Bruno
Braga.
“Não,
Paz não é pacifismo”, Paulo VI.
O
filme “Cristiada” [1] conta a história dos “cristeros”. Dos católicos que
lutaram contra o governo socialista-maçônico de Plutarco Elias Cállez, no
México. Os cristeros se rebelaram contra as leis federais que, sob o pretexto
da laicidade, eram expressamente anticatólicas. Estabeleciam o fechamento de
igrejas; proibiam a realização de missas e a administração do sacramento da
confissão; eliminavam o ensino religioso; proibiam os padres de vestir seus
hábitos e criticar – em público e em privado – o governo [2]. As igrejas, por
determinação legal, passaram a ser propriedade do Estado – foram transformadas
em prisão e até em estábulo. Religiosos foram assassinados, sacerdotes
enforcados por causa de sua fé.
Contra
a perseguição, os cristeros tentaram uma resistência pacífica. Recorreram também
a um boicote econômico. Mas todas as tentativas fracassaram. Então, depois de
uma consulta aos bispos do México – que afirmaram o princípio da “não
violência”, mas admitiram a legítima defesa como último recurso -, os cristeros
resolveram pelas armas.
“Cristiada”
conta ainda a história de José Sánchez del Rio, que foi beatificado por Bento
XVI em 2005. José integrou o exército dos cristeros com apenas 13 anos. Pouco
antes de completar 14, ele foi capturado pelas tropas do governo federal em um
combate no qual, para salvar o comandante da tropa, cedeu o seu próprio cavalo.
Os
soldados de Cálles torturam o menino. Queriam que ele entregasse – e traísse –
os seus companheiros, e que abdicasse de sua fé. Para atemorizá-lo, enforcaram
o seu amigo Lázaro. Nada abalou José, que foi condenado, então, à morte. Na
última tentativa de quebrar o vigor do menino, os soldados arrancaram as solas
de seus pés, esperando que ele, enfim, pedisse clemência . No entanto, mais uma
vez, José bradou: “Viva Cristo Rei!” Inconformados, os soldados o fizeram
caminhar - com os pés em carne viva - até o cemitério, onde foi executado com
golpes de punhal. José foi jogado na vala aberta, e quando o comandante o
olhou, ele ainda teve força para dizer: “Viva Cristo Rei e Nossa Senhora de
Guadalupe!” O capitâo concluiu a execução - na frente da mãe de José -
dando-lhe um tiro de fuzil na cabeça.
“Cristiada”
é um filme extremamente atual. Ilustra com um fato histórico a “divinização” do
Estado proclamada por agentes políticos reformadores, que sob o pretexto do
princípio da laicidade, investem contra qualquer força que possa fazer oposição
ao seu poder. No México a guerra armada foi contra os católicos. Hoje os
paladinos do “novo mundo” investem em um conflito cultural. Contra o
Cristianismo pretendem realizar um ambicioso projeto de engenharia social –
pedagogia revolucionária, indução de comportamento e sexualidade, abortismo –
para promoverem a sua própria autoglorificação.
Notas.
[1].
“Cristiada”, dirigido por Dean Wright, 2012.
[2].
Cf. Constituição Federal de 1917 e Lei “Calles”, de 14 de Junho de 1926.
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