Bruno
Braga.
Fidel Castro visitou o Brasil em 1999. Em sua passagem pela capital mineira, Belo Horizonte, ele foi recebido com honras militares – sob a proteção de um articulado e poderoso esquema de segurança – e acolhido por um público entusiasmado.
Depois
das homenagens e dos presentes, entre eles uma garrafa de cachaça, Fidel Castro
participou do 46º Congresso Nacional da UNE – realizado no ginásio do
Mineirinho. “El Comandante” foi condecorado como presidente honorário da União
Nacional dos Estudantes, reconhecimento e homenagem da entidade a um de seus
modelos inspiradores. Diante de uma plateia de aproximadamente três mil
pessoas, o novo presidente da UNE proclamou:
“Não
é tempo de pensar na própria pátria. É preciso pensar na pátria
latino-americana e caribenha, na pátria mundial”.
As
palavras de Fidel Castro eram a expressão discreta de um projeto que já estava
em curso. O Foro de São Paulo, que nasceu de um acordo entre o Partido
Comunista Cubano e o PT do Brasil, estava – e está – empenhado na promoção da
revolução Socialista-comunista na América Latina. Fidel Castro comandava uma
ditadura sanguinária em Cuba. Era preciso, então, entronar o outro membro
fundador da organização: Luiz Inácio Lula da Silva – o que aconteceu em 2002.
As
conquistas do Foro de São Paulo estão estampadas no mapa político, pintado com
o vermelho da besta revolucionária latino-americana. Os esforços e os
resultados são reconhecidos com entusiasmo pelas próprias lideranças da
organização [1]. O movimento estudantil é um dos seus instrumentos. A UNE, que
um dia pintou a cara dos estudantes para reivindicar o impeachment de Collor –
que gritava escandalizada por causa de um Fiat Elba -, se calou diante de um
esquema de poder infinitamente maior, o do “mensalão”. E mais, assumiu a defesa
dos “marginais do poder” – dos “mensaleiros” - depois da condenação proferida
pelo Supremo Tribunal Federal. Absurdo, mas coerente – fiel braço do movimento
revolucionário. A UNE, que recebeu milhões dos cofres públicos – doados generosamente
por Lula – conserva firme o horizonte proclamado por seu ilustre presidente: a
“pátria latino-americana caribenha” de
Fidel Castro, o ditador genocida e patrono dos estudantes brasileiros.
Referências.
[1].
Cf. Mensagem de Lula enviada ao XVIII Encontro do Foro de São Paulo, realizado
na Venezuela, em 2012 in BRAGA,
Bruno. “Sob o efeito do encanto” [http://dershatten.blogspot.com.br/2012/07/sob-o-efeito-do-encanto.html]
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