infundado contra a escolha
da reitora da Universidade – celebraram o amor, a compaixão, o respeito e a
tolerância: no “Pátio da Cruz” eles decapitaram o Papa com uma moto-serra.
O
“Teat(r)o Oficina” – com a presença e a participação do diretor Zé Celso – ergueu
um tribunal para julgar o Sumo Pontífice. Batucadas, danças, palmas; palavras
de ordem; insinuações sexuais; slogans da publicidade feminista e gayzista; vilipendio
de objetos religiosos. Nos domínios de uma Universidade Católica, este foi o
ritual de condenação do sucessor de Pedro, que foi punido com a pena capital. A
cerimônia de sacrifício – a cabeça serrada - realizou-se sob os aplausos de um público
formado por alunos, ex-alunos e professores, com gritos de louvor e com a satisfação
estampada no rosto.
Os
paladinos da modernidade não simularam um julgamento. Na PUC-SP eles encenaram
um “justiçamento”. O tribunal dos revolucionários Socialistas-Comunistas – os
“mártires” da cultura “progressista” -, que se reuniam para decidir quem
deveria morrer. No pátio da Universidade Católica foi celebrado o culto da
inversão. Os próceres do “novo mundo”, que pregam a tolerância e o respeito,
ridicularizaram os princípios religiosos, a Igreja Católica e o Papa. Os arautos
da “igualdade de direitos” e do “combate contra o preconceito”, promoveram o
insulto e a ofensa. Eles, que anunciam a Democracia, cometeram crime tipificado
no Código Penal Brasileiro. Um espetáculo sinistro, aplaudido sem qualquer
constrangimento. No louvor da inversão, os paladinos expressam - às gargalhadas
– a violência que não se vê em quem eles acusam e sentenciam.
Esta
é a mentalidade consagrada para o “progresso” da humanidade. É a forma mentis dos próceres do “novo
mundo”, que reivindicam poder para revolucionar a cultura e reformar a
sociedade. Transformar a juventude à sua imagem e semelhança: “conscientes” –
“livres”, cheios de “afeto” e “amor”. Reformular os princípios e valores:
respeito e tolerância somente para com o que não contrarie a sua própria
obscuridade interior. E se a oposição vem da religião - ou das palavras do Papa
– eis como devem ser “justamente” julgados.
Referências.
[1].
São ilustrativas as reações histéricas contra os discursos mais recentes do
Papa – aqueles em que ele ressaltou o valor da família tradicional e teceu algumas
considerações sobre o casamento gay. Cf. BRAGA, Bruno. “Papa procura um grupo
inter-religioso para combater o casamento gay” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/12/papa-procura-um-grupo-inter-religioso.html];
“Do Papa à Cúria Romana” [http://b-braga.blogspot.com.br/2012/12/do-papa-curia-romana.html].
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