Pages

Tuesday, April 09, 2013

A "fantástica" propaganda gayzista.


Bruno Braga.


No último domingo o “Fantástico” exibiu uma entrevista com a cantora baiana Daniela Mercury, que recentemente assumiu um relacionamento com outra mulher, a jornalista Malu Verçosa. A entrevista foi entrecortada por uma reportagem sobre crianças criadas por casais formados por pessoas do mesmo sexo. Curiosamente, apenas casais de lésbicas foram apresentados. Nesta reportagem, Belinda Mandelbaum, psicanalista e coordenadora do Laboratório de Estudos da Família (USP), aparece como “especialista” em “gênero e sexualidade das novas famílias” e afirma sobre os estudos nesta área:

“Há um CONSENSO em relação a estas pesquisas de que NÃO HÁ NENHUMA EVIDÊNCIA de que crianças criadas por casais homoafetivos tenham alguma DIFERENÇA SIGNIFICATIVA em relação a crianças criadas por casais heterossexuais. NÃO É ISSO QUE FAZ A DIFERENÇA NO DESENVOLVIMENTO FÍSICO OU PSICOLÓGICO DESSAS CRIANÇAS” (os destaques são meus) [1].

No entanto, Mandelbaum, apresentada como “especialista” e “pesquisadora”, não menciona o estudo promovido por Mark Regnerus (Universidade do Texas) - publicado na revista “Social Science Research” -, que revela justamente o contrário de sua convicta afirmação [2].

Regnerus analisou 3.000 filhos adultos de 8 estruturas familiares distintas. Ele os avaliou a partir de 40 categorias sociais, emocionais e relacionais. A pesquisa verificou que as crianças que permanecem junto às suas famílias biológicas tinham uma educação melhor, apresentaram maior saúde mental e física, menos envolvimento com drogas ou atividades criminosas, e um “nível” de “felicidade” mais elevado.

Entre as estruturas analisadas, a que apresentou os piores resultados foram os filhos de mães lésbicas – resultados negativos em 25 das 40 categorias. Por exemplo, 23% dos filhos de mães lésbicas foram tocados sexualmente pelos pais ou por um adulto, enquanto o mesmo aconteceu apenas com 2% dos filhos criados por pai e mãe - filhos de mães lésbicas têm 11 vezes mais chance de serem molestados. Na infância, 69% dos filhos de mães lésbicas viviam com a ajuda assistencial do governo, em comparação com 17% de filhos de pais e mães casados – na fase adulta, são 38% comparados com 10% [2]. 5% dos filhos de pais casados consideraram o suicídio no ano anterior ao da pesquisa, enquanto 12% dos filhos de lésbicas e 24% de filhos de pais homossexuais.

A pesquisa de Regnerus desmente a “especialista” da USP. Ela – no mínimo – demonstra que NÃO HÁ CONSENSO entre os pesquisadores. E o seu conteúdo, os dados apresentados, apontam, sim, DIFERENÇAS SIGNIFICATIVAS no desenvolvimento físico e psicológico entre crianças criadas por uma família tradicional e por casais formados por pessoas do mesmo sexo. Destes dados, os resultados mais negativos se referem a crianças criadas por casais de lésbicas, justamente o foco da reportagem do “Fantástico”.

O programa que se vangloria de apresentar o “show da vida” exibiu, na verdade, uma “fantástica” propaganda gayzista. Em narrativa entusiasmada, ele enalteceu a posição de Daniela Mercury e acabou levantando a bandeira que a própria cantora baiana, na entrevista apresentada, resolveu assumir: as reivindicações políticas e os projetos do movimento gay LGBT. Porém, não apresentou as pesquisas e estudos que os contradizem e – como aceitou uma questão em termos “políticos” – infringiu o princípio primário do jornalismo, ouvir a parte “contrária”.       


Notas.


[2]. McManus, Mark. “How different are the adult children of parents who have same-sex relationships? Findings from the New Family Structures Study”. Social Science Research, Vol. 41, Issue 4. Julho, 2012, pp. 752-770 [http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0049089X12000610#]. Cf. WND, Mike McManus, 22 de Novembro de 2012 [http://www.wnd.com/2012/11/my-2-dads-childhood-not-so-happy-and-gay/].

1 comment:

IDE said...

Já havia visto esta pesquisa. De fato há uma verdadeira cegueira proposital com relação a adoção gay.